Nicolas Vlavianos (Atenas, Grécia 1929 - 2022)
Nicolas Vlavianos foi escultor e professor. Entre 1955 e 1956, dedicou-se à pintura sob orientação de Costa Elíades, em Atenas, Grécia. Posteriormente, transferiu-se para Paris, onde estudou escultura na Académie de La Grande Chaumière com Ossip Zadkine (1890-1967) e na Académie Du Feu com Laszlo Szabo (1913-1984). Participou do salão Réalités Nouvelles em 1958 e 1959, na mesma cidade. Estabeleceu-se em São Paulo em 1961. A partir de 1969, passou a atuar como professor de expressão tridimensional na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Foi premiado na 7ª Bienal Internacional de São Paulo, no 1º Salão Esso de Artistas Jovens no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), na 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas em Salvador (Bahia) e no 4º Salão de Arte Moderna em Brasília, nos anos de 1963, 1965, 1966 e 1967, respectivamente.
Entre 1972 e 1988, participou de diversas edições do Panorama de Arte Atual Brasileira no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Recebeu o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 1974 e 2001. No mesmo ano de 1974, também foi premiado no 5º Salão Paulista de Arte Contemporânea. Sua obra foi tema de retrospectivas no Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 1993, e no Museu de Arte Brasileira da FAAP, em 2001.
Comentário Crítico
Nicolas Vlavianos já havia exposto na Réalités Nouvelles, em Paris, dedicada à abstração, quando vem ao Brasil em 1961, para participar da 6ª Bienal Internacional de São Paulo. No conjunto, sua produção escultórica se manterá no limite entre figuração e abstração, que marca o trabalho de muitos artistas brasileiros da época.
O artista produz peças de pequenas dimensões compostas de planos geométricos justapostos, assimétricos e irregulares. O escultor produz ainda a série Personagens, cujas figuras antropomórficas, obras monumentais criadas a partir da oposição entre planos geométricos lisos e dobras do metal, sintetizam sua pesquisa acerca das relações entre indivíduo e máquina. Os Astronautas desenvolvem questões semelhantes. Entretanto, a contraposição apenas entre placas lisas e dobras de metal transforma-se em unicidade dada pelos cubos soldados entre si, lembrando ícones religiosos. Os relevos expressam interesse pela pintura informal do período, em particular, na investigação de texturas e pela presença da gestualidade.
Nos anos 1970, mantém-se o tema da máquina, mas as soluções se diversificam: surgem espécies de engrenagens conjugadas a superfícies hachuradas ou lisas, tubos articulados e incisões serpenteadas que geram ritmo e movimento, como na série Plantas. A tensão entre formas orgânicas e geométricas permanece durante os anos seguintes, com variações formais.
Nos anos 1990, ironicamente, passa a trabalhar com formas que simulam objetos doméstico.
Críticas
"Dentro dessa ótica, poderíamos dizer que a vocação construtiva vem se impondo, também, a Vlavianos, que outrora fazia suas imensas personagens antropomórficas e agora faz impecáveis jogos de ritmos e planos brilhantes e exatos. E sua geometria é, em definitivo, a sensível: não deriva de regras nem de fórmulas, nem de logaritmos ou cálculos, nem de uma nostalgia da ordem absoluta e matemática. Deriva exclusivamente do jogo entre olho e espaço, entre mão e forma, entre intuição, razão e emoção".
Olívio Tavares de Araújo
Araújo, Olívio Tavares de. Vlavianos hoje: Vlavianos sempre. In: Vlavianos, Nicolas. Vlavianos. n.p.
"A escultura de Nicolas Vlavianos consolidava-se numa primeira fase, nos anos 1956-1961, em Paris, quando o artista viajou para o Brasil, radicando-se inesperada e definitivamente em São Paulo. Ele havia deixado a cidade natal, Atenas, em 1956, e, no começo da estada na França, logo renunciava à pintura - sua atividade artística do início - para optar com resolução pela área de expressão tridimensional. Sua obra em metal é hoje vasta, nela incluindo-se etapas em que incorporou diversificadas experiências culturais a um núcleo próprio e coerente de linguagem com as características da escultura internacional da geração a que pertence".
Walter Zanini
Zanini, Walter. O escultor Nicolas Vlavianos. In: Vlavianos, Nicolas. Nicolas Vlavianos. n.p.
Exposições Individuais
1961 - Atenas (Grécia) - Individual, no Instituto Francês
1962 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Seta
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1971 - São Paulo SP - Individual, no MAB/Faap
1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1974 - São Paulo SP - Individual, na Multipla de Arte
1976 - São Paulo SP - Individual, na Multipla de Arte
1976 - Roma (Itália) - Individual, na Embaixada Brasileira
1977 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP
1978 - São Paulo SP - Individual, na Multipla de Arte
1979 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seraphico
1980 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1980 - Recife PE - Individual, na Clementina Duarte
1981 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Guignard
1982 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Kouros Gallery
1983 - Porto Alegre RS - Individual, na Singular
1984 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Kouros Gallery
1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Aktuel
1989 - Nova York (Estados Unidos) - Objects d'Art, na Kouros Gallery
1991 - Ribeirão Preto SP - Individual, no Centro Cultural E. Figueiredo
1993 - São Paulo SP - Retrospectiva: 35 anos de escultura, no MASP
1993 - São José dos Campos SP - Individual, na Fundação Cultural Cassiano Ricardo
1999 - São Paulo SP - Individual, na Multipla de Arte
Exposições Coletivas
1958 - Paris (França) - Artists Grecs de Paris
1958 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles
1959 - Paris (França) - Salon Réalités Nouvelles
1959 - Paris (França) - Salon de la Jeune Sculpture
1960 - Atenas (Grécia) - 6ª Exposição Pan Helênica
1961 - Paris (França) - Salon de la Jeune Sculpture
1961 - Paris (França) - Salon de Mai
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1962 - Jerusalém (Israel) - Grupo Novas Formas
1962 - Haifa (Israel) - Grupo Novas Formas
1962 - Tel Aviv (Israel) - Grupo Novas Formas
1963 - São Paulo SP - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, na Faap
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Aquisição Itamaraty
1964 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAP
1964 - Rio de Janeiro RJ - Coleção E. Wolff, no MAM/RJ
1965 - Belo Horizonte MG - 20º Salão de Arte Moderna - 1º prêmio
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ - 2º prêmio em escultura
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAC/USP - 2º prêmio em escultura
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - Washington (Estados Unidos) - Salão Esso Sul-Americano
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio especial
1966 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Abril, no MAM/RJ
1966 - São Paulo SP - 8 Artistas, na Atrium
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna - prêmio aquisição
1967 - Rio de Janeiro RJ - Salão das Caixas, na Petite Galerie
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - São Paulo SP - Esculturas, na Galeria Mirante das Artes
1968 - Campinas SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC
1970 - São Paulo SP - Exposição ao Ar Livre, na Praça Roosevelt, por ocasião de sua inauguração
1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - São Paulo SP - 6ª Jovem Arte Contemporânea, na MAC/USP
1972 - São Paulo SP - Arte Multiplicada Brasileira, na Multipla de Arte
1972 - São Paulo SP - Múltiplos Brasileiros, na Galeria Múltipla de Arte
1973 - São Paulo SP - 7ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1974 - Genebra (Suíça) - Coletiva, na Galeria Ziegler
1974 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Arte Contemporânea - Prêmio Conselho Estadual de Cultura
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Budapeste (Hungria) - 3ª Bienal de Pequena Escultura - prêmio melhor escultor
1975 - Milão (Itália) - Coletiva, no Museo d'Arte Moderna da Fondazione Pagani
1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1978 - São Paulo SP - 1ª Mostra do Móvel e do Objeto Inusitado, no Paço das Artes
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap
1978 - São Paulo SP - Objeto na Arte: Brasil Anos 60, no MAB/Faap
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuell
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1981 - Guarujá SP - Escultura ao Ar Livre, no Hotel Jequitimar
1981 - São Paulo SP - 13º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAC/USP
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, na Pinacoteca do Estado
1984 - Curitiba PR - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural, na Simões de Assis Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, na MAM/SP
1988 - São Paulo SP - 19º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1990 - São Paulo SP - O Múltiplo na Visão de Baravelli, Marcello Nitsche, Maria Bonomi, Noberto Nicola, Peticov e Vlavianos, na Multipla de Arte
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1993 - São Paulo SP - Aviação e Arte, no Espaço Cultural do Aeroporto de Congonhas
1993 - São Paulo SP - Retrospectiva, no Masp
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Brasília DF - Arte e Espaço Urbano: quinze propostas, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Multipla de Arte
1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Banco Safra
1997 - Washington (Estados Unidos) - A Escultura Brasileira de 1920 a 1990: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID
1997 - São Paulo SP - A Escultura Brasileira de 1920 a 1990: perfil de uma identidade, na Sede do Banco Safra
1998 - Brasília DF - Cien Recuerdos para Garcia Lorca, no Espaço Cultural 508 Sul
1998 - São Paulo SP - A Arte da Escultura no Conjunto Nacional, no Conjunto Nacional
2000 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: da Pinacoteca ao Jardim da Luz, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Arte Hoje, na Arvani Arte
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, na Pinacoteca do Estado
2002 - São Paulo SP - Múltiplos Brasileiros 30 Anos Depois, na Multipla de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc Pompéia
2004 - Campinas SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, no Espaço Cultural CPFL
Fonte: Itaú Cultural