José Pedro Croft (Porto Portugal 1957)
José Pedro Croft é artista visual português, nascido no Porto em 1957. Mudou-se na adolescência para Lisboa, após breve passagem pela Galiza. Estudou Pintura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa entre 1976 e 1981, período em que também frequentou aulas de Escultura com João Cutileiro, entre 1978 e 1979. A influência de Cutileiro foi marcante em sua produção inicial, voltada à escultura em pedra, com forte presença de temas relacionados à morte e ao túmulo.
Em 1981, participou do Simpósio de Escultura em Évora, onde realizou sua primeira obra pública ao ar livre, experiência decisiva para sua abordagem da escultura em espaços urbanos. Realizou sua primeira exposição individual em 1983, na Galeria do Diário de Notícias. Durante a década de 1980, dedicou-se à escultura em pedra e à modelação de formas arquitetônicas em baixo-relevo, utilizando resíduos industriais e elementos como arcos e colunas.
A partir de 1986, passou a colaborar com a Galeria EMI – Valentim de Carvalho, com a qual expôs em países como Espanha, Suíça e Bélgica. Em 1987, participou da Bienal de São Paulo, iniciando uma série de mostras regulares no Brasil. No fim da década de 1980, introduziu o uso de bronze e ferro fundido em suas esculturas, abandonando a pedra como principal material. Passou a trabalhar com objetos pré-existentes desfuncionalizados, reorganizados em composições que exploram equilíbrio, instabilidade e memória.
Na década de 1990, incorporou objetos do cotidiano, como mesas e cadeiras, criando estruturas que tensionam o espaço e o corpo humano. Em 1991, iniciou sua trajetória na gravura, meio que passou a ter destaque em sua produção, ao lado do desenho e da escultura, sem hierarquia entre técnicas. Em 1992, foi agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Realizou exposições de destaque, como a individual na Fundação Calouste Gulbenkian em 1994 e uma retrospectiva no Centro Cultural de Belém em 2002, cobrindo sua produção entre 1979 e 2002. Em 2007, apresentou Paisagem Interior no Museu da Fundação Calouste Gulbenkian, como parte das comemorações dos 50 anos da instituição.
Expõe regularmente em Portugal e no exterior. Em 2009, apresentou mostra individual na Galeria Filomena Soares, que passou a representá-lo no país. Em 2012, expôs Dois Desenhos, uma Escultura na Appleton Square (Lisboa) e Proceso estacionario na Galería Helga de Alvear (Madri). Em 2013, realizou Tres puntos no alineados na Sala Palexco (Corunha) e Acotaciones al vacío na Galeria Proyecto Paralelo (Cidade do México).
É considerado um dos principais nomes da renovação da escultura portuguesa contemporânea, sendo reconhecido por suas composições geométricas e por uma linguagem que explora as relações entre o corpo, a arquitetura e o espaço. Sua obra integra importantes coleções públicas, como o Centre Pompidou (Paris), o Museo Reina Sofía (Madri), a Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa) e o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.