Samuel Szpigel

Obras de arte disponíveis

Samuel Szpigel - Abraços e Beijos

Abraços e Beijos

técnica mista desenho e acrílica
2013
100 x 100 cm
Samuel Szpigel - Sinal Fechado

Sinal Fechado

técnica mista sobre tela
2015
102 x 132 cm
Samuel Szpigel - Slides

Slides

guache sobre papel
1972
69 x 51,5 cm
Samuel Szpigel - Hipopótamos 2

Hipopótamos 2

acrílica sobre placa
1974
53 x 70 cm
Leilão de Arte Online

Biografia

Samuel Szpigel (Rio de Janeiro, 1936 / São Paulo, 2017)

Pintor, desenhista, arquiteto, professor.

Carioca, nascido em 1936, Szpigel viveu em São Paulo desde o início dos anos 40, tornando-se um paulistano apaixonado. A cidade, em processo acelerado de crescimento, exerceu enorme fascínio sobre o artista, inspirando-o em muitas de suas obras.
Esteta por natureza, desde muito jovem manifestou clara vocação para as artes visuais. David Perlow, assistente de Lasar Segal, vendo seus desenhos, aos 13 anos, vaticinou: “Você vai ser pintor”.
Descobriu a arquitetura,  caminho natural de grande parte dos estetas de sua geração, aos 19 anos. Formou-se arquiteto pela Universidade do Mackenzie  em 1960, começando, ainda nos tempos de estudante, sem ordem de preferência ou prioridade, suas carreiras de arquiteto e de artista plástico, atividades que exerceu com igual intensidade ao longo de mais de 60 anos, desde sua entrada na faculdade em 1956.

Humor, folclore urbano, político, social... são traços marcantes da obra de Szpigel desde quando despontou na pop art dos anos 60

Considerado pela crítica, um dos artistas brasileiros mais afins à pop-art americana, pela capacidade de utilizar o cotidiano e as imagens mais comuns para “criar obras de arte significativas”, Szpigel desenvolveu uma arte colada no presente, olhando (sempre) para o futuro. 
Em 1965, comentando sua obra, Mário Schenberg disse: “ ... A temporalidade de Szpigel é voltada para o futuro: o seu presente constitui o ponto de partida para o futuro”. Daí a vitalidade de seu trabalho, a capacidade de antecipar tendências, o caráter premonitório de muitas de suas obras e a pergunta que muitos lhe faziam diante de seus quadros: “Cara, você não envelhece?!!”
Com clara opção pelos temas figurativos, mesmo em sua fase mais abstrata nos anos 80/ 90 abriu mão das referências figurativas, valendo-se sempre de diferentes mídias, bem como de objetos (colhidos por vezes ao acaso) para dar tridimensionalidade a suas obras.

Trajetória

Ao longo de mais de 60 anos de atividade artística, Szpigel participou de mais 50 exposições coletivas em instituições públicas e privadas: bienais em São Paulo,  Barcelona/ Espanha; Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris França; vários salões Paulista de Arte Moderna, mostras no MAM/ Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea da USP, Museu de Arte de  Porto Alegre, MAM São Paulo, Instituto de Arquitetos do Brasil IAB/SP, Academia Chilena de Bellas Artes, Museu da Casa Brasileira Buenos Aires - Argentina, MIS São Paulo, SESC Pompéia, ITAÚ Cultural São Paulo e várias galerias - Mobilínea, São Paulo, Ricardo Camargo, AC Galeria de Arte, outras. 
Durante a década de 60, participou do Movimento “PROPOSTA”, em São Paulo e “NOVA OBJETIVIDADE”, no Rio de Janeiro (1965) e recebeu vários prêmios, dentre os quais - 1º Prêmio Governo do Estado, no 11º Salão Paulista de Arte Moderna, 1962; Prêmio Jovem Desenho Nacional no MAM/RJ, 1965;  Medalha de Ouro no 15º Salão Paulista de Arte Moderna, 1965; Medalha de Prata no Salão da Juventude de Campinas, 1967;  Prêmio Itamaraty de Aquisição, na IX Bienal de São Paulo, 1967. 
Em 1972 participou da BIENAL DE BARCELONA com uma coleção de esculturas de alumínio e ferro, tendo como tema o futebol.
Fez várias exposições individuais, dentre as quais uma no MASP Museu de Arte de São Paulo, em 1980. 
No mesmo ano, participou de mostra organizada por Pietro Maria Bardi - “20 Pintores Brasileños”, Academia Chilena de Bellas Artes, Santiago Chile - com artistas de diferentes gerações - Portinari, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segal, Volpi, Wesley Duke Lee, Siron Franco, outros. 
Participou das exposições “Comemoração dos 200 anos da Declaração dos Direitos Humanos” no SESC Pompéia São Paulo em 1992 e “Passaporte para o Ano 2000 - A Grande Viagem”, em 1994, exposição itinerante pelas três Américas, ambas curadoria de Radha Abramo, Acervo Artístico dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo.
Em 2003, participou da exposição “ARTE E SOCIEDADE – uma relação polêmica”,  organizada por Aracy Amaral no ITAÚ Cultural São Paulo.
Em 2008, participou da 13ª Edição do MERCADO DE ARTE, na Ricardo Camargo Galeria. 
Em maio de 2009, juntamente com Cláudio Tozzi, Gilberto Salvador, Luiz Paulo Baravelli e Marcelo Nitsche, participou da exposição “DOIS TEMPOS”, na AC Galeria de Arte. 
Em maio de 2011 e em novembro de 2016, participou das coletivas “RECORTES DE COLEÇÕES” e “POP, NOVA FIGURAÇÃO E APÓS”, ambas na Ricardo Camargo Galeria.

Pop.Now  – Arte pop para um mundo ‘em disparada’

Do início do anos 2000 até meados de 2016, enquanto manteve-se ativo, Szpigel desenvolveu uma arte em várias direções, dando vazão a uma fase de produção de obras únicas e obras para reprodução digital, indistintamente, sem ordem de prioridade, mesclando  técnicas, materiais, resultados (quase) finais entre uma modalidade e outra, em busca de uma arte ágil, inter-penetrante, mutuamente referida e, em se tratando dele, up to date.
Batizou a fase de Pop.Now – “Arte pop para um mundo ‘em disparada’, altamente plástico, tecnológico, perigoso, desafiador”.
Com a Série POP.NOW , ao mesmo tempo em que revigorava sua afinidade com pop arte dos anos 60, Szpigel mergulhava no mundo globalizado do século XXl, abordando temas que transitam da violência urbana às questões ambientais, das paixões coletivas como o futebol às abstrações puramente estéticas.
Tecnicamente, Szpigel explorou intensamente as diferentes possibilidades que esta modalidade de produção artística propicia: a ampla combinação de técnicas na construção das imagens - desenho, pintura, colagem, grafismo; a possibilidade de criar bases comuns para várias obras únicas, para dípticos, trípticos, polípticos, painéis ou obras de grandes dimensões; e a possibilidade de extrair efeitos especiais das formas diferenciadas de enquadramento – caixa-vidro, sobre aglomerado ou enquadramento tradicional.

CRONOLOGIA

ATIVIDADES EM ARTES VISUAIS

1971/ 1974 São  Paulo  SP - Redator das revistas “AC Arquitetura e Construção” e “Projeto e Construção”
1987/ 1989 e 1993/ 1995 - Professor da cadeira de Edificação da Faculdade de Arquitetura da Escola de Belas Artes em São Paulo
1975 /2003 - professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos – FAUS/UNISANTOS, orientador do TFG – Trabalho Final de Graduação I da FAUS

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS

1966 São  Paulo  SP - Instituto  de  Arquitetos do Brasil IAB SP 
1969 São  Paulo  SP - EADE São Paulo SP 
1980 São Paulo SP Museu de Arte de São Paulo MASP 
1984 São  Paulo  SP - Galeria São Paulo

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS

1962 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Arte Moderna - Primeiro Prêmio Governo do Estado
1964 São Paulo SP - Galeria Mobilínea, com Sérgio Ferro, Maurício Nogueira Lima, Ubirajara Ribeiro e Sílvio 
Oppenheim
1965 - Porto Alegre RS - “5 Pintores de Vanguarda” Museu de Arte de  Porto Alegre, com Sérgio Ferro, Maurício Nogueira Lima, Ubirajara Ribeiro e Sílvio Oppenheim
1965 Rio de Janerio RJ 1º Salão Esso de Artistas Jovens MAM/RJ 
1965 1º Salão Esso de Artistas Jovens MAC/USP São Paulo SP 
1965 Propostas 65 MAB/FAAP 
1965 15º Salão Paulista de Arte Moderna Galeria Prestes Maia São Paulo SP  Medalha de Ouro 
1966 1º Salão de Abril MAM/RJ - Prêmio Jovem Desenho 
1966 Campinas SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1967 São Paulo SP Salão da Juventude de Campinas, Medalha de Prata 
1967 São Paulo SP - IX Bienal de São Paulo, Prêmio Aquisição Itamarati.
1967 São Paulo SP 6 Pintores da Nova Objetividade IAB 
1967 Paris França Salon Comparaisons Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris 1968 Rio de Janeiro RJ - “O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa” Escola Superior de Desenho Industrial 
1969 São Paulo SP 17º Salão Paulista de Arte Moderna Galeria Prestes Maia 
1972 Bienal de Barcelona Espanha 
1973 São Paulo SP  - 5º Panorama da Arte Atual Brasileira, MAM /SP
1980 Santiago Chile - “20 Pintores Brasileños” Academia Chilena de Bellas Artes  
1980 São Paulo SP 12º Panorama de Arte Atual Brasileira MAM/SP
1981 Campinas SP Arquiteto/Arquiteto Plástico Museu de Arte Contemporânea de Campinas 
1984 São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Contemporânea Museu da Imagem e do Som MIS 
1986 São Paulo SP Arquitetos Artistas/ Sala Fernandez Mera São Paulo SP 
1992 São Paulo SP Comemoração dos 200 anos da Declaração dos Direitos Humanos SESC Pompéia São Paulo 
1994 “Passaporte para o Ano 2000 - A Grande Viagem” Exposição Itinerante Inauguração Espaço Cultural Cristiano Stockler das Neves Sala São Paulo SP Itinerário aeroportos internacionais São Paulo Rio de Janeiro Brasília espaços culturais EUA – Brazilian American Cultural Institute/ Washington/DC   University of Pensylvania/ Philadelphia   Museu de Arte/Miami  Museu de Arte/ San Francisco  University of California/Los Angeles  New York University Public/New York  Library/ Otawa / Canadá
2003  São Paulo SP   Arte e Sociedade ITAÚ Cultural São Paulo 
2008  Mostra inaugural da galeria virtual de AM4 O Olho da Imagem, Escritório de Arte
2008  São Paulo SP - 13ª Edição do Mercado de Arte da Ricardo Camargo Galeria
2008 Exposição de MÚLTIPLOS - Série Pop.Now, galeria virtual de AM4 O Olho da Imagem, Escritório de Arte
2009 - Exposição “DOIS TEMPOS” - AC Galeria de Arte, São Paulo SP
2011 – Exposição RECORTES DE COLEÇÕES – Ricardo Camargo Galeria
2016 - Exposição  “POP, NOVA FIGURAÇÃO E APÓS”– Ricardo Camargo Galeria

CRÍTICAS

“SAMUEL SZPIGEL é possivelmente o artista brasileiro com características mais afins à pop art americana, se bem que a temática dos seus trabalhos seja autenticamente paulistana e o seu tratamento muito pessoal e satisfatório. A sua afinidade com a pop art deriva da sua extraordinária capacidade de utilizar o cotidiano e as imagens mais vulgares para criar obras de arte significativas e altamente interessantes. Szpigel critica a sociedade brasileira e os acontecimentos políticos atuais de maneira sugestiva e eficaz, colocando-se decididamente dentro do mundo atual, sem romantismo nem nostalgia do passado. A temporalidade de Szpigel é voltada para o futuro: o seu presente constitui o ponto de partida para o futuro. Isto o torna um dos artistas mais representativamente paulistanos. O desenvolvimento artístico de Szpigel tem sido dos mais rápidos. Em poucos anos tornou-se uma das figuras mais destacadas da jovem arte brasileira, pela sua originalidade e pelo espírito tão surpreendentemente moderno e progressista de sua obra. Ele promete tornar-se um dos criadores de uma linguagem popular urbana e metropolitana na arte brasileira atual." 
SCHENBERG, Mário. "Cinco arquitetos pintores", 1965
In ‘Pensando a arte”, São Paulo: Nova Stella 1988.

“Arquiteto, SAMUEL SZPIGEL é também pintor. Colorista, captador inquieto de contrastes, ama os temas figurativos em que brilha o talento de um observador perspicaz.”, 
P. M. BARDI, Diretor do Museu de Arte de São Paulo, in ’20 Pintores Brasileños” , 1980

“SAMUEL SZPIGEL abstraliza a figuração, conserva-se rente à referência e parte, num gesto largo e ousado, para a criação de formas e cores, numa recuperação de seu prazer que a severa gravidade de seus desenhos não fazia supor. O traço continua preciso e separa a forma do espaço. Samuel sempre define exatamente o objeto de seu estudo e interesse.’ ........... ‘Acresce-se a esta definição que permanece precisa a aproximação do artista com uma sensorialidade mais solta. As cores são igualmente definidas, mas pode-se observar que elas surgem uma das outras, dançam o seu ritmo próprio e se estabelecem como dinâmica pessoal e do movimento da mão. A cor nasce da estrutura do quadro e, ao mesmo tempo, ela é fator de modificação do quadro. Há um movimento que se autojustifica e que gera o pensamento plástico do artista. (...)
....................................................
Samuel Szpigel desmonta o universo visível e o seu próprio sistema iconográfico e coloca no lugar desta escala de valores aceita e conhecida a sua nova invenção. Entende-se porque o seu trabalho é feito de módulos de um metro que são acoplados e multiplicados. O artista modifica sua iconografia, desmonta o universo conhecido e, com o que resta de referências, elabora um novo universo e começa, passo a passo, a dar formas a estes fragmentos.”
KLINTOWITZ, Jacob - in “BRASIL: Arte de Hoje”, 1984
MP

 “ .... A entrada  na década de 60 se dá de forma abrupta, dura e contundente, assim como o golpe militar que tolheu as esperanças da juventude do período. A obra de corte é ‘PREÇO A PAGAR’, de Samuel Szpigel, uma pintura que retrata um taxímetro que no lugar do preço traz a data simbólica: 1964. Como uma espécie de signo premonitório, essa obra indica que estamos adentrando nos tempos do domínio da ditadura, política e econômica.  Afinal, o governo dos militares foi-se, mas a do capital só parece ter-se acirrado.” 
HISRSHIMAN, Maria - in O Estado de São Paulo, 28 de junho de 2003, caderno 2, pág. D7, comentário sobre a exposição “Arte e Sociedade - uma relação polêmica”,  organizada por Aracy Amaral, sobre a produção artística dos últimos 70 anos no Itaú cultural.

REFERÊNCIAS

1) “PROPOSTAS 65: exposição e debates sobre aspectos do realismo atual do Brasil. São Paulo” Fundação Armando Alvares Penteado  1965 
2) “5 PINTORES de vanguarda” Apresentação Carlos Scarinci Museu de Arte do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS 1965 
3) PONTUAL, Roberto Dicionário das artes plásticas no Brasil Apresentação Antônio Houaiss Textos Mário Barata Rio de Janeiro RJ Civilização Brasileira 1969 
4) LOUZADA, Júlio Artes plásticas: seu mercado, seus leilões São Paulo 1969
5) GRANDE ENCICLOPÉDIA DELTA LAROUSSE destaque atuação em arquitetura e artes plásticas 1970  
6) BARDI, P M Profile of the New Brazilian Art 1970 
7) CAVALCANTI, Carlos AYALA, Walmir org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos Apresentação Maria Alice Barroso. MEC/INL Brasília DF 1973-1980 
8) AMARAL, Aracy  Arte para Quê? 1977  
9) ZANINI, Walter org. História geral da arte no Brasil Apresentação Walther Moreira Salles. São Paulo SP Instituto Walther Moreira Salles Fundação Djalma Guimarães 1983
10) KLINTOWITZ, Jacob - in “BRASIL: Arte de Hoje”, 1984
11) LOUZADA, Júlio Artes plásticas: seu mercado, seus leilões São Paulo SP 1984 
12) SCHENBERG, Mário. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella 1988 
13) LEITE, José Roberto Teixeira Dicionário crítico da pintura no Brasil Rio de Janeiro RJ  Artlivre 1988  
14) FIGURAÇÕES BRASIL ANOS 60 Novo realismo e nova objetividade brasileira Daisy Peccinini EDUSP/ Itaú Cultural  1999 
15) INSTITUTO ITAÚ CULTURAL - Arte e Sociedade - uma relação polêmica  2003

Veja também