Pierre Verger

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Biografia

Pierre Verger (Paris, França 1902 - Salvador BA 1996)

Fotógrafo, etnólogo, antropólogo, escritor.

Pierre Edouard Léopold Verger aprende a fotografar com Pierre Boucher (1908 - 2000), em 1932, quando adquire sua primeira Rolleiflex. Percorre diversos países e colabora com jornais e revistas europeus e americanos, como Paris-Soir, em 1934; Daily Mirror, de 1935 a 1936; Life, em 1937; Match, em 1938; Argentina Libre e Mundo Argentino, em 1941 e 1942; e O Cruzeiro, de 1945 até fins dos anos de 1950. Em 1934 funda, com outros, a Alliance Photo, agência fotográfica que administra e divulga o material produzido pelos seus membros. Muda-se para Salvador, em 1946, e se dedica ao estudo da religião e cultura negra da África e do Brasil - tema do qual é um dos mais respeitados especialistas e autor de diversos livros sobre o assunto. Torna-se um iniciado no culto de divinação no Benim, com o insigne título de Fatumbi (renascido na graça de Ifá). A primeira fase de sua obra é representada pela publicação dos livros de fotografia, a partir de 1931, retratando as diversas culturas que conhece em suas viagens. Após 1946, concentra seu estudo na cultura iorubá e passa a fixar suas observações por escrito, passando de fotógrafo a escritor e etnólogo. Em 1966, obtém o título de doutor de terceiro grau da Sorbonne (Paris, França), com tese sobre o tráfico de escravos entre o Golfo do Benin e Bahia nos séculos XVII ao XIX. Em 1974, integra o corpo docente da Universidade Federal da Bahia - UFBA e atua na criação do Museu Afro-Brasileiro, inaugurado em 1982. Desde 1989, a Fundação Pierre Verger conserva seus 62 mil negativos, sua vasta biblioteca, seu arquivo pessoal e se encarrega da difusão de seu legado antropológico e fotográfico.

Comentário Crítico

Pierre Verger nasce em 1902 em Paris. É membro de uma família abastada, filho do proprietário de uma próspera empresa tipográfica. Sem interesse pelos negócios e pelo modo de vida burguês, Verger se torna um jovem rebelde. Não se amolda às convenções sociais nem cumpre as expectativas de sua classe social. Abandona o liceu com 17 anos e rejeita sistematicamente as oportunidades profissionais oferecidas pela família. Em 1932, adquire sua primeira máquina fotográfica. Aprende os rudimentos técnicos da fotografia com o amigo e fotógrafo Pierre Boucher (1908 - 2000). Suas primeiras imagens sofrem forte influência do surrealismo. O artista procura figurações inusitadas em objetos comuns. Com a morte da mãe, não vê mais razão para permanecer em Paris. Decide percorrer o mundo, conhecer lugares distantes de sua realidade cultural. Quer "escapar do seu meio e do seu antimeio".1 No mesmo ano segue para a União Soviética, onde registra o 15º aniversário da Revolução Russa.

Entre 1932 e 1933, o interesse por modos de vida completamente diferentes o leva ao Taiti. Influenciado pela visão idílica do pintor Paul Gauguin (1848 - 1903) e pelo olhar antropológico do cineasta Robert Flaherty (1884 - 1951), captura em suas imagens a "feliz natureza dos polinésios".2 Percorre as ilhas por mais de um ano. Fotografa tudo com acuidade técnica. Em suas imagens, reconstitui um mundo completamente diferente do seu. Vale-se de pronunciados contrastes de claro e escuro para recriar os hábitos, as tradições e o meio ambiente das ilhas, respeitando sua singularidade e beleza. Retorna a Paris em 1934, onde permanece por pouco tempo, mas em uma estada proveitosa. Os pesquisadores do Musée Etnographique du Trocadéro (futuro Musée de L'Homme) ressaltam o valor documental de suas fotos e sua perícia em retratar a diversidade cultural.

Na época, Verger se profissionaliza como fotógrafo. Associa-se a agências de fotografia e sai pelo mundo para registrar imagens. Vive de maneira nômade. Colabora com prestigiadas agências, como a Aliance Photo - fundada por ele e Pierre Boucher -, a A.D.E.P e a Magnum. Essas agências têm papel fundamental na criação de um novo olhar sobre a fotografia.3 Nelas atuam fotógrafos do porte de Henri Cartier-Bresson (1908 - 2004), Hans Namuth (1915 - 1990) e Robert Capa (1913 - 1954), artistas que criam uma nova maneira de retratar o homem em seu contexto, característica marcante para o trabalho de Pierre Verger. Viaja por 12 anos aproximadamente. Sempre passa por Paris e ali fica por pouco tempo. Revê os amigos, reforça os contatos profissionais e parte novamente. Nesse período, conhece Estados Unidos, Japão, Indochina, África Ocidental, entre outros lugares. Cobre, em 1934, a viagem ao redor do mundo dos jornalistas Marc Chadourne e Jules Sauerwein. Em 1937, é correspondente de guerra da revista Life na China. Quatro anos depois, vai para a América do Sul. Conhece a Argentina e o Peru, onde estabelece residência e trabalha no Museo Nacional de Lima.

Depois de ler o romance Jubiabá, de Jorge Amado (1912 - 2001), decide conhecer a Bahia. Desembarca em Salvador em 1946. No mesmo ano, inicia colaboração na revista O Cruzeiro. O francês sente empatia imediata pelo povo da cidade. Encanta-se com a cultura negra, que predomina nas ruas e casas do lugar. Fotografa tudo, sem interesse documental. Retrata a beleza dos homens e mulheres que recriam o continente africano na cidade. Aproxima-se deles e procura entender suas histórias e tradições. O interesse o leva ao candomblé. Num primeiro momento como observador, mas, progressivamente, se envolve com as práticas religiosas e se converte. A partir daí, a sua relação com a fotografia se modifica. As viagens abandonam a orientação imprecisa e seguem roteiro claro. Buscam as formas que o culto africano aos ancestrais e à cultura negra assumiram nos dois lados do Atlântico.

No Brasil, conhece e documenta, em 1948, a religião dos voduns, de São Luís, Maranhão, e o xangô pernambucano. No mesmo ano, após ser iniciado no candomblé de Salvador, parte para Daomé, na África Ocidental. Lá encontra o rito dos orixás em sua formulação original. Em suas imagens busca revelar as diferenças e semelhanças nos rituais do Brasil e do outro país. Estabelece no trabalho um diálogo entre culturas separadas pela diáspora negra. Antes de voltar para o Brasil, conhece manifestações místicas em Paramaribo, Suriname (1948), e no Haiti (1949).

O centro que financia a pesquisa, o Institut Français d'Afrique Noire - IFAN, exige, além das fotografias, um relatório escrito. A partir daí, o fotógrafo inicia a associação entre imagem e texto. Suas fotografias ganham interesse científico e passam a ser utilizadas na reflexão antropológica escrita. Os primeiros resultados de suas investigações são publicados em 1951, no livro Brésil,4 com prefácio de Alceu Amoroso Lima. No mesmo ano, Verger trabalha como fotógrafo na pesquisa da Unesco sobre o preconceito racial no Brasil. Na mesma época, muda o seu status no candomblé. Em 1951, passa a exercer a função de ogã no terreiro Opô Afonjá. Dois anos mais tarde, de volta a Daomé, torna-se babalaô (senhor das adivinhações). Lá ganha o nome de Fatumbi, que adota para o resto da vida. Segundo a pesquisadora Ângela Luhning, "este fato intensifica o seu contato com, e seu interesse pela cultura africana". 5

Em 1954, Verger publica seu primeiro trabalho de fôlego sobre a cultura iorubá, Dieux d'Afrique,6 em que utiliza as fotografias dos deuses incorporados e uma descrição escrita sobre cada orixá, seu ritual e suas atribuições. Ocupa-se cada vez mais de suas inquietações intelectuais. Estuda a diversidade religiosa dos povos saídos da África, o tráfico de escravos e a botânica tradicional das populações negras. Os trabalhos reatam o diálogo entre grupos sociais distanciados pela escravidão. Em 1957 vai para Senegal e Cuba. Por meio de imagens e textos, coteja as divindades desses países com as do Brasil. Em 1966, obtém o título de doutor pela Sorbonne, em Paris. Sua tese trata do tráfico de escravos do Golfo de Benin para a Bahia.7 Progressivamente, a fotografia torna-se secundária em seu trabalho. Verger publica dezenas de livros e artigos sobre o trânsito da cultura negra no Atlântico. Por volta de 1973, desiste de fotografar, encerrando 50 anos de atividade. Nesse ano, torna-se professor na Universidade Federal da Bahia - UFBA, onde trabalha para implementar o museu afro-brasileiro. Em 1977, parte para a Nigéria, onde trabalha como professor visitante da Universidade de Ifé. A partir da década de 1980, seu trabalho ganha melhor exposição pública. A Editora Corrupio, de Salvador, inicia a tradução e a publicação de seus livros. Na mesma época são organizadas mostras de suas imagens. Em 1981, expõe com Mario Cravo Neto (1947) no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp e no Museu de Arte da Bahia. Em 1989, é criada a Fundação Pierre Verger, que cuida de seu acervo e preserva seu legado. No aniversário de 90 anos, em 1992, é homenageado com a mostra Brasil África Brasil, na Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp. Três anos mais tarde, publica seu último livro, Ewé: o Uso das Plantas na Sociedade Ioruba,8 com prefácio de Jorge Amado. Verger morre no dia 11 de fevereiro de 1996, em Salvador. Em 2002, é homenageado com a exposição retrospectiva O Olhar Viajante de Pierre Verger, primeiro no Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM/BA, em Salvador, depois no Centro Cultural da Fiesp, em São Paulo.

Notas
1 VERGER, Pierre 50 anos de fotografia. Salvador: Corrupio, 1982, p. 14.
2 Idem, ibidem, p. 21.
3 Cf. Iara Cecília Pimentel Rolim. In: ROLIM, Iara Cecília Pimentel. O olho do rei: imagens de Pierre Verger. Dissertação (mestrado em antropologia). 2002. Departamento Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, IFCH - Unicamp, Campinas, 2002. p.75.
4 Pierre Verger, A. Bom, M. Gautherot. Brésil. Paris, Paul Hartmann, 1951.
5 LÜHNNING, Angela. Pierre Fatumbi Verger e sua obra. In: Afro-Ásia. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais - FFCH/UFBA, n. 21-22, 1998-1999.
6 VERGER, Pierre. Dieux d'Afrique. Paris: Paul Hartmann, 1954.
7 VERGER, Pierre. Flux et reflux de la traite des esclaves entre le Golfe du Bénin et Bahia de Todos os Santos, du dix-septieme au dix-neuvieme siècle. O trabalho é publicado em Paris em 1968, pela editora Mouton. No Brasil, sai só em 1985, pela Editora Corrupio, de Salvador.
8 VERGER, Pierre. Ewé: o uso das plantas na sociedade iorubá. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

Críticas

"Em Verger a fotografia é transparência, é informação, documento, projeção e multiplicação da beleza da cultura de uma raça que, mesmo reconhecida institucionalmente como uma das que constituíram a nacionalidade, tem, com freqüência, seus valores menosprezados, quando não desconhecidos.

Mas a documentação fotográfica de Pierre Verger presente em Deuses Africanos não é somente essa relação fria e informativa sobre um universo temático de seu interesse. É também um ato de amor, reflexo do carinho pelos costumes que tão bem soube incorporar, com liberdade e humor e sem nenhum academicismo, desde que chegou ao Brasil.

Babalaô iniciado em 1951, passou 17 anos na África e teve acesso a todas as tradições orais, o que lhe permitiu detectar influências, descobrir origens e tornar-se um narrador insuperável das histórias dos negros africanos e de sua herança cultural espalhada pelo mundo. A câmera, companheira inseparável, lhe permitiu gravar os signos exteriores de suas descobertas. Mas não só isso. Permitiu por radicar-se na Bahia, que se tornasse também um dos mais sérios e influentes inventariantes da influência visual negra no Brasil".
Moracy R. de Oliveira
OLIVEIRA, Moracy R. de. A cultura negra em fotos: um legítimo ato de amor. Jornal da Tarde, São Paulo, 22 abr. 1981.

"Atraído cada vez mais pelo fascínio do misticismo e da lúdica da Bahia, foi-se fixando mais e mais nas manifestações profanas e religiosas do negro. Fotografou intensamente, sem aquela preocupação programada de fazer um vasto documentário, sobretudo no campo da etnografia religiosa. Foi guiado por um instinto puramente estético e vivencial, entretanto acabou por fazer um documentário riquíssimo e importante da memória do povo baiano. Conforme falam suas fotos, sua presença se fez nas rodas de samba e capoeira. No Carnaval, registrou a presença dos blocos, cordões, batucadas e afoxés, entidades de cunho afro-baiano. As festas populares lhe mereceram um carinho especial, principalmente a lavagem do Bonfim, antes de virar carnaval e instrumento político e turístico. Presente para Yemanjá, as festas afro-católicas de Santa Bárbara, São Lázaro, São Cosme e São Damião, antecedidas da tradicional Missa Pedida, uma espécie de penitência a que se submete a pedinte, portando um balainho ornamentado com o Santo dentro, e vestido a caráter, dizendo a quem encontrava - Missa pedida Santa Bárbara, e que, no caso dos popularíssimos santos gêmeos, a irreverência popular satirizava:
Missa pedida
São Cosme São Damião
Um é corno, outro é ladrão

O fotógrafo não se contentou somente com o registro estético que o clique da Rolleiflex lhe dava naquele instante. À proporção que se misturava com a comunidade religiosa afro-baiana e passava a viver e conviver com o seu segredo, veio a sede de reunir em manuscritos tudo que via, que lhe falavam ou lhe contavam, mas sempre acompanhado do instrumento de trabalho do fotógrafo e do pesquisador, que, no caso, era um gravador Uher. Tarefa difícil, pois na época a reprodução sonora e a fotográfica, quer dinâmica ou estática, era proibida, por uma questão de preceito religioso. Não é verdade que a tradição religiosa entre os negros da África e da diáspora se passava somente por via oral. Havia os famosos cadernos, resistentes até hoje, onde as pessoas que sabiam ler e escrever faziam seus registros pessoalmente, caso contrário, ditavam para que pessoas outras, de sua extrema confiança, fizessem os referidos registros, para quando a memória falhasse ou desse um branco, na linguagem hodierna. Verger fez muito uso desses cadernos, na Bahia, em Cuba e na África em geral, cujo acesso se dava mediante um jogo de interesse, não raro pecuniário".
Waldeloir Rego
REGO, Waldeloir. O fotógrafo e a etnografia. In: VERGER, Pierre. Bahia África Bahia: fotografia. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1996. p. 17-18.

"É importante ressaltar que praticamente toda a obra escrita de Verger (excluindo as publicações de álbuns e livros fotográficos) refere-se ao contexto da cultura iorubá, tanto na Nigéria e no Benin, quanto na diáspora nas Américas, coincidindo com a mencionada fase a partir de 1946, quando ele começa definir o seu interesse pelo assunto. Um dos motivos de trabalhar com tanta dedicação e até obsessão pela cultura iorubá, é mencionado por Ulli Beier, um dos amigos do tempo que Verger passou na África: 'juntar, observar, escrever para dar um corpo a este conhecimento vastíssimo, para as culturas letradas darem mais importância. Igual às outras religiões que tem o seu livro sagrado para serem respeitadas'. Foi esta vontade de documentar a riqueza da cultura iorubá, para que ela ganhasse o reconhecimento merecido, que fez Verger ressaltar a sua estrutura religiosa diferente das grandes religiões 'reveladas', como ele costumava chamar as religiões transmitidas pela escrita. Uma religião que no mínimo poderia possibilitar uma reflexão, dentro de uma visão menos preconceituosa, facilitando uma aproximação humana das diversas culturas e religiões. Resumindo, podemos observar nele duas atitudes e posturas que muitas vezes se misturam e confundem. Ele era o pesquisador minucioso e paciente, sempre voltado para o ser humano, e ao mesmo tempo o mensageiro que se incumbia especialmente de manter vivo o contato entre os dois lados do Atlântico".
Angela Lühning
LÜHNING, Ângela. Fatumbi Verger e sua obra. Homenagem. In: Afro-Ásia. Salvador: Centro de Estudos Afro-Orientais - FFCH/UFBA, nº 21-22, 1998-1999, pp. 315-353.

"Se alguma razão de vaidade encontro em meus livros, decorre de um fato comprovado e de conhecimento público: a leitura desses romances, no Brasil e no estrangeiro, trouxe à Bahia grande quantidade de pessoas - vindas pela mão do negro Balduíno, da moça Gabriela, do mulato Pedro Arcanjo, de Quincas Berro Dagua, vencedor da morte. Entre esses muitos visitantes, vários aqui ficaram para sempre, ganhos pelo viver baiano, por nossa civilização mestiça. Alguns, figuras intelectuais de primeira ordem, tornaram-se peças importantes de nossa cultura, a ela se incorporaram, dando-lhe inestimável contribuição.

Dois entre eles fizeram-se baianos fundamentais pelo que representam em nossa vida e em nossa criação. Falo do artista Carybé e do ex-repórter fotográfico e sábio etnólogo Pierre Verger. Um e outro, o artista com o lápis, o pincel, a goiva, o cientista com a máquina fotográfica, a pesquisa, o conhecimento profundo e a profunda erudição, são hoje os principais preservadores da memória do povo baiano - na arte extraordinária do primeiro, na obra de cientista do segundo. Eis aí dois obás da Bahia.

Carybé e Verger mantiveram presente e eterna a memória da Bahia, apesar da multidão, da degradação, da liquidação persistente e criminosa dos valores de todo tipo de nossa bem-amada cidade: da arquitetura aos costumes, do clima aos trajes, da paisagem às festas e devoções".
Jorge Amado
VERGER, Pierre. Retratos da Bahia: 1946-1952. 3. ed. Salvador: Corrupio, 2002.

"O trabalho fotográfico de Verger, sério e consistente, apoiado na mais  pura intuição, capta o gesto livre do cidadão no seu cotidiano, as festas religiosas, a dinâmica da cidade, o carnaval como a grande festa do povo, a religiosidade e a cultura negra. Com a luz própria e enquadramento clássico, ele deixou uma preciosa iconografia sobre essa cultura. Seu instinto, puramente estético e documental, humanista e social, produziu mais de 65 mil negativos, atualmente depositado na Fundação Pierre Verger, (...) Mario Cravo Neto considera a qualidade fotográfica de Verger comparável apenas à de Cartier-Bresson,(...)".
Rubens Fernandes Junior
FERNANDES JUNIOR, Rubens. Panorama da Fotografia no Brasil [1946-98]. In: ______. Labirinto e identidades: panorama da fotografia no Brasil [1946-1998]. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p. 150-151.

Acervos

Coleção Pirelli/Masp de Fotografias - São Paulo SP
Fundação Pierre Verger - Salvador BA

Exposições Individuais

1992 - São Paulo SP - Brasil África Brasil, Pierre Verger 90 anos, na Pinacoteca do Estado

Exposições Coletivas

1934 - Paris (França) - Coletiva, no Musée Etnographique du Trocadéro
1979 - Salvador BA - Exposição com Mário Cravo Neto, no Museu de Arte da Bahia
1980 - São Paulo SP - Exposição com Mário Cravo Neto, no Masp
1981 - São Paulo SP - Os Deuses Africanos, na Galeria Fotoptica
1992 - Salvador BA - Instrumentos Musicais, no MAM/BA
1992 - São Paulo SP - 2ª Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Lausanne (Suíça) - Coletiva, no Musée de Elisée
1993 - Paris (França) - Coletiva, no Musée National des Arts Africaine e Océanien
1993 - Pequim (China) - Coletiva, no Imperial Palace Exhibition Hall
1993 - São Paulo SP - 3ª Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp
1994 - Londres (Reino Unido) - A hidden view: images of Bahia, Brazil, na Concourse Gallery
1995 - Belo Horizonte MG - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro, no Centro de Cultura de Belo Horizonte
1996 - Bogotá (Colômbia) - Imagenes de Brasil. Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, na Casa do Brasil
1996 - Buenos Aires (Argentina) - Imagenes de Brasil. Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Museo Nacional de Bellas Artes
1996 - Caracas (Venezuela) - Imagenes de Brasil. Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Museo de Arte Contemporáneo de Caracas Sofía Imber

Exposições Póstumas

1996 - São Paulo SP - Exposição Bahia África Bahia, Pierre Verger e Marcel Gautherot, na Pinacoteca do Estado
1999 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1999 - Wolfsburg (Alemanha) - Brasilianische Fotografie 1946 bis 1998, no Kunstmuseum Wolfsburg
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2002 - Salvador BA - O Olhar Viajante de Pierre Verger, no MAM/BA
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Fluxo e Refluxo, na Fnac
2002 - São Paulo SP - O Olhar Viajante de Pierre Verger, no Centro Cultural Fiesp
2002 - São Paulo SP - Visões e Alumbramentos: fotografia contemporânea brasileira da coleção Joaquim Paiva, na Oca
2003 - São Paulo SP - Negras Memórias, Memórias de Negros: o imaginário luso-afro-brasileiro e a herança da escravidão, na Galeria de Arte do Sesi
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - São Paulo SP - 90 Anos de Tomie Ohtake, no MNBA
2004 - Berlim (Alemanha) - Deuses Negros nas Américas, no Museu de Etnologia de Berlim
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Museu Nacional de Belas Artes - MNBA
2004 - São Paulo SP - Pierre Verger: 66 imagens, na galeria Luisa Strina  
2005 - Buenos Aires (Argentina) - Pierre Verger: retrato da América do Sul, no Museu Hispoamericano Fernándes Blanco
2005 - Salvador (Bahia) - Música & Transe: Homenagem a Pierre Verger e Jean Rouch, no teatro IRDEB
2005 - Santiago do Chile (Chile) - Pierre Verger: Espelho das Culturas, no Centro Cultural las Condes
2006 - São Paulo SP - O Brasil de Pierre Verger, MAM/SP 
2006 - Rio de Janeiro RJ - O Brasil de Pierre Verger, no MAM/RJ
2006 - Belém PA - Salão Arte Pará
2006 - Salvador BA - África Bahia, na Galeria Pierre Verger  
2007 - São Paulo SP - Arte-Antropologia, no MAC/USP 
2008 - Brasília DF - Fluxo e Refluxo, na chapelaria do Senado Fereral
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, no Instituto Tomie Ohtake 
2008 - São Paulo SP - O Japão de Pierre Verger - Anos 30, no  Conjunto Cultural da Caixa  
2008 - Salvador BA - Pierre Verger e o Mar, na  Fundação Pierre Verger

Fonte: Itaú Cultural

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