OsGemeos (1974)
OSGEMEOS (Gustavo e Otávio Pandolfo), nascidos em 1974, são artistas brasileiros reconhecidos mundialmente por seu estilo único e vibrante. Desde a infância, mostraram um talento excepcional para criar e transformar, explorando a construção de universos fictícios com uma precisão meticulosa. Desde os três anos de idade, desenhavam incessantemente, compartilhando folhas de papel e temas em comum. Esse ambiente criativo foi fomentado pela família, composta por outros artistas, como o irmão Arnaldo e a mãe Margarida, além do incentivo do pai e avós.
O graffiti entrou na vida de OSGEMEOS em 1986, quando ainda moravam em São Paulo. A chegada da cultura hip hop no Brasil proporcionou aos jovens irmãos uma nova forma de expressão, e, com apenas 12 anos, começaram a pintar os muros da cidade, improvisando técnicas e criando sua própria linguagem visual. A cidade e suas ruas foram essenciais para o desenvolvimento de seu estilo único, utilizando materiais improvisados como tintas de carro e desodorantes para criar traços inovadores.
A partir da adolescência, o graffiti tornou-se uma válvula de escape para os irmãos, permitindo a criação de um mundo imaginário, o universo de Tritrez, povoado por personagens amarelos que refletem a magia e a sintonia entre todos os seus elementos. A obra de OSGEMEOS mescla o folclore brasileiro com elementos da arte urbana, resultando em pinturas e instalações oníricas que misturam figuras surrealistas e padrões multicoloridos.
Em 1993, a visita do grafiteiro Barry McGee ao Brasil abriu novas perspectivas para os irmãos, que passaram a enxergar a possibilidade de viver exclusivamente da arte. Em 1995, realizaram sua primeira exposição conjunta no MIS, e, um ano depois, começaram a apresentar suas obras em espaços alternativos como a Vila Madalena. A carreira internacional de OSGEMEOS ganhou impulso com uma exposição em Munique, em 1996, e, em 2003, realizaram sua primeira mostra solo em São Francisco, o que consolidou sua posição no mercado de arte contemporânea. Em 2005, ingressaram na galeria Deitch Projects, em Nova York, um marco significativo para sua carreira.
Com o reconhecimento internacional, OSGEMEOS expandiram sua arte para além das paredes e ruas, criando esculturas e instalações tridimensionais que preservam os elementos detalhados e lúdicos de suas obras. Em 2007, realizaram uma grandiosa pintura no castelo de Kelburn, na Escócia, e, em 2008, decoraram a fachada do prédio Tate Modern, em Londres. Um dos momentos de maior destaque foi em 2008, quando coloriram o famoso mural de Keith Haring em Nova York, sendo elogiados pela crítica como criadores de um “mural fantástico e épico”.
A obra de OSGEMEOS é um convite para entrar em um mundo de imaginação e humor, onde a realidade se mistura ao surreal, e a criação é limitada apenas pela fantasia. Seus trabalhos continuam a inspirar e encantar, levando a arte urbana para os maiores centros culturais do mundo.
Curiosidades
Conhecidos mundialmente como OSGEMEOS, os irmãos gêmeos Gustavo e Otávio Pandolfo são grafiteiros de São Paulo, Brasil, cujo estilo inconfundível com personagens de pele amarela conquistou reconhecimento internacional. Este livro é um catálogo ilustrado da exposição intitulada The Flowers in this Garden were Planted by my Grandparents (As flores neste jardim foram plantadas por meus avós), realizada no Museu Het Domein Sittard, na Holanda, em 2007.
A publicação apresenta as obras de OSGEMEOS e de outros artistas, acompanhadas de fotografias que capturam momentos marcantes e fontes de inspiração, além de retratar a interação dos irmãos com amigos e estranhos. O livro oferece uma visão única sobre o processo criativo da dupla e os elementos que influenciam seu trabalho.
Entrevista
Após passar por Curitiba e Rio de Janeiro, a exposição Vertigem, da dupla de grafiteiros Os Gêmeos, chega a São Paulo com obras feitas especialmente para a ocasião. De sábado (24) a 13 de dezembro, o Museu de Arte Brasileira da FAAP recebe os grafites dos irmãos Otávio e Gustavo, que em entrevista para o Virgula falaram sobre seu repertório, a crescente aceitação da arte urbana e até sobre o controverso caso da gaúcha Carolina Pivetta condenada por ter pichado as paredes da 28ª Bienal. É triste e muito injusto. Na real, foi a única coisa bacana que aconteceu nesta Bienal, que por sinal foi uma vergonha! Vergonha para o Brasil e para os artistas brasileiros por aceitarem isso, um espaço vazio, lamentam os artistas sobre o episódio. Na real, a ação dos pixadores foi o que levantou o Ibope deste espaço vazio, caso contrário estaria esquecido, acreditam. Confira a entrevista com a dupla na íntegra: Virgula: Quando vocês começaram a grafitar, quais eram suas referências de arte? Os Gêmeos: Nós começamos a grafitar no início dos anos 80, no bairro do Cambuci em São Paulo. Na época, nossas referências eram a cultura hip hop, mas logo fomos buscando outras influências, como a própria cultura brasileira, folk art, arte popular, nossos sonhos, Tritrez e a cidade. As viagens também influenciaram muito o nosso trabalho.
O que estimulava vocês?
A necessidade de expressar através de nossa arte é a nossa ferramenta, nossa maneira de dizer as coisas, de dizer o que gostamos e o que não gostamos, de criticar, questionar, reivindicar, transformar. Viver, amar, familia, amor, amigos, a cidade, improviso, caos, sexo, desenhar, grafite, Deus, natureza....
Quem são essas figuras que vocês gostam de pintar? Qual a inspiração por trás delas?
São personagens desse nosso mundo chamado Tritrez. Mundo que vivemos dentro de nossas cabeças... Às vezes, pintamos personagens que retratam o cotidiano, situações que fazem parte de nosso dia a dia, situações com que as pessoas se identificam. Mas, na maioria das vezes, pintamos personagens de um mundo muito longe daqui em uma outra dimensão, em equilíbrio constante com o céu alaranjado e a brisa suave do orvalho soprado dos ventos que vêm às vezes do sul um lugar onde os vagalumes iluminam a noite, e os peixes bioluminescentes iluminam os mares.
Por que tantos de seus personagens têm esse tom de pele amarelado?
Porque existe um céu alaranjado lá em cima por trás das nuvens cinzas...
De todas as intervenções que já fizeram, em trem urbano, muros, paredes de prédio, quais os pontos altos de sua carreira?
Achamos que todos os momentos são especiais, mesmo aquele em que você está descobrindo, abrindo portas, conquistando, defendendo, doando... Sempre existirá um momento mágico, acho que é muito do estar bem com você mesmo. É saber que Deus preparou tanta coisa na nossa vida. Pintar é só uma consequência disso que esta dentro de nós, essa essência sempre estará lá. É aquela coisa de você estar feliz e bem com uma simples caneta Bic e um pedaço de papel. Nós já fizemos muitos projetos maravilhosos, adoramos todos. Todos têm seu momento de êxtase, de equilíbrio. Podemos citar os últimos três (Tritrez), que acho que foram muito importantes para nós: tour com Slava Polunin, no Haway Burning Man 2009 e o encontro com Mark Bode.
Vocês acham que a arte urbana perde um pouco da graça numa galeria de arte tradicional?
Como diz o nome, a arte urbana grafite deve estar na rua. O que fazemos nas galerias não é grafite.
O grafite/arte de rua virou a cara de São Paulo? Vocês acham que as autoridades de SP hoje entendem o grafite e o apoiam como se deveria?
O grafite em São Paulo sempre foi visto como arte pela sociedade, até mesmo na época do Jânio Quadros, que odiava grafite. Muita coisa mudou, a cidade, seus filhos mudaram, as manias e improvisos da cidade mudaram, as leis, a desorganização. O grafite resiste há mais de 20 anos, mesmo mudando a prefeitura de quatro em quatro anos, sempre esteve vivo e lutando para sobreviver mais um dia na rua... A atual prefeitura vem reconhecendo que esta arte faz parte de nossa cidade, é internacionalmente reconhecida e que devemos preservá-la, é uma luta muito grande, nós, Os Gêmeos, já tivemos várias reuniões com eles para tentar preservar os grafites que estão na rua, e eles sempre nos receberam de portas abertas. Mas, às vezes, quando estamos quase conseguindo parar o tal caminhão do cinza, acontece alguma coisa e eles são obrigados a irem lá e apagar de novo. É triste. Mas existem pessoas boas e muito inteligentes dentro da atual Prefeitura que deram o devido valor a esta arte e que passaram a respeitá-la e preservá-la.
Existe algum traço comum que vocês identificam na arte urbana de SP, quando comparada à arte urbana de outras cidades?
Sim, quase tudo. Desde o estilo (desenho) às formas de pintar, técnicas, leis...
Que acham da condenação de quatro anos de detenção dada à pichadora da Bienal, Carolina Pivetta?
Muito Brasil isso, né? É triste e muito injusto. Na real, foi a única coisa bacana que aconteceu nessa Bienal, que por sinal foi uma vergonha! Vergonha para o Brasil e para os artistas brasileiros que aceitarem isso, um espaço vazio. Como alguém que só pode ser alguém deixa um espaço inteiro vazio e chama isso de arte? Na real, a ação dos pixadores foi o que levantou o Ibope deste espaço vazio, caso contrário estaria esquecido. Com tantos artistas bons, como pode alguém aceitar uma proposta como essa da Bienal? Cadê a criatividade? Cadê o talento? Conceitos são portadores de significados, que significado foi esse então? Está tudo errado!
O brasileiro entende melhor o grafite hoje em dia?
Sempre entendeu, mas hoje tem mais foco por conta de suas conquistas e reconhecimentos internacionais.
Um gêmeo poderia descrever o outro para a gente?
Um gêmeo é o outro gêmeo e vice e versa.
Como a arte brasileira (arte de rua) é vista lá fora?
Digo arte brasileira feita por brasileiros e ainda com reflexões da cultura social brasileira.
Eles [os gringos] são bem críticos em relação a isso, pois estão há mais de 30 anos expondo arte de rua. Porém, para se conseguir um lugar neste mundo, tem que ser bom, ter conteúdo, estilo, ser diferente. Lá fora tudo se descarta muito rápido. Para permanecer, tem que realmente ser bom. Mas de um modo geral é muito bem visto e aceito.
Curiosidades
Grafitagem no trem da Vale é a ação de mais uma edição do Projeto WholeTrain Os vagões do trem de passageiros da Estrada de Ferro Carajás (EFC) estão de visual novo. Eles foram grafitados pelos irmãos Gustavo e Otávio Pandolfo, conhecidos como Osgemeos. A ação é a mais recente edição do Projeto WholeTrain, que leva a arte da dupla e de seus parceiros a ferrovias de diferentes cantos do país desde 2002. A iniciativa da Fundação Vale em levar o trabalho de Osgemeos para a EFC, que liga Parauapebas (PA) a São Luís (MA), faz parte de sua estratégia de ampliar o acesso à cultura nos territórios onde a Vale está presente. A proposta do WholeTrain é usar vagões como suporte para a arte urbana, promovendo assim uma exposição itinerante ao longo dos 892 km da EFC, que corta ao todo 25 municípios entre os dois Estados. Além de ver os carros grafitados pelo WholeTrain, professores e estudantes das cidades de Alto Alegre do Pindaré, Açailândia, Marabá e Parauapebas poderão participar de oficinas de arte-educação inspiradas no projeto e alinhadas à iniciativa da Fundação Vale de estreitar o contato de crianças e adolescentes com a arte. O projeto WholeTrain faz parte de uma parceria entre a Fundação Vale e Osgemeos, com patrocínio da Vale, que teve início com a exposição Fermata, realizada entre outubro do ano passado e fevereiro 2012 no Museu Vale, em Vitória (ES). O projeto também já passou pelas cidades de São Paulo, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, João Pessoa e Natal. Na EFC, Osgemeos foram acompanhados por outros sete artistas urbanos.
Entrevista ao Bomb
Otávio e Gustavo Pandolfo, OSGEMEOS aka, são gêmeos idênticos, cujo trabalho um pode ter chegado através sem saber, em um de maneira apressada em outro lugar. Esta não é uma hipérbole, graffiti e murais de osgemeos existir ao redor do globo: na sua nativa São Paulo, Atenas (onde criaram um mural para os Jogos Olímpicos de 2004), Berlim, Barcelona, Escócia, San Francisco, Los Angeles, Coney Island, e até Williamsburg. OSGEMEOS contornar as armadilhas da cultura de rua por não discriminar entre as paredes interiores e exteriores. Eles são tão confortável deixando sua marca nas ruas como eles estão fazendo pinturas sobre madeira e tela para ser exibido em galerias, e abater suas imagens tanto de arte marginal, o folclore brasileiro e da cultura do hip-hop mundial, a partir de sua própria mitologia privada. Sua produção multifacetada, que inclui esculturas e instalações, faz todo o sentido do mundo: a sua é uma prática artística vezes dois.
Você estudou arte? Como você começar a fazer graffiti? Fez um contexto particular inclinação você para intervir no espaço público, em outras palavras, se você pretende envolver-se em uma forma de crítica social?
Tivemos uma escolaridade até o ensino médio e começou a estudar arte em nossa própria quando tinha cinco anos de idade. Foi a maneira que nós nos divertir na rua, a maneira como iria jogar fora. Tudo foi sempre muito intenso e vibrante. Usando o espaço público era a nossa maneira de dialogar, direta ou indiretamente, com outras pessoas. O simples ato de interferir no espaço público já implicou uma crítica, mudando alguma coisa. Ninguém tinha para nos dizer o que fazer ou quando e onde fazê-lo. É aquela velha história, se você não usar a rua ele vai acabar te usando. No Brasil, há uma série de coisas que precisam ser ditas e exposto: não há violência, a corrupção, a falta de segurança. Muito pouco é feito para mudar as coisas. Parece que as pessoas no Brasil ou acomodar-se à realidade, fugir ou fingir que não vê. Para intervir no espaço público era a nossa maneira de falar.
Há uma grande tradição de pintura mural em toda a América Latina. Você pode nos dizer sobre a iconografia que você usa, as representações do folclore brasileiro em suas imagens? Como você chegou a sua visão?
Brasil é um país que não tenha sido totalmente descoberto. Hoje ele ainda está sendo saqueada, usado, vendido. No meio de milhares de problemas, as pessoas aprenderam a ser feliz, a aceitar certas condições e rejeitar outros, para ser radical com relação a algumas questões e manter o silêncio sobre os outros. O Brasil é um país de sangue quente, onde, como se costuma dizer, de acordo com este modo de vida, aprendemos a improvisar um não precisa de muito para ser feliz.: Um problema sério pode se transformar em uma piada, piadas podem virar em problemas. O nosso é um país em que as pessoas aprenderam a fazer muito com muito pouco. Para improvisar é a melhor maneira de fazer arte. América do Sul vive da improvisação. O Brasil é um país de grande miscigenação de povos, raças, crenças, folclore, cultura popular, alimentos, etc. É como se houvesse muitos mundos dentro de um mundo maior chamado Brasil.
Em muitas de suas pinturas, em vez de encontrar as grandes figuras heróicas de murais tradicionais, encontramos um pouco diminuídos figuras masculinas. Por quê?
Você sabe como antes de dormir você abre seu diário e você escrever o que você fez, como o seu dia foi, seus pensamentos, seus desejos e tristezas? Você deixá-lo no travesseiro e dormir. No dia seguinte você decidir abrir seu diário e mostrar tudo o que tenho sentido a toda a sua família, seus amigos, conhecidos e estranhos. Felizmente, a cada dia que passa é mais um dia em que o diário chamado vida. Acreditamos no caminho que decidiu seguir. É como se estivéssemos vivendo dentro de um jogo, 24 horas por dia. Não importa o que acontece, o show deve continuar: Às vezes estamos rindo, mas com vontade de chorar e outras vezes estamos chorando, mas sinto vontade de rir, às vezes gritamos em silêncio, às vezes, falamos para as paredes, às vezes ouvimos, às vezes nós &lsquoestá feliz e às vezes estamos tristes, às vezes estamos distantes de tudo. A pintura é muito parecido. Ela pode ser interpretada de mil maneiras diferentes, e que lhe dá liberdade para jogar. Nós descobrimos que o nosso modo de manter um diário foi através da pintura, fazendo esculturas e de construção.
Você lê quadrinhos? Suas imagens trazê-los à mente, embora eles também se relacionam com a cultura vernacular.
Temos milhares de influências. Cada segundo de cada hora de cada dia nos é apresentado com informação: filmes, aromas, gostos, etc, que nos inspiram. Nós vamos te contar uma história: um dia nós em nosso estúdio esperando para ver algum tipo de luz, e nós vimos, da janela, esta luz que vem até nós e se aproximando. Meu irmão pegou minha mão e disse: Vamos. Abrimos a janela e vi um caminho e sabia que tinha que segui-lo sem medo. Quando você realmente acredita que pode voar, você é capaz de voar!
Como Vik Muniz, disse sobre o seu trabalho, no deslocamento, desafia as noções de que rua e arte dizer. Parece que brotam de uma interação intensa entre alta cultura e popular, bem como de uma necessidade de percepções ponte de cultura, classe e valor estético. Você parece ser tão confortável na rua, como no circuito de galeria comercial. Já houve qualquer debate em torno de seus exibindo pinturas reais em galerias? Você ainda está fazendo graffiti?
Nós tivemos a oportunidade de aprender, ver e refletir a partir de ambos os lados, podemos chegar a nossas próprias conclusões. Nós aprendemos a não nos iludir e outros com olhos doces não idolatrar nossa própria arte. Aprendemos a procurar um equilíbrio na nossa produção, para que o nosso trabalho pode participar desses dois mundos muito diferentes. Durante muito tempo o nosso graffiti era parte da cena urbana e estava sempre no meio de pessoas: pobres, ricos, felizes, tristes, pessoas distraídas. As pessoas passavam por nossas pinturas e às vezes os notou, mas muitas vezes não. Para entrar no cenário da arte contemporânea foi divertido, talvez mais porque o nosso primeiro show foi com uma galeria Deitch Projects, dos EUA, em Nova York. Alguns anos depois, tivemos o nosso primeiro show em São Paulo, no Vilaça Fortes Galeria. Pessoas de todas as classes sociais visitaram o nosso show. Crianças veio. Foi divertido e bom de estar perto e experimentar coisas de perto, de longe. . . . Estamos muito entusiasmados com tudo o que nos aconteceu. Sabemos como manter as coisas separadas. O universo da rua não pode ser comparada com a da galeria, no mínimo. É como uma escala. Vamos dar um exemplo: é como mergulho sem um tanque de oxigênio. Você mergulhar na água e encontrar um universo inteiro à espera de ser descoberto, e uma infinidade de coisas bonitas, misterioso e perigoso, mas o seu corpo precisa de algum oxigênio para subir à superfície e olhar para cima e encontrar outra bela, misteriosa e universo perigoso para ser descoberto. Temos muitas ideias e coisas para dizer, e nós estamos gradualmente descobrindo maneiras diferentes de expressá-las.
Vik observou que há uma comunhão perfeita entre o dois de você. O que você cada um contribuir para o processo criativo? Você acha diferente? Alguma vez você quer trabalhar por conta própria?
Todos nós temos a nossa privacidade, por vezes, os nossos gostos diferentes e maneiras de fazer as coisas, mas quando se trata de osgemeos. Nós somos uma única pessoa: Nós criamos um mundo paralelo e vivendo nele, para nós, é completamente natural. Estamos em sintonia 24 horas por dia.
Entrevista a Revista TPM
Por Cirilo Dias Enquanto o nosso querido prefeito Gilberto Kassab insiste em limpar os grafites da cidade de São Paulo com tinta cinza, os grafiteiros Otavio e Gustavo Pandolfo, Os Gêmeos, aportam em Madri para inaugurar mais uma exposição. Sonhei que tinha sonhado traz os famosos personagens de rosto amarelo estampados em portas, armários, utensílios de cozinha, e algumas instalações multimídias. De Barcelona, por telefone, Gustavo Pandolfo trocou uma idéia com a Tpm.
Como foi que surgiu a idéia de realizar esta exposição?
Partiu de um convite da galeria Pilar Parra & Romero. Eles conheceram nosso trabalho através da galeria Fortes Vilaça (São Paulo) e da Deitch Projetc (Nova Iorque). Eles queriam fazer uma exposição nossa na Espanha e foi bem simples. Aproveitaram a época da Feira Internacional de Arte Contemporânea de Madri (Arco). Foi bacana porque além da nossa exposição solo, rolou também no estande deles e da Fortes Vilaça na Arco.
E a inspiração veio de onde?
O tema da exposição é uma frase de uma música do Siba (Siba e a Fuloresta). A gente já vem trabalhando meio que em parceria, fizemos as artes do último disco dele.
E como foi desenhar em móveis, órgãos?
Ultimamente a gente vinha experimentando bastante como usar o tridimensional em nossas obras, e coisas ligas à música. Não tocamos nenhum instrumento, mas gostamos muito de músicas experimentais, do trabalho do Siba e a Fuloresta, que acho que tem uma coisa muito raiz do nosso país, essa coisa de improviso. E o nosso trabalho é influenciado por isso. Na instalação O músico, as pessoas podem ir e tocar o órgão que fica ligado nas caixas de som.
E como foi a repercussão da exposição?
Foi superpositiva. Montamos tudo no sábado, ia abrir na terça-feira, e no sábado mesmo todas as peças já haviam sido vendidas. Como era época da Arco, vários colecionistas do mundo entraram em contato com a galeria e compraram tudo.
E tem previsão dela vir pro Brasil?
Não tem. Parte dessa exposição veio de um museu da Holanda, o Het Domain, e depois iria para Nova Iorque, se todas as peças não tivessem sido vendidas, então vamos montar uma nova lá em julho. No Brasil por enquanto não tem previsão.
E o que você acha dessa atitude da Prefeitura de São Paulo limpar os grafites com tinta cinza?
Achamos bem triste, na verdade. Nosso trabalho nasceu nas ruas de São Paulo. Por causa dele fomos convidados para fazer exposições, reconhecidos pelas pessoas como artistas. Fazemos o mesmo trabalho dentro de galerias de arte contemporâneas, e são vendidos, têm o respeito que tem... E em São Paulo isso passa despercebido. A gente trabalha com uma das melhores galerias da América Latina, que é a Fortes Vilaça, só que a prefeitura não quer saber. O Lorde de Glasgow pede pra você fazer um trabalho num castelo na Escócia, coloca a bandeira do Brasil no topo do castelo, uma puta homenagem para o Brasil, e o próprio Brasil não reconhece isso como arte. Triste, não é? Isto é o retrato de onde a gente vive. Em São Paulo acontece isso porque é o retrato de quem governa, de quem toca a cidade, então é difícil lutar contra isso. A gente sempre fez um trabalho consciente na rua, de não prejudicar ninguém, de querer embelezar a cidade, presentear com arte, cultura. Só que agora existe essa bobeira de apagar e pintar tudo de cinza.
Alguma solução que agrade prefeitura e grafiteiros?
Eu acho que São Paulo deveria ser como sempre foi. Não existir repressão contra esse tipo de arte, pois existem tantos outros problemas mais importantes na cidade para a prefeitura cuidar. Eles estão gastando dinheiro, mão-de-obra e tempo para poder apagar uma obra de arte. Estão apagando o sonho de um cara que sai lá da periferia com esperança de que seu trabalho possa ser visto, como aconteceu com a gente.
Exposições Individuais
2004 Estação da Luz, São Paulo
2005 WaterMill, Robert Wilson Center, Nova York Nike Tour, Fire House, Nova York Milão, Paris National Stadium, Tóquio, Hong-Kong, Londres Creative Time Project, Coney Island Cavaleiro Marginal, Deitch Project Gallery, Nova York
2006 O peixe que comia estrelas cadentes, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo
2007 Desenho, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo As Flores deste Jardim meus Avós Plantaram, Museum Het Domein Sittard, Sittard, Holanda
2008 Galeria Pilar Parra e Romero, Madri Too Far Too Close, Deitch Project Gallery, Nova York Vertigem, Museu Oscar Niemeyer, Curitiba
2009 Vertigem, CCBB Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro MAB Museu de Arte Brasileira, São Paulo Exposições Coletivas 1993 Galeria MIS, São Paulo
1998 Um minuto de silêncio, FUNARTE, São Paulo
1999 Livin Large, Munique ISART, Munique
2000 Graffiti aus São Paulo Brasilien, Die Färberei, Munique Just write my name, Bremen, Alemanha Academie der Kunste, Berlin Agenda 21 project, Hildeshein, Alemanha Galerie Ecureuil, Niort, França Urban Discpline, Hamburgo
2001 50 anos de Bienal de São Paulo, Fundação Bienal, São Paulo Galerie du Jour Agnes B, Paris Mural Global, São Paulo Tokion Store, Nova York Urban Discipline
2001, Hamburgo
2002 Area2010, Sydney, Australia Chromopolis, paneling in Athens Olympic Games, Athens, Greece Area2010, Sydney, Australia Chromopolis, paneling in Athens Olympic Games, Atenas Global Grafitti Art, Anne Moerchen Galerie, Hamburgo I don´t know, Die Faerberei Galerie, Munique Kanvas, Kassel, Alemanha Toleranci, Galerie Ecureuil, Niort, França Schlachthof Cultural Center, Wiesbaden, Alemanha Urban Dicipline, Hamburgo
2003 Break, New Image Gallery, Los Angeles CubaBrasil, Regla, Havana, Piñar Del Rio, Cuba Pavil, Luggage Store Gallery, San Francisco Break, New Image Gallery, Los Angeles, USA CubaBrasil, Regla, Havana, Piñar Del Rio, Cuba Pavil, Luggage Store Gallery, San Francisco, USA
2004 Beautiful Losers: Contemporary ArtStreet Culture, Contemporary Arts Center in Cincinnati Yerba Buena Center for the Arts in San Francisco Regellos, Halle2, Heidelberg, Alemanha Gra(ff)ite, Alhambra, Estados Unidos Montana Shop, Barcelona, Urbis Museum, Manchester, Inglaterra Beautiful Losers: Contemporary ArtStreet Culture, Contemporary Arts Center in Cincinnati Yerba Buena Center for the Arts in San Francisco, USA Regellos, Halle2, Heidelberg, Germany Gra(ff)ite, Alhambra, USA Montana Shop, Barcelona, Spain Urbis Museum, Manchester, UK
2005 Beautiful Losers: Contemporary ArtStreet Culture, Orange County Museum of Art, Newport Beach, Estados Unidos The Smell of the rain, Deitch Project in Miami Art Basel, Miami Beautiful Losers: Contemporary ArtStreet Culture, Orange County Museum of Art, Newport Beach, USA The Smell of the rain, Deitch Project in Miami Art Basel, Miami, USA 2006 9º Bienal de la Havana, Havana Beautiful Losers: Contemporary ArtStreet Culture, Triennale di Milano, Milão Paralela
2006, Parque do Ibirapuera, São Paulo 9º Bienal de la Havana, Havana, Cuba Beautiful Losers: Contemporary ArtStreet Culture, Triennale di Milano, Milan, Italy Paralela 2006, Parque do Ibirapuera,São Paulo, Brasil
2007 Mundo Animal, Escola São Paulo, São Paulo Wakin up Nights, de PuryLuxembourg, Zurique Kunsthalle Barmen, Von Der Heydt Museum Wuppertal, Alemanha Musée International des Arts Modestes (MIAM), Sète, França Mundo Animal, Escola São Paulo, São Paulo, Brasil Wakin up Nights, de PuryLuxembourg, Zurich, Switzerland Kunsthalle Barmen, Von Der Heydt Museum Wuppertal, Germany Musée International des Arts Modestes (MIAM), Sète, France
2008 Imaginary Realities, Max Wigram Gallery, Londres Salon National Des Beaux-Arts, Carrousel du Louvre, Paris When Lives Become Form: Creative Power from Brazil, Museum of Contemporary Art Tokyo (MOT), Imaginary Realities, Max Wigram Gallery, London, UK When Lives Become Form: Creative Power from Brazil, Museum of Contemporary Art Tokyo (MOT), Japan
2009 Nus [Nudes], Galeria Fortes Vilaça & Galeria Bergamin, São Paulo The Portrait Show, Durex Arte Contemporânea, Rio de Janeiro When Lives Become Form: Creative Power from Brazil, Hiroshima City Museum of Contemporary Art, Japão