Walter Lewy

Obras de arte disponíveis

Walter Lewy - Tocador de Arpa

Tocador de Arpa

óleo sobre tela
1984
72 x 92 cm
Walter Lewy - Sem Título

Sem Título

óleo sobre tela
1974
72 x 91 cm
Walter Lewy - Sem Título

Sem Título

óleo sobre tela
1976
26 x 34 cm
Walter Lewy - Surreal

Surreal

óleo sobre tela
1983
35 x 60 cm
Leilão de Arte Online

Biografia

Walter Lewy (Bad Oldesloe, Alemanha 1905 - São Paulo SP 1995)

Gravador, pintor ilustrador, paisagista, desenhista e publicitário.

Estuda na Escola de Artes e Ofícios de Dortmund, Alemanha, entre 1923 e 1927. Nesse período, filia-se à tendência do realismo mágico. Já em 1928, participa de coletivas em Dortmund, Gelsenkirchen, Boclusim e outras cidades. Com a crise econômica de 1929, Lewy perde seu emprego de desenhista numa gráfica e vai viver com os pais no interior, tornando-se ilustrador de anedotas em jornais. Realiza sua primeira exposição individual em Bad Lippspringe em 1932, mas ela é fechada quando a Câmara de Arte Alemã proíbe a participação de judeus na vida artística. Escapando dessa situação opressora, o artista imigra para o Brasil em 1938, retomando profissionalmente a pintura. Deixa para trás centenas de trabalhos, que são enviados para a Holanda e perdidos durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No Brasil, fixa-se em São Paulo. Nos primeiros anos faz desenho publicitário e mais tarde capas de livros e ilustrações para diversas editoras. Ilustra obras de Bertrand Russell, Machado de Assis e Arnold Toynbee, entre outras. Mais tarde, emprega-se como diagramador, letrista e arte-finalista nas agências de propaganda De Carli, Lintas Publicidade, Martinelli, Santos & Santos e Thompson Propaganda.

Comentário crítico

Walter Lewy é apontado como um dos principais nomes do surrealismo no Brasil, tanto que o próprio artista declara: 

"Acredito que o surrealismo tenha sido, para mim, uma necessidade de renovação, não só adequada ao momento (de entre guerras) que vivíamos, mas inclusive uma entrada num campo inesgotável. Para mim, o surrealismo é inesgotável, renova-se sempre e, pelo seu próprio conteúdo, permanece atual."1

Sua pintura constitui-se de um imaginário pessoal irracional e delirante, em que se mesclam paisagens lunares, plantas fantásticas, objetos amorfos e indefinidos, inseridos num espaço espectral e onírico. Há em suas telas algo do imobilismo e da transcendência das obras metafísicas de Giorgio de Chirico. O artista se vale de massas cromáticas chapadas e intensas, e evoca o universo imaginário de escritores como Júlio Verne e Edgar Allan Poe, e de pintores como Max Ernst e Yves Tanguy. Em relação à obra de Lewy, o crítico Sérgio Milliet observa que ela possui uma primeira fase de deformação da figura e de exploração do absurdo poético, passando então pela experiência das formas em liberdade até chegar, afinal, à pintura de um mundo de fantasia cósmica.2 Ainda segundo o crítico, o domínio de seu instrumento de trabalho é perceptível por meio de sua obra, na limpeza da execução e na consciente harmonia do colorido e dos valores.

Notas
1 LEWY, Walter. Surrealismo tropical. São Paulo: Espaço Cultural do Banco do Brasil, 1990. pag 2
2 Ibidem.

Críticas

"Apesar de um período de trabalho, logo após a chegada ao Brasil no fim da década de 1930, em que o estímulo direto da nova terra o fez preocupar-se em retratar nossos tipos populares e costumes, especialmente através de desenhos e gravuras, a pintura de Walter Lewy, desde antes da transferência, mas sobretudo nos últimos quinze ou vinte anos, observa ligação natural com o surrealismo. Nesse âmbito, a atmosfera que mais o atrai é aquela em que possa situar um conjunto de símbolos de substrato onírico, refazendo toda a realidade objetiva em termos de um novo universo de formas reconhecíveis, porém deslocadas de sua situação original, ou de formas obtidas por dilacerações e acúmulo de elementos orgânicos, viscerais ou de fundo erótico. Tal como em Max Ernst e Yves Tanguy, dois surrealistas de cuja linhagem Lewy mais se aproxima, há nessa pintura, mental e narrativa, desejo de comentar alegoricamente a condição humana na trama da contemporaneidade, em busca de características universais e intemporais que a definam para além das contingências de uma só época e momento. A mediação mental, amalgamando configurações vegetais e minerais num mundo tão real quanto fantástico, visa a colocar o agora na amplitude de um fluxo que abole toda circunstância de tempo e lugar".
Roberto Pontual
PONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.

"(...) Já há sessenta anos ele está criando estes encantos com uma grande fidelidade aos seus conceitos, evoluindo suas paisagens fantásticas para uma visão cósmica nunca vista antes. Entre nós, no Brasil, ele representa de maneira singular a arte que cria mundos imaginários, nos confronta com o mundo dos sonhos, nos leva para uma natureza de formações e plantas, representadas em desenho e formas bem exatas. É uma pintura de técnica superba, comparável à dos mestres antigos. Em cores bem vivas ela nos dá o prazer de sentir uma integração astral, inteiramente concebida pela mente e pelos pincéis do mestre. Com estas suas obras Walter Lewy, um dos grandes nomes do surrealismo, se tornou exponente sui generis na história e na atualidade da criação artística no Brasil".
Wolfgang Pfeiffer
HOMENAGEM a Walter Lewy: óleos e litografias. Apresentação de Wolfgang Pfeiffer. São Paulo: Faculdade Santa Marcelina, Galeria, 1985.

Exposições Individuais

1932 - Bad Lippspringe (Alemanha) - Primeira Individual, imediatamente fechada quando a Câmara de Arte Alemã proíbe a participação dos judeus na vida artística
1944 - São Paulo SP - Individual, no Atelier Clóvis Graciano
1947 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Domus
1956 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1960 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Brasileira de Arte
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia 
1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Goeldi
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Portal
1974 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM
1974 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Bonfiglioli - melhor exposição do ano, prêmio de viagem ao exterior pela Abca
1976 - Paris (França) - Individual, na Galeria Debret
1977 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli
1982 - São Paulo SP - O Dimensionismo Fantástico de Walter Lewy, na Galeria Uirapuru
1985 - São Paulo SP - Homenagem a Walter Levy, na Galeria da Faculdade Santa Marcelina
1986 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Uirapuru 
1989 - São Paulo SP - Individual, no Espaço Aldo Marchand
1990 - São Paulo SP - Surrealismo Tropical, no Espaço Cultural Banco Central do Brasil

Exposições Coletivas

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus
1946 - Santiago (Chile) - Mostra de Artistas Brasileiros
1947 - São Paulo SP - Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna
1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - grande medalha de prata
1953 - Japão - 2ª International Art Exhibition
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Salvador BA - 4º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - pequena medalha de ouro
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1956 - Salvador BA - Salão Baiano de Belas Artes - medalha de bronze
1957 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição
1965 - São Paulo SP - 14º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - 1º Prêmio Governo do Estado
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB-FAAP
1967 - São Paulo SP - 12 Artistas Surrealistas, no Auditório Itália
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970 
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1973 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Documenta
1974 - São Paulo SP - Retrospectiva - 35 Anos de Pintura no Brasil, no Masp
1975 - Penápolis SP - 1º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1976 - Penápolis SP - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1978 - Rio de Janeiro RJ - 18ª Exposição Arte e Pensamento Ecológico, na Biblioteca Euclides da Cunha
1978 - São Paulo SP - 16ª Arte e Pensamento Ecológico, na Cetesb
1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis 
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - São Paulo SP - A Arte do Imaginário, na Galeria Encontro das Artes
1990 - São Paulo SP - Surrealismo Tropical, no CCBB
1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura
1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, no MAM/RJ

Exposições Póstumas

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ
1996 - Osasco SP - 4ª Mostra de Arte, no Centro Universitário Fieo
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap

Fonte: Itaú Cultural

Veja também