Kazuo Wakabayashi (Kobe, Japão 1931 - 2021)
Kazuo Wakabayashi foi pintor. Nasceu em Kobe, Japão, em 1931. Estudou na Escola Técnica de Hikone, em Shiga, em 1944, e, entre 1947 e 1950, frequentou a Escola de Belas Artes e a Academia Niki, em Tóquio, além de assistir às aulas de Kanosuke Tamura. Em 1950, abandonou a arquitetura para se dedicar à pintura. Participou dos grupos Babel e Seiki e ilustrou jornais japoneses como Shinko Shimbum e All Sports. Recebeu prêmios em salões de arte no Japão entre 1947 e 1959.
Mudou-se para São Paulo em 1961, passando a integrar o Grupo Seibi, com apoio de Manabu Mabe e Tomie Ohtake. Em 1963, recebeu a medalha de ouro no 12º Salão Paulista de Arte Moderna e no 7º Salão do Grupo Seibi. Em 1966, conquistou o primeiro prêmio no Salão de Abril do MAM/RJ. Participou de diversas edições da Bienal de São Paulo entre 1963 e 1967, sendo premiado. Em 1992, teve um livro publicado com apresentação de Jayme Mauricio e, em 1993, o Paço das Artes realizou uma retrospectiva de sua obra.
Comentário Crítico
Kazuo Wakabayashi chega ao Brasil em 1961 já como um artista maduro, com trajetória consolidada no Japão. Desenvolve uma obra abstrata de orientação informal, marcada pela pesquisa de técnicas, cores e materiais. Entre as décadas de 1960 e 1970, trabalha com contornos precisos e cores intensas, explorando variações formais dentro de composições rítmicas, como em Sem Título (1966) e Contraponto (1970). Também cria superfícies monocromáticas com relevo e textura, como em Vermelho (1964) e Abstração (c. 1960).
A partir do final dos anos 1970, passa a dar maior ênfase à textura e ao relevo, muitas vezes uniformes em toda a tela ou concentrados em áreas específicas, como em Composição em Amarelo (1971) e Composição em Branco (1983). Em obras como Composição Abstrata (1970), utiliza formas circulares cortadas para revelar contrastes internos de cor e textura.
Nos anos seguintes, aproxima-se da tradição da gravura japonesa ukiyo-e, incorporando estampas de tecidos japoneses às telas. Desenvolve colagens combinadas à pintura, como em Insinuação em Negro (1988), Sem Título (1987) e Composição em Relevo (1983), criando relações visuais entre texturas aplicadas e padrões decorativos. Em algumas obras, adota títulos que sugerem temas naturais, como em Onda (1987) e Mensagem do Mar (1987).
Fonte: Itaú Cultural