Marcelo de Andrade Arruda

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Biografia

Marcelo de Andrade Arruda (São Paulo SP 1967)

Fotógrafo.

Por volta de 1986, começa a fotografar como assistente em estúdios publicitários da capital paulista. Em 1988, freqüenta curso de três meses, promovido pelo Núcleo Permanente de Formação em Linguagem Fotográfica, nas Oficinas Culturais Três Rios, em São Paulo. No ano seguinte, participa da exposição coletiva Jovens Fotógrafos no Museu da Imagem e do Som de São Paulo - MIS/SP com imagens noturnas de bares da cidade. Conclui curso de graduação em artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap em 1996. Recebe o Prêmio Estímulo de Fotografia da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, em 1994, com o ensaio Auto, em que registra São Paulo de dentro de um carro. A partir de então, seus trabalhos questionam a própria natureza da imagem fotográfica adquirindo um caráter metalingüístico. Em 1997, participa de duas mostras que discutem os limites documentais da fotografia: Identidade/Não Identidade, no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, e Fora de Registro, no Museu de Arte Brasileira - MAB/Faap. Com a série O Branco do Olho, é contemplado com o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia da Fundação Nacional de Arte - Funarte, em 1998. Desde 1994 mantém o estúdio Foto Fósforo, e atua na área de publicidade.

Comentário Crítico

A obra de Marcelo Arruda discute a dicotomia entre registro e invenção, subjetividade e objetividade no código fotográfico. Trabalhando com fotografias que são sucessivas vezes re-fotografadas, ele compromete (ou mesmo destrói) a dimensão iconográfica da imagem fazendo com que os resultados remetam a um universo privado ou se pareçam com pinturas abstratas. Embora não faça intervenções em negativos e cópias, assim como outros artistas contemporâneos, retoma as idéias do pictorialismo, movimento surgido no fim do século XIX com pretensão de aproximar a fotografia da pintura e das artes gráficas.

No ensaio Auto, de 1994, o artista documenta São Paulo de dentro de um automóvel incluindo suas janelas e vidros nos retratos das ruas. O veículo remete a uma câmera obscura, pois as janelas em contra-luz lembram o visor de uma máquina. A cidade emoldurada evidencia a separação entre interior e exterior, e os vidros respingados pela chuva borram o registro urbano colocando em questão o caráter especular da foto.

Na série composta de Dora com Unhas Prateadas, 1996, e outras,1 Arruda reflete sobre a identidade da própria fotografia. A primeira foto da série poderia ser confundida com uma pintura abstrata de pinceladas soltas, pois nela vêem-se apenas manchas. O referente é revelado aos poucos em cada foto da seqüência. Por fim, na última delas, é possível reconhecer uma mulher escondendo seu rosto com as mãos e o cabelo e, também, que a imagem é fotográfica.

Nota
1 O conjunto é formado pelas fotos Dora com Unhas Prateadas, Dora com Unhas Pretas, Dora com Unhas Azuis e Dora com Unhas Cor de Laranja, 1996.

Críticas

"A indeterminação de referências foi um critério primário na curadoria desta exposição. As imagens reunidas não permitem uma identificação imediata dos objetos que lhes serviram de modelo. Se por um lado é proposto um repertório visual, por outro não se oferece um domínio objetivo de referências ao qual o espectador possa recorrer em sua técnica habitual de ver fotografias. 
Todas as imagens são, contudo, figurativas. Embora certas fotos sejam compostas por campos de cor ou abandonem a precisão de contornos, não se trata aqui de uma aproximação com a abstração. Mas o que é, então, figurado?".
Eduardo Brandão e Felipe Chaimovich
Fora de Registro, Agosto de 1996.

Exposições Individuais

1995 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Fotoptica
1996 - São Paulo SP - Individual, na Academia Brasileira de Arte
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

Exposições Coletivas

1989 - São Paulo SP - Jovens Fotógrafos, no MIS/SP
1994 - São Paulo SP - São Paulo 440, no Itaú Cultural
1994 - Campinas SP - São Paulo 440 
1995 - São Paulo SP - Auto, na Galeria Fotoptica
1996 - São Paulo SP - Abra, Academia Brasileira de Arte
1996 - São Paulo SP - Novíssimos 96, na Galeria Fotoptica
1996 - São Paulo SP - 8 + 27, no Salão Cultural da Faap
1997 - São Paulo SP - Fora de Registro, no Museu de Arte Brasileira
1997 - São Paulo SP - Identidade/Não-Identidade, no MAM/SP
1997 - Rio de Janeiro RJ - Identidade/Não-Identidade, no Centro Cultural Light
1997 - São Paulo SP - Forma Perversa, na Galeria Luisa Strina
1999 - São Paulo SP - Programa Anual de Exposições de Artes Plásticas, no CCSP
1999 - São Paulo SP - United Artists: Viagens de Identidades, na Casa das Rosas
1999 - São Paulo SP - Fotógrafos e Fotoartistas na Coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo: fotografia contemporânea brasileira, no Espaço Porto Seguro de Fotografia
2002 - São Paulo SP - Fotografias no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP

Fonte: Itaú Cultural