Exposição de Nuno Ramos na Fundação Iberê Camargo

Artista Nuno Ramos – Foto: Jefferson Botega / Agencia RBS

A Fundação Iberê Camargo apresenta a exposição intitulada “Nuno Ramos – Ensaio sobre a Dádiva”, em que uma grande instalação é composta por duas trocas, que se desdobram em três formas: escultura, vídeo e réplica da escultura. A grande poética dessa instalação veio a partir das limitações que a Fundação deu ao artista, já que o museu abriga um grande acervo de obras extremamente delicadas do pintor Iberê Camargo, Nuno Ramos não poderia usar fumaça, areia, derreter vaselina ou outros tipos de materiais recorrentemente usados nas obras do artista. Tudo tinha que ser muito sólido e o tempo era curto.

Eu acho que o sentido profundo dessa exposição para mim é que as coisas aqui estão mais nítidas, quer dizer, um pouco fora daquele magma, daqueles materiais muito misturados, que é uma coisa que muitas vezes eu uso. Me parece uma exposição mais concisa, mais precisa, menos barroca, com as coisas em geral menos excessivas. Mais limpa, mais econômica, não tem tanta ansiedade de remeter a algo interno” – Nuno Ramos.

Na sala de Dádiva 1, um pedaço de barco – elemento recorrente na obra de Nuno – se projeta sobre o parapeito da sala, sustentando um violoncelo sobre o vão do átrio e fazendo a ligação entre ele e o copo d’água. Na parede oposta, é exibido o curta-metragem correspondente, que mostra uma mulher recolhendo o copo d’água na praia, trocando o objeto por um violoncelo em um bar e devolvendo o violoncelo para a água. O espaço dedicado a Dádiva 2 recebe um trilho de montanha russa que lança um cavalo de carrossel no vazio e o liga a Pierrô, aqui representado por um aparelho de som que toca o samba Pierrô Apaixonado, de Noel Rosa e Heitor dos Prazeres. O curta apresenta a história de um Pierrô, interpretado pelo artista Eduardo Climachauska, que é sequestrado por motociclistas em Porto Alegre e preso em uma casa, sendo devolvido um cavalo em seu lugar. Na sala central, são colocadas réplicas em tamanho real das duas esculturas das salas anteriores, uma em latão e outra em alumínio, interligadas por tubos de vidro em que circulam dois líquidos diferentes, representando o sono e a vigília. Além das esculturas, são expostas gravuras produzidas pelo artista no Ateliê de Gravura da Fundação. (texto descritivo da exposição retirado do site da Fundação Iberê Camargo ).

Vista da Exposição – Foto: Jefferson Botega / Agencia RBS

A mostra ficará aberta até o dia 10 de Agosto de 2014.

Fundação Iberê Camargo

Av. Padre Cacique, 2000. CEP 90810-240. Porto Alegre. RS.