Nove
João Paulo Barbieiro de Barros Cobra - Nove (1983)
(24/06/1983) - São Paulo - São Paulo - Brasil
Atividades Artísticas
Grafiteiro
Aprendeu a pintar nas ruas de São Paulo, fazendo grafite com os amigos.
Faz parte da nova geração de artistas que têm a pintura, como principal via expressiva.
Nove equilibra muito bem as experiências de estúdio e as das intervenções urbanas, explorando suportes inusitados, como pedaços de móveis que encontra nas suas andanças.
Sua pesquisa de linguagem inclui diversos elementos, sendo o principal a necessidade visceral de se expressar pela imagem. Isso significa que cada obra, além da plasticidade, tem uma sutil narrativa embutida.
Suas obras, geralmente, são feito com tinta acrílica e spray sob diferentes suportes, como telas ou restos de móveis, um constante pensar o espaço circundante como um universo em que o orgânico e o digital convivem nem sempre em rigorosa harmonia.
Nove atinge uma linguagem que beira o conceitual, caracterizada pela idéia primordial de que fazer significa contar sempre uma história, própria ou alheia. Por isso, uma personalidade se instaura e cristaliza ao longo de uma breve trajetória.
Alguns ícones que acompanham o artista, como os cubos, denunciam um diálogo com a geometria e a abstração que começa a ganhar corpo. Cada criação, mesmo as mais antigas, apontam para uma progressiva busca de uma liberdade no ato de fazer.
O amor do artista pela autonomia traz para si o desafio de se manter num processo de eterna pesquisa, num movimento perene pela busca de novas formas de dizer suas convicções por meio da pintura. Ocorre o desenvolver de um olhar atento, que recolhe pedaços de móveis em caçambas para expressar amores e desamores.
Existe uma confiança na arte como uma maneira de se posicionar perante si mesmo. Seja em mulheres de quadris largos e coxas amplas ou na figura de seu cão, ocorre o mesmo falar plástico, com escorridos de tinta, entendidos como uma constante reação ao que pode parecer acomodado ou muito ordeiro.
É estabelecida uma conversa de surpreendente harmonia que propicia um constante pensar do observador sobre a vida como uma somatória de experiências afetivas cortantes e densas.
A arte de Nove deve ficar sempre nesse número, pois na incompletude e angústia que faltam para chegar ao DEZ está o seu mistério.
Texto: Rick Kubota
Individual
2009 - São Paulo - São Paulo - Brasil - Nove (2009 : São Paulo, SP) - Galeria Choque Cultural (São Paulo, SP)