Barroco
O movimento Barroco teve seu início na Itália, ao final do século XVI e início do século XVIII.
O Barroco chegou ao continente americano, juntamente com os colonizadores europeus. Muitas
das construções dos países da América são da arte barroca. A palavra ‘barroco’, de origem
portuguesa, significa uma pedra preciosa imperfeita, com os seus formatos irregulares.
A igreja católica adotou o formato artístico em suas construções e propagou a nova onda cultural
por vários países do continente europeu. O movimento foi criado após o desenvolvimento do
Renascimento e ambos seguiam uma ideologia semelhante, em que valorizavam elementos da
antiguidade. A imagem das divindades ganhava formas humanas, na mistura entre o homem e
Deus, a fé e a razão, os seres celestiais, nas pinturas, eram homens e mulheres.
Na esfera artística, temos a ascensão de novos padrões estéticos que procuravam superar todo
aquele rigor proveniente dos princípios de simetria e equilíbrio valorizados pelo Renascimento.
Entre outras mudanças, percebemos o surgimento de pinturas e esculturas marcadas por formas
retorcidas e tensas. A preocupação em reforçar o racionalismo e equilibrá-lo com as emoções
perde campo para uma arte mais emotiva e cotidiana.
As obras do movimento Barroco apresentam características fortes e vivas, o que mexe com o
emocional do ser humano. Ao se deparar com as construções e/ou pinturas da arte barroca, é
possível observar os detalhes e a proximidade que elas têm com os seres humanos. O sentimento
nas obras, a beleza, eram características bem fortes. Há uma valorização do contraste entre as
coisas opostas, chamada de culto do contraste. Neles, os extremos são colocados em um mesmo
lugar e em uma mesma obra, como forma de aproximação dos extremos, como a junção do
sagrado e do profano, a juventude e a velhice, os céus e a terra, pecado e o perdão, etc.
Na pintura barroca podemos destacar algumas importantes obras:
“Cristo em Casa de Marta e Maria” (1578), do pintor italiano Tintoretto; “Deposição de Cristo”
(1602), de Michelangelo Merisi da Caravaggio; “Espólio” (1579), do pintor espanhol El Greco;
“A Lição de Anatomia do Doutor Tulp” (1632), do artista holandês Rembrandt Harmenszoon
van Rijn; e “Moça com brinco de pérola” (1665), do pintor Johannes Vermeer.
Na escultura e na arquitetura também possuímos um grande acervo de obras como, por exemplo:
“Êxtase de Santa Teresa” (1645 – 1652), do escultor italiano Gian Lorenzo Bernini; a “Igreja de
Santa Maria della Pace” (1656 – 1657), projetada por Pietro de Cortona; “San Carlo alle Quattro
Fontane”, do construtor italiano Francesco Borromini.
O Brasil possui algumas cidades onde ainda existem essas edificações, como é o caso de Ouro
Preto, em Minas Gerais e no estado da Bahia, onde encontram-se enormes igrejas, dos séculos
passados. No caso de Minas, é no estado mineiro que viveu o maior artistas barroco brasileiro:
Aleijadinho. Sua trajetória é praticamente construída pelas obras que deixou como escultor,
entalhador e arquiteto, pois os principais documentos sobre sua vida só foram escritos por volta
de 40 anos depois de sua morte. Toda sua obra, entre talha, projetos arquitetônicos, relevos e
estatuária, foi realizada em Minas Gerais, especialmente nas cidades de Ouro Preto,Sabará,
São João del-Rei e Congonhas. Os principais monumentos que contém suas obras são a
Igreja de São Francisco de Assis de Ouro Preto e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. O
legado do Aleijadinho, eternizado no interior e nas fachadas de meia dúzia de igrejas de Minas
Gerais, refulge mais que os minérios que saíram dali. A obra monumental do Aleijadinho é um
patrimônio superior a qualquer conforto que o ouro possa comprar.