Pedro Alexandrino

Obras de arte disponíveis

Pedro Alexandrino - Natureza Morta

Natureza Morta

óleo sobre tela
73 x 87 cm
Pedro Alexandrino - Natureza Morta

Natureza Morta

óleo sobre tela
125 x 100 cm
Pedro Alexandrino - Composição

Composição

óleo sobre tela
48 x 38 cm
Leilão de Arte Online

Biografia

Pedro Alexandrino Borges (São Paulo SP 1856 - idem 1942)

Pintor, decorador, desenhista e professor.

Inicia-se na pintura aos 11 anos, ao trabalhar com o decorador francês Barandier (ca.1812 - 1867), na catedral de Campinas, São Paulo. Nessa época, também auxilia o decorador francês Stevaux em São Paulo e realiza trabalhos em igrejas, residências e palacetes. Em 1880, recebe as primeiras lições de pintura do pintor mato-grossense João Boaventura da Cruz. A partir de 1883, estuda com Almeida Júnior (1850 - 1899) em seu ateliê, na Rua da Glória, em São Paulo. De 1887 a 1888, estuda desenho com José Maria de Medeiros (1849 - 1925) e pintura com Zeferino da Costa (1840 - 1915), como aluno bolsista da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, no Rio de Janeiro. Entre 1890 e 1892, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, mas não conclui o curso. De volta a São Paulo, leciona desenho no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo - Laosp, em 1895 e 1896. Viaja para Paris em companhia de Almeida Júnior, como pensionista do Estado de São Paulo, e freqüenta o ateliê de René-Loui Chrétien (1867 - 1942) e a Académie Fernand Carmon. Conhece Antoine Vollon (1833 - 1900), e com ele estuda a partir de 1899. Freqüenta também o Ateliê Lauri e estuda com o pintor Monroy. Retorna ao Brasil na primeira década do século XX, estabelece-se em São Paulo, onde leciona desenho e pintura. Tem como alunos Tarsila do Amaral (1886 - 1973), Anita Malfatti (1889 - 1964) e Bonadei (1906 - 1974), entre outros.

Formação

1880 - Pirapora SP - Recebe as primeiras lições de pintura artística do pintor mato-grossense João Boaventura da Cruz
1883 - São Paulo SP - É aluno de Almeida Júnior, que o aconselha a seguir pintando naturezas-mortas
1887/1888 - Rio de Janeiro RJ - Como bolsista, estuda desenho com José Maria de Medeiros (1849-1925) e pintura com Zeferino da Costa (1840-1915), na Aiba
ca.1890/1892 - Rio de Janeiro RJ - Estuda na Enba. Não conclui o curso
ca.1896 - Paris (França) - Estuda no ateliê de René Chrétien e na Académie Fernand Carmon
1899/ca.1901 - Paris (França) - Estuda no ateliê de Antoine Vollon, no Ateliê Lauri e com o pintor Monroy

Comentário crítico

Antes mesmo de sua viagem de estudos a Paris, Pedro Alexandrino já é um artista especializado em natureza-morta. Segundo a historiadora da arte Ruth Tarasantchi, sua produção desse período é influenciada por seu mestre, Almeida Júnior (1850 - 1899), principalmente na fatura lisa e na utilização de planos de fundo escuros. Em Cozinha na Roça, 1894, apresenta uma composição com pinceladas mais livres, na qual é possível observar a habilidade do pintor no uso das cores.

Na França, tem contato com a obra de Antoine Vollon (1833 - 1900) e de René-Louis Chrétien (1867 - 1942). Em Paris, como aponta Tarasantchi, suas composições tornam-se mais complexas, realizadas com pinceladas mais largas, com menor preocupação com detalhes. O gosto do artista por formas arrendondadas ou cilíndricas revela-se em Flores e Doces, s.d. ou em Metais, Porcelanas e Morangos, s.d.

Alexandrino é conhecido pela representação de objetos em metal, dos quais consegue transmitir a impressão de volume e brilho. Reúne, por vezes, em uma mesma pintura, dois ou três tipos diferentes de metais, demonstrando sua habilidade em reproduzir os diferentes tons de cada peça. Outra constante em seu trabalho é a exploração dos efeitos de transparência, quando pinta cristais ou garrafas de vidro.

Críticas

"Pedro Alexandrino (...) demonstrou ser o artista que, em sua época, a nossa sociedade demandava. Vinha suprir as necessidades dos colecionadores, pois seus quadros, de fácil leitura, satisfaziam os sentidos, não tendo que recorrer à cultura artística que não possuíam. Pintava com realismo objetos e frutas que faziam parte da vida ou das aspirações da sociedade paulistana; por isso, através de sua obra temos uma idéia do nosso meio no fim do século passado e até quase meados deste. Foi ele, mais do que qualquer outro pintor, que nos fez entrever o nosso meio provinciano, de pouca cultura, ao mesmo tempo que pretensioso, procurando afrancesar-se".
Ruth Sprung Tarasantchi
TARASANTCHI, Ruth Sprung. A vida silenciosa na pintura de Pedro Alexandrino. 1981. Dissertação (Mestrado) - Escola de Comunicações e Artes - ECA/USP, São Paulo, 1981.

"Pedro Alexandrino, mais feliz do que os outros, foi para o agitado foco parisiense aperfeiçoar-se nas oficinas de especialistas notáveis e consagrados (...). Mas terá, com isso, conquistado faros reaes de completo e verdadeiro artista, terá dado á sua obra o indispensavel cunho educativo que immortaliza, na historia de cada povo, as grandes concepções dos seus esthetas? Francamente, parece-me que não. Si o papel da arte é (...) contribuir para a cultura perene dos sentimentos affectivos do homem, no lar, na patria e no mundo, (...) si tal é a super-eminente função social da arte em todos os tempos da evolução planetaria, chegaremos a esta conclusão inapelavel: a natureza morta é uma verdadeira aberração. Que idéas elevadas e que proveitosas cogitações pódem suggerir-nos, por exemplo, uma loira penca de bananas amadurecidas (...)? Pódem, quando muito, acordar-nos o instinto inferior da gula".
Alberto de Sousa
TARASANTCHI, Ruth Sprung. A vida silenciosa na pintura de Pedro Alexandrino. 1981. Dissertação (Mestrado) - Escola de Comunicações e Artes - ECA/USP, São Paulo, 1981.

"Pedro Alexandrino especializou-se em natureza morta porque esse é o gênero mais de accordo com o seu temperamento placido e prudente. Nunca sentiu a attracção do desconnhecido, nunca enveredou por caminhos confusos que lhe perturbassem a serenidade encontrada na convicção artística. A sua arte sem pretensões à genialidade creadora é solida porque elle é incontestavelmente um mestre do desenho naturalista, é sincera porque a alegria das cores transborda dos seus quadros em pinceladas firmes e conscientes, é honesto porque não transgride na sua arte dos principios que adoptou como sendo os verdadeiros".
Tarsila do Amaral
TARASANTCHI, Ruth Sprung. A vida silenciosa na pintura de Pedro Alexandrino. 1981. Dissertação (Mestrado) - Escola de Comunicações e Artes - ECA/USP, São Paulo, 1981.

Exposições Individuais

1880 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Garraux 
1881 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Garraux 
1883 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Garraux 
1890 - São Paulo SP - Individual, na Casa Henschel
1890 - São Paulo SP - Individual, na Casa Apollo 
1891 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Casa Apollo
1891 - Rio de Janeiro RJ - Individual 
1891 - São Paulo SP - Individual, na Casa Apollo 
1896 - São Paulo SP - Individual, no Salão do Grêmio dos Guarda-Livros
1905 - São Paulo SP - Individual, no Liceu de Artes e Ofícios
1906 - Campinas SP - Individual, no Museu Carlos Gomes
1910 - São Paulo SP - Individual, no Liceu de Artes e Ofícios
1922 - Santos SP - Individual, no Bazar Americano

Exposições Coletivas

1894 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de ouro de 3ª classe
1895 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de ouro de 2ª classe
1895 - São Paulo SP - Almeida Júnior e Pedro Alexandrino, no Ateliê Almeida Júnior
1899 - Paris (França) - Salão de Paris
1900 - Paris (França) - Salão de Paris
1901 - Paris (França) - Salão de Paris
1903 - Paris (França) - Salão de Paris
1907 - Paris (França) - Salão de Paris 
1908 - Paris (França) - Salão de Paris
1911 - São Paulo SP - 1ª Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios
1912 - São Paulo SP - 2ª Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes
1922 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Contemporânea
1922 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Centenário da Independência
1922 - São Paulo SP - 1ª Exposição Geral de Belas Artes, no Palácio das Indústrias - medalha de ouro
1928 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1928 - São Paulo SP - Salão de Belas Artes Muse Italiche, no Palácio das Indústrias  
1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes - prêmio de honra e medalha de ouro
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1939 - Rio de Janeiro RJ - 45º Salão Nacional de Belas Artes - medalha de honra
1939 - Santos SP - Exposição de Pintura, comemorativa do primeiro centenário da elevação de Santos à categoria de cidade
1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes
1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes
1940 - São Paulo SP - Exposição Retrospectiva: obras dos grandes mestres da pintura e seus discípulos

Exposições Póstumas

1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia 
1944 - São Paulo SP - É homenageado no Salão de Belas Artes
1944c. - São Paulo SP - Acervo exposto na Sala Pedro Alexandrino, na Pinacoteca do Estado
1946 - São Paulo SP - Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia 
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA
1954 - São Paulo SP - 19º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia 
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970
1976 - São Paulo SP - O Retrato na Coleção da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1980 - São Paulo SP - Destaque no Mês de Março, na Galeria Sesc Paulista
1981 - São Paulo SP - Quatro Grandes Pintores em São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira 
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC  
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR  
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira  
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp 
1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado
1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XIX e XX: obras do acervo Banco Itaú, na Itaugaleria
1990 - São Paulo SP - A Coleção de Arte do Município de São Paulo, no Masp
1992 - São Paulo SP - Pedro Alexandrino Revisitado, na Pinacoteca do Estado  
1993 - Santos SP - Seis Grandes Pintores, na Pinacoteca Benedito Calixto  
1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes - RJ, no Margs 
2000 - São Paulo SP - 51º Salão Paulista de Belas Artes, na Assembléia Legislativa de São Paulo
2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte do Século XIX, na Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2003 - São Paulo SP - Pintores do Litoral Paulista, no Sociarte

Fonte: Itaú Cultural

Veja também