Lucy Citti Ferreira

Obras de arte disponíveis

Lucy Citti Ferreira - Figuras

Figuras

óleo sobre madeira
45 x 36 cm
Lucy Citti Ferreira - Nus

Nus

óleo sobre tela
40 x 33 cm
Lucy Citti Ferreira - Figuras no Jardim

Figuras no Jardim

óleo sobre tela
45 x 60 cm
Lucy Citti Ferreira - Mulheres com Crianças

Mulheres com Crianças

óleo sobre tela
70 x 90 cm

Biografia

Lucy Citti Ferreira (São Paulo SP 1911 - Paris, França 2008)

Pintora, desenhista, gravadora, professora.

Vive a infância e adolescência na Itália e na França com a família. Em 1930, inicia sua formação artística com o pintor francês Andre Chapuy (1885-1941), no Havre. De 1932 a 1934, freqüenta a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], em Paris, época em que expõe no Salão das Tulherias. Regressa ao Brasil em 1934 e no ano seguinte conhece o pintor Lasar Segall (1891-1957), de quem se torna aluna e modelo. Recebe menção honrosa no Salão Paulista de Belas Artes, em 1935, participa do 2º Salão de Maio e realiza sua primeira mostra individual, no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), em São Paulo, e na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, em 1938. Volta a morar em Paris em 1947, e se integra ao grupo de artistas da Galeria Jean Bouchet et Jack. Em 1954, faz exposição individual no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). O Museu Lasar Segall promove a mostra Sombras e Luzes, em 1988, com trabalhos desenvolvidos pela artista após seu retorno à Europa.

Comentário Crítico

Nascida em São Paulo, a pintora Lucy Citti Ferreira passa a infância entre Gênova e Paris, onde cursa a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes]. Volta com a família ao Brasil em 1935, quando, por intermédio do escritor e crítico Mário de Andrade (1893-1945), entra em contato com o pintor Lasar Segall, de quem se torna aluna e também modelo para uma seqüência de retratos. Esse contato marca profundamente sua produção do período; sua obra aproxima-se daquela de Segall, tanto no aspecto formal como em relação à temática, o que faz com que ela seja muito criticada e encontre pouca receptividade no meio artístico em sua época. Como aponta o crítico Geraldo Ferraz (1905-1979), o observador atento percebe, de fato, muitas afinidades entre a obra de Lucy Citti Ferreira e a de Segall, mas também nota que a produção do artista apresenta uma requintada gradação no uso da cor, muito controlada, ao passo que a pintora explora mais a vibração obtida pelas diversas nuances, faz uso de tonalizações e busca outro tipo de atmosfera em suas obras.

Lucy Citti Ferreira viaja novamente para a Europa em 1947, onde fixa residência. De forma geral, sua produção das décadas de 1930 e 1940 permanece esquecida no Brasil e raramente aparece em catálogos de exposições. Como nota a historiadora da arte Vera D'Horta, na França a pintora passa a produzir paisagens quase abstratas, nas quais revela um caráter introspectivo. Em 1988, realiza uma exposição em São Paulo, com obras produzidas desde a década de 1960 e reunidas em duas séries - Paisagens da Lembrança e Memória. Em algumas paisagens predominam formas sinuosas, como em Colina ao Cair da Noite (déc.1970). Já em obras da série Memória, as composições ganham verticalidade, e a artista explora a luminosidade e a transparência, evocando florestas ou ainda interiores de igrejas.

Críticas

"Lucy tem certamente um temperamento de pintora, tal como se realiza nos trabalhos a que agora chegou, pela aquisição tenacíssima e consciente de uma técnica de pintar em que encontraremos tanto o desenho quanto a composição, a cor adequada, um sentido da forma, um cuidado meticuloso na escolha do dado real, e ao contrário de uma pesquisa no plano pictórico exclusivo, uma penetração audaciosa e palpitante na essência vital do objeto plástico tematicamente formulado. O prestígio da pintura de Lasar Segall - a expressão artística mais inteiriça que se desdobrou no país este século, embora suas origens européias - não poderia deixar de influir, na formação da presente expressão plástica de Lucy Citti Ferreira. Não há mal nenhum nessa influência, nem caberá negá-la ou procurar limitá-la. Tal influência serve-nos de ponto de partida para o estudo da pintura de Lucy Citti Ferreira, pois implicou numa mudança, numa alteração das possibilidades que a moça trazia com a sua curta experiência da escola francesa".
Geraldo Ferraz
LUCY Citi Ferreira: sombras e luzes. Apresentação de Maurício Segall. Textos de Jacqueline Kiang, Mário Barata e Geraldo Ferraz. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1988. (XI Mostra do Ciclo de Exposições Momentos de Pintura Paulista).

"Na França, paulatinamente, Lucy foi passando da interpretação do figurativo humano à da paisagem. Massas e linhas delicadas surgem a representar o visível e seus ritmos que, segundo ela acentuou, devem muito na sua sensibilidade à presença do vento que ela capta em algumas obras, do mesmo modo que na paisagem muitos brancos são superfícies de neve que restam no terreno, em que a grandeza do silêncio é intrínseca à própria natureza. Em óleos recentes podem aparecer azuis fortes, que ela trata entre as manchas de luz que tanto marcam a sua índole lírica, nesta fase de paisagista. Esses óleos recentes já caminham, como ritmo e aglutinação das formas, para uma dimensão estética quase que de aquarela. Em vários deles, a sensibilidade de Lucy interpreta um tipo de diluição de formas, mesmo quando mantêm um núcleo central mais sólido".
Mário Barata
LUCY Citi Ferreira: sombras e luzes. Apresentação de Maurício Segall. Textos de Jacqueline Kiang, Mário Barata e Geraldo Ferraz. São Paulo: Museu Lasar Segall, 1988. (XI Mostra do Ciclo de Exposições Momentos de Pintura Paulista).

Exposições Individuais

1945 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Associação Brasileira de Imprensa
1945 - São Paulo SP - Individual, no IAB/SP
1948 - Paris (França) - Individual, na Galeria Jeanne Boucher
1953 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1969 - Anvers (Bélgica) - Individual, na Maison de Rubens
1977 - Paris (França) - Individual, no Chapelle St. Bernard de Montparnasse
1979 - Paris (França) - Individual, no Chapelle St. Bernard de Montparnasse
1988 - São Paulo SP - Sombras e Luzes, no Museu Lasar Segall

Exposições Coletivas

ca.1931 - Havre (França) - Salão do Havre
ca.1933 - Paris (França) - Salão das Tulherias e Salão Grand-Palais
1935 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Belas Artes - menção honrosa
1936 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel
1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, no Esplanada Hotel
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1943 - Rio de Janeiro RJ e São Paulo SP - Exposição de Artistas Brasileiros
1944 - Belo Horizonte MG  - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana
1944 - Londres (Inglaterra) - Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia
1944 - Norwich (Reino Unido) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1945 - Bath (Reino Unido) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery
1945 - Bristol (Reino Unido) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery
1945 - Edimburgo (Reino Unido) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery
1945 - Glasgow (Reino Unido) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Kelingrove Art Gallery
1945 - Manchester (Reino Unido) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Manchester Art Gallery
1945 - Buenos Aires (Argentina) - Pintura Brasileña Contemporânea
1949 - Paris (França) - Artistas Latino-Americanos, na Maison Unesco
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2004 - São Paulo SP - Mulheres Pintoras, na Pinacoteca do Estado
2004 - Brasília DF - O Olhar Modernista de JK, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2006 - São Paulo SP - O Olhar Modernista de JK, no MAB-FAAP
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, na Fundação Bienal

Fonte: Itaú Cultural