Oscar Niemeyer

Obras de arte disponíveis

Oscar Niemeyer - Sem Título

Sem Título

serigrafia
1985
50 x 70 cm
Oscar Niemeyer - Até Quando?

Até Quando?

serigrafia
50 x 65 cm
Oscar Niemeyer - Desenho para Projeto

Desenho para Projeto

canetão sobre papel
94 x 64 cm
Oscar Niemeyer - Sem Título

Sem Título

nanquim sobre papel
70 x 100 cm
Oscar Niemeyer - Sem Título

Sem Título

hidrográfica sobre papel
1996
90 x 67 cm

Biografia

Oscar Niemeyer (Rio de Janeiro RJ 1907 - idem 2012)

Arquiteto e urbanista.

Oscar Niemeyer foi um dos maiores arquitetos do Brasil, sua memorável linha de vida e obra que desenharam o Brasil e o Mundo. Confirma-se assim o porquê de ser seguido e louvado por muitos, mas que não desvenda a magia da resistência ao tempo e a incansável vontade de projetar.

Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, em 1934. Nesse ano, passa a freqüentar o escritório do arquiteto e urbanista Lucio Costa (1902-1998). Em 1936, integra a comissão criada para definir os planos da sede do Ministério da Educação e Saúde (MES), no Rio de Janeiro, com a supervisão do arquiteto franco-suíço Le Corbusier (1887-1965), a quem assiste, como desenhista. Baseado no projeto do arquiteto, Niemeyer sugere alterações que são adotadas na construção do edifício. Entre 1940 e 1944, projeta, por encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (1902-1976), o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que se configura como um marco de sua obra, pois rompe com os conceitos rigorosos do funcionalismo e utiliza uma linguagem de formas novas, de superfícies curvas, explorando as possibilidades plásticas do concreto armado. Em 1947, é convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a participar da comissão de arquitetos encarregada de definir os planos de sua futura sede em Nova York. Seu projeto, associado ao de Le Corbusier, é escolhido como base do plano definitivo. No Rio de Janeiro, em 1955, funda a revista Módulo e no ano seguinte começa, a convite do presidente da República, Juscelino Kubitschek, a colaborar na construção da nova capital do Brasil, Brasília, cujo plano urbanístico é confiado a Lucio Costa. Em 1958, é nomeado arquiteto-chefe de Brasília, para onde se transfere e permanece até 1960. Entre os projetos mais importantes de Niemeyer destacam-se o Parque do Ibirapuera, São Paulo, 1951 a sede do Partido Comunista Francês, Paris, 1965 a Escola de Arquitetura de Argel, Argélia, 1968 a sede da Editora Mondadori, Milão, Itália, 1968 e a sede do jornal L'Humanité, Saint-Denis, França, 1987.

Vida de Oscar Niemeyer

1907 - Oscar Niemeyer nasce no Rio de Janeiro a 15 de Dezembro.

“Nasci em Laranjeiras, na Rua Passos Manuel. Uma rua íngreme, tão íngreme que até hoje me espanta como a corríamos de cima para baixo jogando futebol”
Oscar NiemeyerRevista Época, 09/11/1998.

Anos 20 - O Rio, capital do Brasil

“Naquela época áurea, o Rio de Janeiro era a capital do Brasil. Sua noite era uma festa, bares, cafés, cabarés, chorinhos, arrasta-pés! E Niemeyer, a mil, adorava uma seresta…”
“Quando saí de casa e vi como a vida era injusta entrei para o Socorro Vermelho. A gente arranjava roupas e coisas para auxiliar os mais pobres”. (Jornal do Brasil, Caderno B, 11/12/2005) O Socorro Vermelho foi uma organização de apoio a perseguidos e presos políticos e suas famílias, vinculado ao Partido Comunista Brasileiro.

1928 - Casa-se com Annita Baldo e começa a paixão pelo desenho.

Annita era descendente de imigrantes italianos que vieram da província de Pádua. Moça modesta, formosa, católica fervorosa, com quem vive um grande amor e gera a sua primeira filha, Anna Maria Niemeyer. Mesmo sendo ateu, a noiva o leva para a igreja. Como pai de família, vai ajudar o pai na sua tipografia. No meio de papéis e tintas, surge seu talento no desenho.

1929 ~ 1934 - Matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e forma-se engenheiro-arquiteto em 1934.

1932 - Inicia a vida profissional no escritório de Lúcio Costa (1902-1998), arquiteto com o qual, anos depois, criaria Brasília.

1936 - Trabalha com Le Corbusier e Gustavo Capanema e revela-se inovador.

Como estagiário da equipe de Lúcio Costa, Niemeyer trabalha ao lado do arquiteto franco-suíço Le Corbusier (1887-1965) no projeto do novo prédio para o Ministério da Educação e Saúde Pública, no Rio de Janeiro, um marco da arquitetura moderna brasileira.

Apesar de ser um iniciante naquela época, foi Niemeyer quem sugeriu a mudança da altura dos pilotis de quatro para dez metros à equipe. Sua proposta foi acatada com sucesso.

1937 - Projeta a Obra do Berço, no Rio de Janeiro, seu primeiro projeto construído

1938 - Projeta a Casa de Oswald de Andrade, São Paulo e um pequeno hotel na cidade de Ouro Preto-MG, com traços muito semelhantes aos que utilizaria no projeto do Catetinho anos mais tarde.

1940 - Faz o projeto do Conjunto de Pampulha, Belo Horizonte

A convite de Juscelino Kubitscheck (1902-1976), então prefeito de Belo Horizonte, faz o projeto Conjunto da Pampulha, a primeira obra de impacto do inventivo arquiteto, com áreas abertas e vias de acesso, as obras se dariam em volta de um lago artificial. O programa envolve um casino, um clube, um salão de dança, uma igreja e um hotel, mas o último não chega a ser construído. Para a execução da obra, Niemeyer conta com a colaboração do engenheiro de estruturas, e também poeta, Joaquim Cardoso (1897 – 1978) e do paisagista Burle Marx (1909 – 1994).

1942 - Casa da Lagoa Rodrigo de Freitas

1945 - É convidado para projetar o Edifício da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, juntamente com outros arquitetos internacionais e filia-se ao Partido Comunista Brasileiro.

Além disto, na época em que os americanos e russos vencem a Alemanha nazi, Niemeyer filia-se ao Partido Comunista Brasileiro, próximo da linha política russa, do qual irá se retirar em 1990, junto de Luiz Carlos Prestes.

1951 ~ 1955 - Parque do Ibirapuera, SP

Surge para comemorar os 400 anos da cidade de São Paulo, símbolo da modernidade brasileira, o segundo grande projeto de Niemeyer, encomendado pelo governo de São Paulo. Tal projeto busca dar à cidade uma grande área verde, com lugares para exposições e lazer, juntando arquitetura e paisagismo modernos. O uso das curvas acentua a “leveza” das construções. Tanto na Marquise do Ibirapuera assim como no interior do Prédio da Bienal.

A construção da icônica Casa das Canoas, onde Oscar Niemeyer morou com a sua família durante muito tempo inicia-se neste ano e está localizada na Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro.

“Minha preocupação foi projetar a residência com inteira liberdade, adaptando-a aos desníveis do terreno, sem o modificar, fazendo-a em curvas, de forma a permitir que a vegetação nela penetrasse, sem a separação ostensiva da linha reta. E criei para as salas de estar uma zona em sombra, para que a parte envidraçada evitasse cortinas e a casa ficasse transparente como preferia.”
Oscar Niemeyer

1954 - Participa do projeto de um conjunto de edifícios para o bairro Hansa, como parte do programa de reconstrução de Berlim ( Alemanha ).Projeta o Museu de Caracas na Venezuela.

1955 - Funda a revista Módulo no Rio de Janeiro

1956 - Brasília: Niemeyer é convidado por JK para juntos criarem “a mais bela capital do mundo”.

Juscelino Kubitshek (JK) é eleito Presidente do Brasil. Sua vontade principal é mudar a capital, então no Rio de Janeiro, do litoral para o centro do país, já prevista na primeira Constituição do Brasil.

Assim, elaborado pelo arquiteto junto de Israel Pinheiro e Ernesto Silva, é lançado o edital do concurso de um Plano Piloto para Brasília em setembro de 1956. Tal plano deveria propor todo o urbanismo da cidade, mas não previa o projeto dos edifícios públicos. Lúcio Costa é o vencedor do concurso.

“(…) Quando Juscelino transformou-se Presidente da República, ele já tinha um arquiteto no bolso, era Oscar Niemeyer. Era um arquiteto previamente escolhido. Isto quer dizer que o concurso foi somente na parte de urbanismo da cidade, o Plano Piloto. Eu elaborei o Plano Piloto. Eu não pretendia participar do concurso, mas, no meio do prazo, eu tive uma ideia, achei que valia a pena e concorri.” (Lúcio Costa – Entrevista à professora Ana Rosa de Oliveira, em 1992)

Niemeyer projetou diversas obras para a capital brasileira, entre elas podem-se destacar: o Palácio do Planalto, a Catedral de Brasília, o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada, e o Palácio do Itamaraty.

Brasília é como um “resumo” daquilo que o arquiteto já mostrara em seus projetos: o vidro junto ao concreto, a curva, as linhas de prumo, os pilotis e os vãos livres que tornam os prédios leves.

“A monumentalidade nunca me atemoriza quando um tema mais forte a justifica. Afinal, o que ficou da arquitetura foram as obras monumentais, as que marcam o tempo e a evolução da técnica. As que, justas ou não sob o ponto de vista social, ainda nos comovem.”
Oscar Niemeyer

Inaugurada a cidade, vai então coordenar a Escola de Arquitetura da UnB.

1963 - Recebe o Prêmio Lênin da Paz, na URSS. É nomeado membro honorário do American Institute of Architects, dos Estados Unidos.

1965 - O gople militar. Niemeyer pede demissão da UnB e viaja para Paris.

A demissão juntamente com mais 200 professores é causada pelo golpe militar (1964) que torna evidente a dificuldade em viver e trabalhar no Brasil. Viaja então a Paris para visitar a exposição Oscar Niemeyer, l’architecte de Brasília, no Museu de Artes Decorativas do Palácio do Louvre. Recebe a medalha Juliot-Curie e o Grande Prêmio Internacional da Arquitetura e de Arte, da revista L’Architecture d’Aujourd’hui, ambos em Paris.

1967 - Niemeyer vai para o exílio na França.
A ditadura militar dura até 1985. Durante o exílio trabalha em diferentes projetos para vários países. Para isso, ganha do então presidente francês, Charles de Gaulle, uma licença especial para poder trabalhar no país com todos os direitos de um profissional francês.

1971 - Sede do Partido Comunista Francês e primeiros passos no desenho de mobiliário
“Dizem que a minha arquitetura não é funcional. Fiz a sede do Partido Comunista Francês e, dez anos depois, vieram pedir-me para projetar a sede do Humanité. Se não funcionasse, não me chamariam novamente.” (ON, O Estado de São Paulo, 8/11/98)

1972 - Abre seu escritório nos Champs Elysées, em Paris e projeta a Bolsa do Trabalho de Bobigny e o Centro Cultural de Le Havre em França.

O retorno ao Brasil

Anos 80 - Depois de mais de uma década, o arquiteto retorna ao Brasil. Cria o Memorial JK (1980) e o o Museu do Índio (1982), ambos em Brasília, o prédio da Rede Manchete de Televisão(1983).

1983 - Realiza a primeira retrospectiva de sua obra, no Museu de Arte do Rio de Janeiro. Mesmo ano em que projeta com Darcy Ribeiro, o sistema de escola pública chamado de CIEPs ( Centro Integrado de Educação Pública).

1984 - Sambódromo do Rio de Janeiro

1985 - Projeto do Panteão da Pátria na Praça dos Três Poderes em Brasília.

1987 - Ano que projeta o Memorial da América Latina, na cidade de São Paulo, e o edifício sede do jornal I’Humanité, em Paris.

1988 -  Na cidade de Chicago, recebe o Prêmio Pritzker de Arquitetura.

1991 - Projeta o Museu de Arte Contemporânea MAC, no Rio de Janeiro, e o Parlamento da América Latina.

1996 - Projeta o Monumento Eldorado Memória, doado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.

1996 - Museu da Arte Contemporânea de Niterói

“Às vezes um projeto custa a se definir. O terreno era estreito, cercado pelo mar, e a solução aconteceu naturalmente, tendo como ponto de partida o apoio central inevitável. Dele a arquitetura decorreu espontânea como uma flor. A vista para o mar era belíssima e cabia aproveitá-la. E suspendi o edifício e sob ele o panorama se estendeu mais rico ainda. Defini então o perfil do museu.

Uma linha que nasce do chão e sem interrupção cresce e se desdobra, sensual, até a cobertura. A forma do prédio, que sempre imaginei circular, se fixou e, no seu interior, me detive apaixonado. À volta do museu criei uma galeria aberta para o mar, repetindo-a no segundo pavimento, como um mezanino debruçado sobre o grande salão de exposições. E me preocupei com os interiores, desejoso de que fossem bonitos e variados, convidando os visitantes para conhecê-los melhor. No terreno, minha ideia foi acentuar a entrada do Museu, desenhando a rampa externa. Um passeio ao redor da arquitetura. E senti que o museu seria bonito e tão diferente dos outros que ricos e pobres teriam prazer em visitá-lo.”
Oscar Niemeyer

1999 - Projeta, o novo Parque do Ibirapuera, e o Setor Cultural de Brasília.

2000 - Cria o Auditório de Ravello, na Itália. Publica também seu livro de memórias em Londres.

2001 - Projeta o Museu do Cinema Brasileiro no Rio de Janeiro, Museu Oscar Niemeyer em Curitiba e o Acqua City Palace, em Moscou.

2002 - Inaugura o Museu Oscar Niemeyer (MON) Museu do Olho, em Curitiba. Projeta também o Auditório Ibirapuera.

2003 - Projeta o Serpentine Gallery Pavillon, no Hyde Park, em Londres. Inicia em Brasília a construção da Biblioteca Nacional e o Museu Nacional, ambos parte Setor Cultural de Brasília.

2004 - Projeta o Monumento a Paz na cidade de Paris.

2005 - Projeta o Parque Aquático de  Potsdam, na Alemanha, e o Complexo Administrativo da Hidrelétrica de Itaipu.

2006 - Projeta o Centro Cultural Principado de Astúria, em Espanha, e o Memorial Leonel Brizola, no Rio de Janeiro e casa-se novamente.

Niemeyer se casa com Vera Lúcia Cabreira (nascida em 1946), com quem mora num apartamento em Ipanema, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano é inaugurado o Complexo Cultural da República, em Brasília, com o Museu Nacional Honestino Guimarães e a Biblioteca Nacional Leonel de Moura Brizola, formando um dos maiores centros culturais do país.

2007 - Ano de seu centenário, Assume junto com o governador José Roberto Arruda, o compromisso de projetar a sede do Arquivo Público do Distrito Federal e o Museu da Imagem e do Som, ambos na cidade de Brasília. Projeta a Universidade de Ciências e Informática em Cuba e o Centro Cultural em Valparaíso, no Chile.

2008 - Visita a cidade de Brasília, e lança no Museu Nacional o terceiro número de sua revistas de arquitetura ” Nosso Caminho”. Projeta o Teatro Puerto de la Musica de Rosário, na Argentina.

2010 - Cidade Administrativa de Minas Gerais. Curvas, concreto armado e o maior prédio suspenso do mundo. A Cidade Administrativa é considerada o projeto mais ousado de Oscar Niemeyer. A obra, realizada no governo Aécio Neves, abriga as Secretarias e órgãos do Estado e foi inaugurada a 4 de Março de 2010.

2012 - O estado de saúde do arquiteto agrava-se casualmente e e internado várias vezes por deshidratação.

2012 - Morre com 104 anos a 5 de Dezembro.

Depoimentos

"Penso que para ser uma obra de arte, no verdadeiro sentido da palavra, uma obra arquitetural deve, esta é uma condição fundamental, conter um mínimo de criatividade, ou seja, uma contribuição pessoal do arquiteto. Senão, ela se contentará em reutilizar as formas e soluções já conhecidas, produtos de escolas que caem rapidamente no academismo e se encontram ultrapassadas".
Oscar Niemeyer
PETIT, Jean. Niemeyer: poeta na arquitetura. s.l. : Fidia Edizione d'Arte, c1995. p.61.

"Muitas vezes desejei fazer escultura. 'Você é o escultor do concreto armado' me diziam, e eu pensava que um dia isso poderia acontecer. O tempo passou. Nas horas vagas fazia alguns croquis. Pensava em grandes esculturas numa praça qualquer. Abstratas, leves, soltas no ar. Talvez surrealistas, obrigando os que as vissem a pensar um pouco, surpresos, procurando decifrá-las. Aceito tudo que é belo e bem realizado. Entre uma pintura de Picasso e outra de Matisse, por exemplo, encontro sempre o denominador comum da beleza e do talento a caracterizá-las. Gostava das esculturas de Moore e Hepworth, da pureza de Brancusi, das belas mulheres de Despiau e Maillol, das esguias figuras de Gaiacometti, das esculturas gregas e egípcias, da Vitória de Samotrácia, toda feita de beleza e movimento. Um dia conversei com meu amigo Honório Peçanha. Deu-me um saco de barro e um quadrado de madeira com um grande prego. Era o que eu precisava para me iniciar. Nunca os utilizei. Uma autocrítica feroz me tolhia. Mas, quando surgiu o problema do monumento a JK e depois o grupo Tortura Nunca Mais me convocando, não tive coragem de recusar. O homem segue seu destino, satisfeito quando suas convicções e esperanças com ele coincidem. Até hoje só fiz escultura de protesto. A primeira escultura que criei foi o Monumento a JK. O alto fuste que terminando em curvas protege e realça sua figura, esculpida por Honório Peçanha. O objetivo foi contestar a ditadura existente, os mais reacionários obrigando-os a vê-lo todos os dias, sorrindo, vitorioso sobre a cidade que Lúcio inventou e ele construiu. (...) A Segunda escultura que fiz, Tortura Nunca Mais, representa aquele longo e negro período de tortura que pesou durante 20 anos sobre nós. E a imaginei com a figura humana traspassada pelas forças do mal. Uma lança em curva de 25 metros de extensão. (...) A terceira foi a grande mão que desenhei com o sangue a correr até o punho, representando o continente latino-americano, explorado e oprimido. Escultura que, com sete metros de altura, foi enriquecer o Memorial da América Latina, em São Paulo. A quarta foi o monumento pedido pelo Sindicato dos Metalúrgicos, lembrando os três operários mortos pela reação. E o fiz tão contestador que o explodiram, no mesmo dia da sua inauguração. (...) Apesar das ameaças e cartas recebidas, propus que o pusessem de pé outra vez, com as fraturas à mostra e esta frase que redigi: 'Nada, nem a bomba que destruiu este monumento, poderá deter os que lutam pela justiça e liberdade'. E o monumento lá permanece, depois de guardado durante três dias pelos operários da metalúrgica. A Quinta escultura está ligada a fato idêntico. Operários de Ipatinga, mortos numa manifestação pública. E a sexta, solicitada pelo governo do Senegal, constitui uma homenagem aos milhares de negros africanos enviados de Gorée, onde vai ser construído, para os cativeiros da América Latina. Será uma grande placa de concreto, com 80 metros de altura, na qual recortei a figura do escravo, desaparecido naqueles tempos de inqualificável violência".
Oscar Niemeyer
NIEMEYER, Oscar. As Curvas do tempo: memórias. 3. ed. Rio de Janeiro: Pioneira, 1998. pp. 207-210.

Exposições Individuais

1964 - Brasília DF - Oscar Niemeyer, 90 Dias em Israel, no Hotel Nacional
1964 - Rio de Janeiro RJ - Oscar Niemeyer, 90 Dias em Israel
1965 - Paris (França) - Oscar Niemeyer, L'Architecte de Brasília, no Musée des Arts Décoratifs
1969 - São Paulo SP - 70 Projetos Mais Importantes de Oscar Niemeyer, na FAU/USP
1980 - Florença (Itália) - Individual, no Claustro Santa-Croce
1980 - Paris (França) - Individual, no Musée National d'Art Moderne. Centre de Création Industrielle
1980 - Veneza (Itália) - Individual, no Palazzo Grassi
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1986 - Brasília DF - Individual, no Congresso Nacional
1987 - Curitiba PR - Oscar Niemeyer 80 Anos, no Palácio do Iguaçu
1987 - Rio de Janeiro RJ - Oscar Niemeyer 80 Anos, no MAM/RJ
1987 - Turim (Itália) - Oscar Niemeyer Architetto, no Palazzo Vela
1988 - Rio de Janeiro RJ - Oscar Niemeyer: alguns desenhos, um monumento e seu mais recente projeto, na Galeria Anna Maria Niemeyer
1989 - Compenhague (Dinamarca) - Individual, no Dansk Arkitektur Center - Gammel Dok
1990 - Barcelona (Espanha) - Individual, na Fundació la Caixa
1994 - Rio de Janeiro RJ - Como Nasce a Arquitetura, na Fundação Oscar Niemeyer
1995 - Rio de Janeiro RJ - Oscar Niemeyer: desenhos e croquis, na Galeria Anna Maria Niemeyer
1997 - Niterói RJ - Oscar Niemeyer: a arquitetura e a vida, no MAC/Niterói
1997 - Salvador BA - Oscar Niemeyer: desenhos e croquis, na Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Arquitetura
1997 - São Paulo SP - Os Museus de Oscar Niemeyer, no MAM/SP
1997 - São Paulo SP - Oscar Niemeyer 90 Anos, na Fundação Memorial da América Latina
1999 - Niterói RJ - Oscar Niemeyer: esculturas, no MAC-Niterói
2001 - Lisboa (Portugal) - Oscar Niemeyer 2001, no Parque das Nações. Pavilhão de Portugal
2003 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anna Maria Niemeyer
2004 - São Paulo SP - Oscar Niemeyer, no Instituto Tomie Ohtake
2005 - São Paulo SP - Homenagem a Niemeyer: esboços do Memorial, no Memorial da América Latina
2006 - Belo Horizonte MG - Oscar Niemeyer: o poeta da arquitetura, na Fundação Clóvis Salgado
2007 - Belo Horizonte MG - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, na Galeria Alberto da Veiga Guignard
2007 - Belo Horizonte MG - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, no Museu de Arte da Pampulha
2007 - Rio de Janeiro RJ - Oscar Niemeyer 10/100: a produção contemporânea 1996-2006, no Paço Imperial
2008 - São Paulo SP - Coleção Niemeyer, no MAC/USP
2008 - Las Condes (Chile) - La Invención del Tiempo, no Espacio Arte Abierto
2008 - Rio de Janeiro RJ - Oscar Niemeyer: projetos recentes, na Galeria Anna Maria Niemeyer
2008 - Santiago (Chile) - Poética de la Forma, no Museo Nacional de Bellas Artes de Santiago de Chile
2009 - Rio de Janeiro RJ - Oscar Niemeyer 1999-2009, na Galeria Anna Maria Niemeyer

Exposições Coletivas

1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1981 - Brasília DF - Mostra de Artes Plásticas de Arquitetos, no Instituto de Arquitetos do Brasil. Direção Nacional
1983 - Chicago (Estados Unidos) - From Aleijadinho to Niemeyer, no Illinois Institute of Tecnology 
1983 - Nova York (Estados Unidos) - From Aleijadinho to Niemeyer, na ONU
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1986 - Havana (Cuba) - 2ª Bienal de Havana, na Plaza de Armas do Castillo de la Real Fuerza
1988 - São Paulo SP - De Gaudí a Niemeyer, na Traço Galeria de Arte
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil Projects, no P. S. 1
1989 - Genebra (Suíça) - Homenagem aos 40 Anos da Declaração Universal dos Direitos do Homem, no Palácio das Nações
1990 - Brasília DF - Brasília, 30 Anos, na Performance Galeria de Arte
1990 - São Paulo SP - Croquis - a Criação do Arquiteto, no Instituto de Arquitetos do Brasil. Departamento de São Paulo
1991 - Rio de Janeiro RJ - É um Rio que Flui em Nossas Vidas, no Instituto de Arquitetos do Brasil. Departamento do Rio de Janeiro
1992 - Rio de Janeiro RJ - Saudades do Brasil: a era JK, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - Saudades do Brasil: a era JK, no Masp
1993 - La Paz (Bolívia) - 3ª Bienal Internacional de Arquitetura - 1º prêmio
1993 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Latino-Americana de Arquitetura, no Rio Design Center
1993 - São Paulo SP - Mostra Latino-Americana de Arquitetura, no Museu da Casa Brasileira
1993 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de Arquitetura - Sala Especial a Oscar Niemeyer, na Fundação Bienal
1996 - Veneza (Itália) - 6ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza, no Pavilhão do Brasil nos Jardins Giardini - Prêmio Leão de Ouro
1997 - Brasília DF - 10 Anos de Brasília: patrimônio cultural da humanidade, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1998 - Rio de Janeiro RJ - O Rio Jamais Visto, no CCBB
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo. Paratodos, no Itaú Cultural
1999 - São Paulo SP - Década de 50 e seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim, no Paço Imperial
2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - Niterói RJ - A Recente Coleção do MAC, no MAC/Niterói
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc Pompéia
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2004 - Curitiba PR - A Poética da Forma, no Museu Oscar Niemeyer
2004 - Curitiba PR - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Museu Oscar Niemeyer
2005 - Niterói RJ - A Poética da Forma, no MAC/Niterói
2007 - Curitiba PR - Arte no Espaço e no Tempo, no Museu Oscar Niemeyer
2007 - Curitiba PR - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, no Museu Oscar Niemeyer
2009 - Prato (Itália) - After Utopia, no Centro Per l'Arte Contemporanea Luigi Pecci
2010 - São Paulo SP - 41º Chapel Art Show, na Chapel School
2010 - Rio de Janeiro RJ - Acervo, na Galeria Anna Maria Niemeyer
2010 - Veneza (Itália) - 50 Anos Depois de Brasília, no Giardini della Biennale
2011 - São Paulo SP - 7º SP-Arte, na Fundação Bienal

Fontes: Site Oficial do Oscar Niemeyer, Pritzker Prize, Arch Daily e Itaú Cultural.