Francisco Afonso de Albuquerque

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Biografia

Francisco Afonso de Albuquerque (Fortaleza CE 1917 - idem 2000)

Fotógrafo.

O primeiro contato com a fotografia ocorre em 1932, quando realiza um documentário de curta metragem junto com seu pai, cinegrafista amador. Em seguida, começa a atuar profissionalmente fazendo retratos no estúdio montado por sua família, em Fortaleza. Em 1942 trabalha como fotógrafo still do filme It´s All True, de Orson Welles (1915 - 1985). Transfere-se para São Paulo em 1945, abre um estúdio e associa-se ao Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB). Torna-se um dos pioneiros da fotografia publicitária no Brasil e realiza, em 1949, a primeira campanha brasileira ilustrada com imagens fotográficas para a marca Johnson & Johnson. Apresenta a mostra individual Jangadas no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1952. Entre as décadas de 1950 a 1970 desenvolve uma trajetória diversificada em propaganda, trabalhando em setores da indústria automobilística, moda, alimento e arquitetura. Volta a viver em Fortaleza, em 1975, e passa a produzir esporadicamente ensaios sobre a população litorânea do Ceará, frutas e publicidade. O livro Mucuripe, com fotos de jangadeiros feitas na década de 1950, é lançado em 1989. Recebe, em 1998, o Prêmio Contribuição à Fotografia Brasileira da Fundação Nacional de Arte (Funarte). Em 2003, é fundado o Instituto Cultural Chico Albuquerque na capital cearense. Dois anos depois, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS/SP) promove a exposição Retrospectiva Chico Albuquerque, dando visibilidade a imagens produzidas entre a década de 1940 e o ano 2000.

Comentário Crítico

Quando Chico Albuquerque se transfere para São Paulo, em 1945, o mercado fotográfico é restrito e ainda voltado, sobretudo, para reportagens de família. Atuando a princípio como retratista, destaca-se ao fotografar personalidades como Juscelino Kubitschek (1902 - 1976), Cacilda Becker (1921 - 1969), Victor Brecheret (1894 - 1955) e Burle Marx (1909 - 1994), entre outros. Por meio de enquadramentos fechados e pela ênfase na expressão dos olhares, os retratos sugerem o estado psicológico dos modelos ou mostram flagrantes de emoções. O aspecto teatral dos registros é realçado pelo tipo de iluminação, geralmente lateral, com sombras marcadas e contraluzes.

Em 1952, dez anos após a experiência como still de It's All True, filme de Orson Welles (1915 - 1985), Albuquerque volta à praia de Mucuripe - onde haviam sido rodadas partes do filme - e realiza um de seus principais ensaios. Além da afinidade temática com a produção inacabada de Welles, o conjunto revela o contato com o tipo de visualidade moderna, que é divulgada, na época, principalmente pelo Foto Cine Clube Bandeirantes (FCCB) e pela revista O Cruzeiro. O ensaio enfoca a força física dos jangadeiros, que parecem em harmonia com a natureza e com seu ofício. As imagens denotam movimento, pois os homens são mostrados quase sempre em suas atividades diárias. Nas paisagens, linhas diagonais de velas e coqueiros conferem dinamismo às composições.

Sua produção em propaganda ainda é pouco conhecida, pois apenas uma pequena parte dos cerca de 60 mil diapositivos de seu acervo é publicada. Entre os já expostos, estão imagens de marcas como Lux, Singer e Johnson & Johnson vinculando os produtos a cenas de ação e ambientes familiares.

Acervos

Acervo Museu da Imagem e do Som de São Paulo - MIS/SP - São Paulo SP
Coleção Pirelli/Masp de Fotografias - São Paulo SP

Críticas 

"Os retratos de Chico Albuquerque captam um instante, o instante que dura o tempo de pose. Momento estudado pelo fotógrafo, quando o retratado se desliga de sua atividade diária. No estúdio não há mais antigos fundos barrocos, flores, colunas de cartolina; não há acessórios para enfeitar o retratado. Na sua maioria os retratos mostram uma certa uniformidade da expressão que se sente, como sendo dirigida pelo fotógrafo, pela sua visão estética. Retratos no estilo da época. (...) Chico Albuquerque mostra a sua competência como retratista. Ele impõe seu estilo ou, elástico, se deixa possuir pela personalidade do retratado. Sem dúvida, é um trabalho profissional que merece uma menção de competência".
Stefania Bril
Bril, Stefania. Retratos perfeitos. Mas faltou criatividade à edição. O Estado de S. Paulo, 11 mai. De 1982, p. 24.

"Trazer de volta o passado, uma das fascinações da fotografia, torna-se ainda mais fascinante quando as fotos são feitas por um mago da eficiência como Chico Albuquerque. (...) 
Tais fotos, portraits impecáveis na exploração sábia dos jogos de luzes e sombras, dos volumes realçados ou amortecidos pelo preto, cinza e branco cambiantes, revelam a existência de um grande artista - embora quase desconhecido das novas gerações da fotografia. (...)
Albuquerque (...) é uma lenda viva da fotografia brasileira. Já viraram lendárias as histórias sobre como ele conseguiu resolver tal problema insolúvel, produzir tal capa de revista que todos julgavam impossível, tornar concretos os delírios mais absurdos dos layouts dos anúncios que lhe davam para fazer".
Chico, um alquimista - dos anos 50, a arte de um mago da câmara. Revista IstoÉ. São Paulo, p. 64, 19/05/1982.

Exposições Coletivas

1950 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio Foto Cine Brasileiro - medalha de ouro
1950 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão de Arte Fotográfica, Foto Clube Brasileiro - 1º lugar
1951 - São Paulo SP - 10º Salão Fotográfico Internacional de São Paulo - medalha de bronze
1952 - São Paulo SP - Jangadas, no Masp
1952 - Buenos Aires (Argentina) - Concurso Alejandro C. Del Conte - grande prêmio de honra
1952 - Torino (Itália) - Salone Internationale de la Técnica
1953 - Torino (Itália) - Salone Internationale de la Técnica
1953 - Espanha - Salão Internacional de Fotografia de San Sebastián, pela Sociedade Fotográfica de Guipurcod - medalha de prata
1953 - Frankfurt (Alemanha) - Salão Internacional de Frankfurt - medalha de ouro
1954 - Holanda - 14º Focus, Salon Amsterdan
1954 - Santos SP - 1º Salão Internacional de Santos - medalha de prata
1978 - São Paulo SP - Coleção de Frutas, no Banco de Boston
1978 - Rio de Janeiro RJ - Coleção de Frutas,  na Galeria Bonino
1978 - Fortaleza CE - Coleção de Frutas, no Banco de Boston
1980 - São Paulo SP - Uma Década de Fotografia da Sociedade Paulista, na Fotoptica
1982 - São Paulo SP - 130 Fotos de Personalidades Paulistanas, 1945-1955, na Galeria Fotoptica
1983 - Fortaleza CE - Jericoacoara, na Galeria Gentil B
1984 - Rio de Janeiro RJ - 1ª FotoNordeste
1987 - São Paulo SP - Jericoacoara, no MIS/SP
1993 - São Paulo SP - 3ª Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp
1998 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio Nacional de Fotografia - Funarte/RJ - categoria contribuição a fotografia brasileira

Exposições Póstumas

2001 - São Paulo SP - Mucuripe, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Mar de Luz, na Casa da Fotografia Fuji
2004 - São Paulo SP - São Paulo 450 Anos: a imagem e a memória da cidade no acervo do Instituto Moreira Salles, no Centro Cultural Fiesp

Fonte: Itaú Cultural

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