John Graz

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Biografia

John Graz (Genebra, Suíça 1891 - São Paulo SP 1980)

John Graz foi um pintor, decorador, escultor e artista gráfico suíço que desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento da arte moderna no Brasil. Iniciou seus estudos em 1908 na Escola de Belas Artes de Genebra, onde teve como mestres Eugène Gilliard, Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy. Também foi discípulo de Edouard Ravel, com quem adquiriu uma ampla gama de técnicas e estilos. Entre 1911 e 1913, estudou decoração, design e publicidade na Escola de Belas Artes de Munique, sob orientação de Carl Moos. Retornou a Genebra de 1913 a 1915, período em que conviveu com os irmãos Regina e Antonio Gomide, que mais tarde seriam figuras importantes em sua trajetória.

Durante uma passagem por Paris, entrou em contato com os movimentos de vanguarda europeus, como o cubismo, fauvismo e futurismo, e se familiarizou com a obra de Paul Cézanne. Foi contemplado duas vezes com a Bolsa Lissignol, que lhe permitiu estudar na Espanha. De volta à Suíça, trabalhou como ilustrador em diversos projetos. Em 1920, mudou-se para o Brasil e casou-se com Regina Gomide em São Paulo. Por meio de Oswald de Andrade, integrou-se rapidamente ao meio intelectual paulistano.

Participou ativamente da Semana de Arte Moderna de 1922, onde expôs sete obras, e teve um de seus trabalhos publicado na revista Klaxon, na sétima edição do mesmo ano. Em 1923, colaborou com o arquiteto Gregori Warchavchik em projetos que integravam arte e arquitetura. Atuou como decorador em residências paulistanas, desenvolvendo desde móveis e luminárias até vitrais, afrescos e jardins, sempre com uma abordagem moderna e funcional.

John Graz foi um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM) em 1932 e, na década de 1930, produziu inúmeras capas para a revista Ilustração Artística do Brasil. Formou o Grupo 7 com Regina Graz, Antonio Gomide, Elisabeth Nobiling, Rino Levi, Victor Brecheret e Yolanda Mohalyi.  

Comentário Crítico

Entre 1908 e 1911, John Graz freqüenta cursos de arquitetura, decoração e desenho na Escola de Belas Artes, em Genebra, onde é aluno de Eugène Gilliard (1861 - 1921) e Daniel Baud-Bovy (1870 - 1958). Em seguida, inscreve-se na Escola de Belas Artes de Munique e estuda com o artista gráfico Carl Moos (1873 - 1959). Em viagem a Paris, conhece o escultor Victor Brecheret (1894 - 1955). Em 1913, retorna a Genebra, onde finaliza seus estudos na Escola de Belas Artes. Recebe, por duas vezes, a bolsa Lissignol, que permite sua ida para a Espanha. Nesse país, realiza grandes paisagens, que revelam seu interesse pelas obras de Paul Cézanne (1839 - 1906) e, principalmente, de Ferdinand Hodler (1853 - 1918).

Em Genebra, desenha vitrais e faz ilustrações para cartazes publicitários. Trava amizade com o escritor Sérgio Milliet (1898 - 1966) e conhece Regina Gomide (1897 - 1973) e seu irmão, Antonio Gomide (1895 - 1967), colegas na Escola de Belas Artes. Noivo de Regina, vem ao Brasil em 1920 e casa-se. Integra-se ao grupo modernista de São Paulo, constituído por Anita Malfatti (1889 - 1964), Di Cavalcanti (1897 - 1976), Brecheret e Mário de Andrade (1893 - 1945), entre outros. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna com sete telas. Faz ilustrações para a revista Klaxon, primeiro periódico modernista.

A partir de 1923, executa projetos de decoração de residências: cria inúmeros vitrais e realiza design de móveis e peças como portas, fechaduras, luminárias, tapetes e afrescos. É considerado, com Regina e Antonio Gomide, um dos introdutores do estilo art déco em São Paulo. Trabalha com Gregori Warchavchik (1896 - 1972), recém-chegado ao país, decorando as casas projetadas pelo arquiteto russo. Em 1925, Graz apresenta em São Paulo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção das peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido (1877 - 1950). É inovador na decoração de ambientes. Ao projetar os móveis, prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos. A integração dos elementos é uma característica das casas decoradas por Graz: a mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação. A residência Cunha Bueno (Jardim América) é exemplo do seu pioneirismo: para a decoração, o artista elabora inclusive o desenho geométrico do piso dos jardins. Infelizmente, a incipiência da indústria brasileira impossibilita a transformação dos protótipos de autoria de John Graz em utensílios produzidos em larga escala.

Críticas

"Experiências de abstracionismo, com algumas construções geométricas, ou puramente informal, com a procura da matéria rica, densa, trabalhada. Bem cedo, porém, iria John Graz convencer-se de que esse gênero de pintura não se casava a sua índole pessoal, não correspondia aos seus anseios mais íntimos e profundos. É o próprio pintor quem nos diz que adora o que é vivo, o que respira e se movimenta. O seu caminho, portanto, é o do figurativismo, melhor, do figurativismo narrativo. Aqui é onde sua paleta se expande e não raro esplende. Como na excelente série de flagrantes de feira de São Joaquim, no Recife, com seus mercadores bizarros, o vendedor de pássaros, a graciosa moça da barraca de cesto, colocada no centro da tela, em elegante postura, entre faceira e arrogante; ou ainda a quadra de raparigas, tendo a Igreja Colonial por pano de fundo; como também a praça festiva, de colorido profundo e vivaz, que respira alegria, com seus balões de gás, tão bem integrados na multidão urbana. E muitas outras, de acento local, traduzindo com felicidade a ambiência, a atmosfera tropical".
Paulo Mendes de Almeida
JOHN Graz. São Paulo: Galeria Documenta, 1974.

"Deverei confessar uma surpresa diante dos últimos quadros de John Graz. O artista entregou-se a total diversificação da temática, numa inteira liberdade de opções, que, parece-me nunca atingira. Estamos mesmo diante de um múltiplo repertório que é o que primeiramente causa impacto, pois dá o artista aos seus temas uma primazia inteira, tanto na captação do espaço e sua visualização dentro da tela, como na libérrima colocação, nesses retângulos, de figuras e coisas. Não que a pintura pouco conte, nestas alturas do tempo, para Graz. Ele efetivamente tem a sua palheta e esta é a sua marca, pela tonalidade expressa, toda feita de tons baixos. Assim, quando registra a natureza, a paisagem, a fauna, terras e objetos, condiciona-os a uma luz que não faz concessão alguma aos tropicalismos. Ao contrário, numa contenção vigilante, natural nele, o pintor se limita a prestar uma homenagem ao espetáculo cambiante da terra, da fauna e da flora, sem ceder um milímetro ao colorido. Seu verde é dele mesmo, como os seus terras, os seus vermelhos, os seus azuis. (...)"
Geraldo Ferraz
JOHN Graz: obras selecionadas. Apresentação de Geraldo Ferraz. São Paulo: R&R Camargo Arte, 1976.

"Todos os quadros apresentados por John Graz na exposição do Municipal tinham sido realizados ainda na Europa, em Geneve, sendo dois dentre eles (Paisagem na Espanha) feitos no decorrer de sua bolsa de estudos . Uma certa transfiguração hodierna transparece em suas telas Retrato do Ministro Gomide e, de maneira mais incisiva, Paisagem Suíça, onde é bem evidente o esquema de composição baseado em linhas paralelas horizontais. Uma forte estruturação está presente nas duas paisagens espanholas, sobretudo naquela que focaliza a ponte de Honda, onde a preocupação tectônica se casa com uma sensível alteração cromática, que ganha em dramaticidade. Indiscutivelmente, ao lado de Anita Malfatti, qualitativamente John Graz se colocava, nesta exposição, juntamente com Vicente do Rego Monteiro, como um dos pintores mais interessantes da Semana de Arte Moderna".
Aracy Amaral
GALLAS, Alfredo G. (coord. ). 100 obras Itaú. Prefácio e apresentação Pietro Maria Bardi. São Paulo: Itaugaleria, 1985. 210 p. il. color.

Exposições Individuais

1920 - Lausanne (Suíça) - Individual, na Sociedade de Arquitetos Pintores e Escultores de Lausanne
1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus
1970 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus
1970 - São Paulo SP - John Graz. Retrospectiva, no MAB/Faap
1971 - Santos SP - Individual, no CCBEU
1974 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1974 - São Paulo SP - John Graz: retrospectiva, no Masp
1975 - Santos SP - Individual, no CCBEU
1976 - São Paulo SP - Individual, na Azulão Galeria
1976 - São Paulo SP - John Graz: obras selecionadas, na Camargo Arte
1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal
1979 - Londrina PR - Individual, na Galeria Via Duomo
1980 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1920 - São Paulo SP - Regina Gomide Graz e John Graz, no Salão do Cinema Central
1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Arte Moderna da SPAM
1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - John Graz e Antonio Gomide, na Rua Barão de Itapetininga
1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1975 - São Paulo SP - O Terceiro Ciclo de Pintura Brasileira, no Museu Lasar Segall
1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - A Família Graz-Gomide: o art-deco no Brasil, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional 76, na Fundação Bienal
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Brasil Arte 1922/77, na Galeria de Arte Portal

Exposições Póstumas

1980 - São Paulo SP - John Graz: reminiscências do modernismo, no Paço das Artes
1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico
1981 - São Paulo SP - John Graz, Victor Brecheret e Guilherme de Almeida, no Metrô
1982 - São Paulo SP - 60 Anos da Semana de Arte Moderna, no Centro Campestre do Sesc
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - John Graz, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1990 - São Paulo SP - Mobiliário Modernista 1º Tempo, na Associação Pró Parque Modernista
1991 - São Paulo SP - John Graz e o Design, na Associação Pró Parque Modernista
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - São Paulo SP - Óleos e Papéis: 1920 a 1970, na Espaço de Arte José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, na MAB/Faap
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - São Paulo SP - John Graz Retrospectiva, no Masp
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, Galeria de Arte do Sesi
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Década de 50 e seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Café, no Banco Real
2000 - São Paulo SP - Um Certo Ponto de Vista: Pietro Maria Bardi 100 anos, na Pinacoteca do Estado
2000 - Valência (Espanha) - Brasil 1920-1950. De la Antropofagia a Brasilia, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no Museu de Arte Brasileira
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP

Fonte: Itaú Cultural

Mais informações sobre o artista podem ser encontradas no site do Instituto John Graz. www.institutojohngraz.org.br

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