José Luis Cuevas

Obras de arte disponíveis

José Luis Cuevas - Sem Título

Sem Título

litogravura197453 x 37 cm
Leilão de Arte Online

Biografia

José Luis Cuevas (Cidade do México, México 1934 -  idem 2017)

José Luis Cuevas foi desenhista, pintor, gravador, escultor, ilustrador e escritor. Um dos mais importantes e controversos artistas mexicanos do século XX. Figura central do movimento conhecido como Generación de la Ruptura, rompeu com a tradição do muralismo mexicano, então dominante, propondo uma abordagem mais pessoal, introspectiva e crítica da realidade humana.

Cresceu em um ambiente modesto, ligado à fábrica de papel e lápis de sua família. Ainda na infância, iniciou os estudos de arte na Escola Nacional de Pintura e Escultura "La Esmeralda", interrompidos em 1946 por uma febre reumática que o deixou acamado por dois anos. Nesse período, desenvolveu técnicas de gravura com orientação de Lola Cueto e iniciou uma trajetória autodidata que influenciaria fortemente sua linguagem artística.

Aos 14 anos, recusou-se a retornar à escola e alugou um pequeno estúdio na rua Donceles, demonstrando desde cedo uma postura independente e provocadora. Ilustrou jornais e livros e chegou a dar aulas de história da arte, mesmo sem formação formal. Um episódio marcante em sua formação foi a visita ao hospital psiquiátrico La Castañeda, onde desenhou pacientes — experiências que marcaram o caráter sombrio e perturbador de sua obra.

Foi um dos primeiros artistas a criticar abertamente o muralismo mexicano, liderado por Diego Rivera, José Clemente Orozco e David Alfaro Siqueiros. Denunciava sua instrumentalização ideológica pelo Estado, chamando-o de "la cortina de nopal" (a cortina de cacto). Em textos como a polêmica Carta a Siqueiros, defendeu a liberdade individual e a subjetividade como fundamentos da criação artística.

Sua postura o tornou um símbolo da modernização das artes visuais no México e o inseriu no contexto internacional do pós-guerra, ao lado de nomes como Francis Bacon, com quem manteve contato. Sua obra é marcada pelo grotesco, pelo expressionismo visceral e por uma representação obsessiva da decadência humana. Retratava corpos deformados, figuras isoladas, prostitutas, loucos, tiranos e cadáveres, rejeitando o ideal clássico de beleza para expor o sofrimento e a marginalidade da existência moderna.

Considerava que sua arte refletia a solidão, a incomunicabilidade e a vulnerabilidade humana. Influenciado por Goya, Kafka, Quevedo, Dostoiévski e o Marquês de Sade, seu trabalho trazia fortes referências literárias e filosóficas ligadas à introspecção e à decadência.

Um traço marcante de sua carreira foi a produção constante de autorretratos, interpretados por alguns como vaidade excessiva. Cuevas, no entanto, via neles uma investigação existencial e um registro de si mesmo. Durante décadas, fotografou-se diariamente, consolidando sua imagem como figura pública no México.

Em 1992, foi inaugurado o Museu José Luis Cuevas, na Cidade do México, no antigo convento de Santa Inés. O espaço abriga uma vasta coleção de obras do artista e de outros representantes da Geração da Ruptura, tornando-se um marco cultural e arquitetônico da capital.

Polêmico, irreverente e excêntrico, autoexilou-se na França entre 1976 e 1979, acumulou desavenças com artistas como Rufino Tamayo e José Chávez Morado e alegava sofrer perseguição por parte de críticos e editores. Atribuía seu "ostracismo forçado" a um complô do meio cultural mexicano, o que reforçava sua imagem de outsider. Foi descrito por alguns como narcisista e paranoico; por outros, como um gênio solitário.

Apesar das controvérsias, permaneceu ativo até o fim da vida, criando, expondo e escrevendo. Publicou colunas como o Cuevario, além de livros, cartas ilustradas e textos críticos.

Exposições Individuais

1953 – Cidade do México, México – Individual na Galería Prisse
1954 – Washington, DC, EUA – Exposição na União Panamericana (OEA)
1955 – Havana, Cuba – Individual na Galería de la Habana
1956 – Caracas, Venezuela – Individual na Galería de Arte Nacional
1957 – Nova York, EUA – Individual na Pan American Union Gallery
1961 – Buenos Aires, Argentina – Individual no Museu Nacional de Belas Artes
1967 – Paris, França – Individual na Galerie Claude Bernard
1970 – Roma, Itália – Individual na Galleria d’Arte Moderna
1974 – Tóquio, Japão – Individual na Tokyo Gallery
1981 – Cidade do México, México – “Señales de vida”, no Museo de Arte Moderno
1984 – Madri, Espanha – Individual no Círculo de Bellas Artes
1987 – Bogotá, Colômbia – Individual no Museo de Arte Moderno
1992 – Cidade do México, México – Inauguração do Museu José Luis Cuevas com exposição permanente
1995 – Cidade do México, México – Mural de Talavera na Zona Rosa
2006 – Colima, México – Instalação da escultura "Figura Obscena"
2008 – Cidade do México, México – Retrospectiva no Museo del Palacio de Bellas Artes
2010 – Mérida, México – Individual no Museo MACAY

Veja também