Néle Azevedo (1950)
Néle Azevedo é escultora, artista visual e pesquisadora. Nasceu em 1950, na cidade de Santos Dumont, Minas Gerais. Transfere-se para São Paulo, onde se forma em Artes Plásticas pela Faculdade Santa Marcelina em 1997 e conclui o mestrado em Artes Visuais pela UNESP em 2003, com dissertação dedicada ao projeto “Monumento Mínimo”.
Inicia sua trajetória artística com uma instalação de esculturas de ferro no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, em 1998, e recebe o prêmio aquisição no Salão de Arte de Santo André, em São Paulo. A partir de 2001, desenvolve o projeto “Monumento Mínimo”, realizando intervenções urbanas que subvertem a lógica tradicional dos monumentos públicos, ao usar esculturas de gelo em pequena escala representando cidadãos anônimos. As instalações, que ficaram conhecidas como “Homens Derretidos” (“Melting Men”), propõem reflexões sobre efemeridade, memória coletiva, guerras e mudanças climáticas.
Realiza intervenções em praças e espaços públicos de diversas cidades do Brasil e do exterior, com ações que envolvem dezenas, centenas ou milhares de pequenas esculturas de gelo colocadas no espaço urbano, derretendo diante do público. Essas ações ganharam projeção internacional, sendo apresentadas em países como França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Noruega, Portugal, Cuba e Japão. Em 2014, realiza a instalação do “Monumento Mínimo” na Praça Chamberlain, em Birmingham, Reino Unido, em memória às vítimas da Primeira Guerra Mundial.
Recebe prêmios em Salões de Arte e tem obras incluídas nos acervos do Centro de Arte Contemporâneo Wilfredo Lam, em Havana; da Galeria Sycomore Art, em Paris; e do Museu de Arte Nipo-Brasileira, em São Paulo. Entre outras ações urbanas, destaca-se pelas obras “Glória às Lutas Inglórias” e “Anhangabaú: Um Rio Para os Ausentes”, que também abordam questões históricas e sociais.
Reconhecida por sua abordagem poética e crítica, Néle Azevedo explora a escultura como instrumento de reflexão sobre o tempo, o corpo e o espaço público. Seu trabalho transita entre arte, ativismo e memória, propondo novas formas de diálogo com a cidade e seus habitantes.