Humberto Espíndola

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Biografia

Humberto Espíndola (Campo Grande MS 1943)

Pintor e desenhista.

Humberto Augusto Miranda Espíndola forma-se em jornalismo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do Paraná, em 1965. No ano seguinte, organiza a Primeira Exposição dos Artistas Mato-Grossenses, em Campo Grande, onde funda, em 1967, a Associação Mato-Grossense de Arte. Volta-se a temáticas regionais e produz pinturas inspiradas na bovinocultura. Cria, em 1973, o Museu de Arte e Cultura Popular, ligado à Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, dirigindo-o até 1982. Realiza mural para o Palácio Paiaguás, sede do governo estadual de Mato Grosso, em 1974. Em 1977, recebe o prêmio melhor do ano em pintura da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA.  Em Campo Grande, é co-fundador do Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul, em 1983, e realiza o Monumento à Cabeça de Boi, de ferro e aço, instalado na praça Cuiabá, em 1996. Apresenta mostra retrospectiva, em 2000, na Casa Andrade Muricy, em Curitiba, e, em 2002, no Museu de Arte Contemporânea, em Campo Grande, e no Museu de Arte e de Cultura Popular, em Cuiabá.

Comentário Crítico

A produção de Humberto Espíndola parte do tema do boi, visto como símbolo da riqueza de Mato Grosso. Em Bovinocultura, realiza um retrato sarcástico da sociedade do boi, que é principalmente moeda e símbolo de poder. Em seus primeiros trabalhos, Espíndola apresenta o animal envolto em penumbra, provocando estranheza. A efígie do boi, em suas telas, é colocada em um primeiro plano, ou isolada em um oval central, ganhando a dimensão de nobreza de um retrato. Em Glória ao Boi nas Alturas (1967), utiliza uma deliberada frontalidade do animal, em torno do qual se acumulam máscaras, imprimindo ao quadro um ritmo dinâmico.

Alguns quadros possuem um sentido simbólico, com a utilização das cores da bandeira brasileira. Em outros, emprega crachás e medalhas, que remetem a exposições agro-pecuárias. Como nota o crítico Frederico Morais, Espíndola humaniza o boi, para denunciar a vontade de poder do ser humano, como ocorre em O Tirano (1984). Já na série Arqueologia do Boi - Boi Branco (1993), destacam-se o uso de tonalidades rebaixadas e o caráter mágico. O artista realiza posteriormente gravuras geradas e coloridas em computador, nas quais obtém grande potência no colorido, como em Vaca Escada (2001).

Humberto Espíndola tem também relevante atuação na divulgação da cultura regional criando, em 1974, o Museu de Arte e Cultura Popular, ligado à Universidade Federal de Mato Grosso.

Críticas

"Para Humberto Espíndola a idéia central da rosa nasceu do crachá ou roseta - a comenda fartamente utilizada na sua fase anterior, a bovinocultura. Na fase anterior, o artista engendrou sua temática a partir da cultura do boi, uma circunstância regional, para daí praticar o seu salto na procura do universal. Por ser a rosa que inspirou a roseta (e não o contrário), no desenvolvimento da fase atual de Espíndola acontece o inverso - a rosa surge do crachá. É o artista completando o seu trabalho em sua procura retornando/partindo do universal para o regional. Como rosa provinda do crachá, pretende justamente abordar o gosto da sociedade pecuarista. Entretanto, seu trabalho não revela apenas o gosto dessa classe, porém das mais diversas. Ultrapassa a discussão da sociedade regional para atingir um estilo de vida. Interpreta o social partindo do particular, e as proximidades regionais que este lhe transfere, para falar da simbologia popular fixando comendas, comemorações, gosto nacional da pintura, entre outras intenções".
Aline Figueiredo
FIGUEIREDO, Aline. Artes plásticas no Centro-Oeste. Cuiabá: UFMT/MACP, 1979.

Acervos

Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo - São Paulo SP
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP

Exposições Individuais

1967 - Corumbá MS - Individual, no Museu Regional do Pantanal Matogrossense
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Goeldi
1971 - Campo Grande MS - Individual, no Hotel Campo Grande
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal
1977 - Brasília DF - Individual, na Fundação Cultural do Distrito Federal
1977 - Campo Grande MS - Individual 
1977 - Cuiabá MT - Individual, no Museu de Arte e de Cultura Popular
1977 - São Paulo SP - Individual, no MAB/Faap
1978 - Cuiabá MT - Individual, no Museu de Arte e de Cultura Popular
1979 - Campo Grande MS - Humberto Espíndola: pinturas, no Paço Municipal
1980 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR
1982 - Campo Grande MS - Individual, no Parque Laucídio Coelho
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Modus Vivendi
1983 - São Paulo SP - Humberto Espíndola: pinturas recentes, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - Campo Grande MS - Individual, na Itaugaleria
1986 - Campo Grande MS - Individual, na Galeria ArtCon
1987 - Campo Grande MS - Humberto Espíndola: 20 anos de bovinocultura, na Fundação Cultural do Mato Grosso do Sul
1987 - São Paulo SP - Individual, na Sadalla Galeria de Arte
1990 - Curitiba PR - Individual, na Biblioteca Museu Guido Viaro
1991 - Rio de Janeiro RJ - Panorama dos Aspectos Míticos do Boi na Pintura de Humberto Espíndola: 1968-1988 a farra do boi, na Fundição Progresso
1998 - Campo Grande MS - Humberto Espíndola: pinturas, no Sesc
2000 - Curitiba PR - Humberto Espíndola: panorama retrospectivo 1967-1999, na Casa Andrade Muricy
2000 - Curitiba PR - Humberto Espíndola: bovinocultura 1967-1999, na Casa Andrade Muricy

Exposições Coletivas

1966 - Campo Grande MS - 1ª Exposição dos Artistas Mato-Grossenses
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1967 - Curitiba PR - 24º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1967 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão Nacional de Arte Moderna
1968 - Belo Horizonte MG - 23º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC - 1º prêmio em pintura
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ
1968 - Salvador BA - 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas, no MAM/BA
1968 - Santo André SP - 1º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal - Grande Prêmio Cidade de Santo André
1968 - Santos SP - 1º Salão Oficial de Arte Moderna de Santos - prêmio aquisição
1968 - São Caetano do Sul SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul - Prêmio Prefeitura Municipal
1968 - Vitória ES - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas do Espírito Santo
1969 - Belo Horizonte MG - 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP - Prêmio Prefeitura Municipal
1969 - Belo Horizonte MG - 2ª Exposição Nacional de Arte
1969 - Curitiba PR - 26º Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná
1969 - Paris (França) - 6ª Bienal de Paris
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1969 - São Paulo SP - 3ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP - prêmio aquisição
1969 - São Paulo SP - Pintores do Brasil, no Paço das Artes
1970 - Belo Horizonte MG - 4º Salão da Cultura Francesa
1970 - Campo Grande MS - 1º Panorama de Artes Plásticas em Campo Grande, na Associação Matogrossense de Arte
1970 - Porto Alegre RS - 25 Pinturas do Acervo MAC/USP, na UFRGS. Instituto de Artes
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, no MAM/RJ
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1970 - São Paulo SP - Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1971 - Rio de Janeiro RJ - 5 Artistas de Mato Grosso, na Galeria Ibeu Copacabana
1971 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Múltiplos, na Petite Galeria
1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio de viagem ao exterior
1972 - Medellín (Colômbia) - 3ª Bienal de Medellín, no Museo de Antioquia
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica - 72, na Fundação Bienal
1972 - Veneza (Itália) - 36ª Bienal de Veneza
1973 - Rio de Janeiro RJ - Múltiplos, na Petite Galerie
1974 - Cuiabá MT - Mostra Inaugural do Museu de Arte e de Cultura Popular, no Museu de Arte e de Cultura Popular
1974 - São Paulo SP - Café, Poluição, Bois e Bandidos, na Pêndulo Galeria de Arte
1975 - Cuiabá MT - Panorama das Artes Plásticas de Mato Grosso, no Museu de Arte e de Cultura Popular
1975 - Goiânia GO - 2º Concurso Nacional de Artes Plásticas da Caixa Econômica do Estado de Goiás - prêmio aquisição
1975 - Rio de Janeiro RJ - 24º Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA
1976 - Campinas SP - 10º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1976 - Rio de Janeiro RJ - 1º Arte Agora, no MAM/RJ
1976 - Rio de Janeiro RJ - 25º Salão Nacional de Arte Moderna
1976 - Rio de Janeiro RJ - 1º Arte Agora I/Brasil 70-75, no MAM/RJ
1976 - São Paulo SP - Arte Brasileira no Século XX: caminhos e tendências, na Galeria Arte Global
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2º Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1978 - Belo Horizonte MG - Artistas Brasileiros, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1978 - Cidade do México (México) - 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura
1978 - Corumbá MS - Artistas de Mato Grosso do Sul
1978 - São Paulo SP - 1º Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - Belo Horizonte MG - 11º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1979 - Curitiba PR - 36º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra
1980 - Belo Horizonte MG - 1º Salão de Montes Claros
1980 - Cuiabá MT - Mostra Comemorativa 10 Anos da Universidade Federal de Mato Grosso, no Museu de Arte e de Cultura Popular
1981 - Brasília DF - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Brasília DF - Brasil/Cuiabá: Pintura Cabocla, na Fundação Cultural do Distrito Federal
1981 - Goiânia GO - 1º Salão Regional de Artes da Prefeitura Municipal de Goiânia
1981 - Kyoto (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Nekai (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1981 - Rio de Janeiro RJ - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - Rio de Janeiro RJ - Brasil-Cuiabá: pintura cabocla, no MAM/RJ
1981 - Rio de Janeiro RJ - Pablo, Pablo!: uma interpretação brasileira de Guernica, na Funarte
1981 - São Paulo SP - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1981 - São Paulo SP - Brasil-Cuiabá: pintura cabocla, no MAM/SP
1981 - Tóquio (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1982 - Cuiabá MT - 4 Artistas de Mato Grosso
1982 - Recife PE - 1ª Exposição de Arte Latina, na Galeria Lula Cardoso Ayres
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1983 - Belo Horizonte MG - Brasil Pintura, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campo Grande MS - Mostra Inaugural do Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul, no Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul
1983 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte no Brasil, no Espaço Petrobras
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1984 - Fortaleza CE - 17º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Havana (Cuba) - 1ª Bienal de Havana, no Museo Nacional de Bellas Artes
1984 - Rio de Janeiro RJ - 27 Paisagens Brasileiras, na Funarte. Centro de Artes
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1986 - Rio de Janeiro RJ - Ecologia-Tradição e Atualidade, no Espaço Petrobras
1987 - Campo Grande MS - Retrospectiva 20 Anos de Bovinocultura, na Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Posadas (Argentina) - Arte de Mato Grosso do Sul
1988 - São Paulo SP - Referências Pantaneiras na Pintura de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, no Paço das Artes
1989 - Cuenca (Equador) - 2ª Bienal Internacional de Cuenca
1989 - Havana (Cuba) - 3ª Bienal de Havana
1989 - Juiz de Fora MG - Cada Cabeça Uma Sentença, no Museu Mariano Procópio
1989 - Porto Alegre RS - Pinturas de Mato Grosso do Sul, no Museu da Caixa Econômica Federal
1990 - Caracas (Venezuela) - Pintura Contemporânea de Brasil, na Casa Rómulo Gallegos
1991 - Curitiba PR - 48º Salão Paranaense, no MAC/PR
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - Santo André SP - 20º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1993 - São Paulo SP - 23º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - Rio de Janeiro RJ - Salão em Preto e Branco, no MNBA
1996 - Campo Grande MS - Expobrasil 96, na Galeria Art-Con
1996 - Santiago (Chile) - Viva Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Cochabamba (Bolívia) - 6 Artistas Brasileiros: dimensões do ser e do tempo
1997 - La Paz (Bolívia) - 6 Artistas Brasileiros: dimensões do ser e do tempo
1997 - Quito (Equador) - 6 Artistas Brasileiros: dimensões do ser e do tempo
1997 - São Paulo SP - Dimensões da arte Contemporânea, no MAC/USP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP

Fonte: Itaú Cultural