João Batista Pagani (Gênova, Itália, 1856 - Rio de Janeiro, RJ, 1891)
Pintor e professor.
Aos dois anos, Giambattista Pagani mudou-se com a família para o Brasil. Entre 1867 e 1878, estuda na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), no Rio de Janeiro. Ingressa no curso noturno e, depois de alguns anos, no curso regular (diurno). Volta a estudar na Aiba por breve período, em 1885. É aluno de Victor Meirelles (1832-1903), Maximiano Mafra (1923-1908) e Pedro Américo (1843-1905). Colega de Eliseu Visconti (1866-1944), Estêvão da Silva (ca.1844-1891), Augusto Rodrigues Duarte (1848-1888), Décio Villares (1851-1931) e Rodolfo Bernardelli (1852-1931). Em 1875, com problemas de saúde, muda-se para Barbacena, Minas Gerais, onde leciona no Colégio Ateneu. Em 1876, volta ao Rio de Janeiro e quatro anos depois instala um ateliê de pintura ao lado de Estevão Silva, onde trabalham e ensinam.
Em 1884, participa da Exposição Geral de Belas Artes, recebendo medalha de prata. Em 1885, o quadro Parasitas, exposto na Exposição Geral do ano anterior, é comprado pela Aiba. Entre a década de 1880 (pelo menos) e 1891, leciona desenho no Colégio Abílio de Barbacena, no Rio de Janeiro, pertencente ao Barão de Macahúba. Em 1890, recebe a segunda medalha de ouro no Salão Nacional de Belas Artes. A Aiba compra suas obras Paisagem e Uma floresta, presentes na exposição. Morre em 1891, aos 35 anos. Em 1948, tem trabalhos incluídos na Exposição Retrospectiva da Pintura no Brasil; em 1952, na Exposição da Paisagem Brasileira até 1900; em 1953, na Bienal Internacional de São Paulo.
Comentário crítico
João Batista Pagani provém de uma família de músicos, cuja produção e execução de óperas no Rio de Janeiro a torna muito conhecida na segunda metade do século XIX. Também músico praticante, Pagani no entanto envereda profissionalmente pela pintura, provavelmente com intuito de colaborar com os negócios da família.
Apesar da morte precoce, o artista ingressa cedo na Aiba, aos 11 anos, e sua diminuta produção autoral se deve ao trabalho na construção dos diferentes cenários apresentados nas peças musicais produzidas por sua família. Não por acaso, o artista especializa-se em naturezas-mortas e paisagens, gêneros cenográficos por excelência, mesmo tendo obtido diversos prêmios em pintura histórica durante seus estudos na academia carioca.
A modesta participação no circuito de arte brasileiro do século XIX, somada a sua morte prematura, permite ainda ecoar as mesmas conclusões que o crítico de arte Gonzaga Duque (1863-1911) emite, em 1888, a respeito de sua produção: "Artista de merecimento, porém extremamente modesto,[Pagani] raras vezes tem aparecido, mas o pouco que tem exposto, especialmente em estudos de flores, inculca os dotes que o distinguem"1.
Nota
1 DUQUE-ESTRADA, Luis Gonzaga. A arte brasileira: pintura e escultura. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888.
Críticas
"Artista de merecimento, porém extremamente modesto, raras vezes tem apparecido, mas o pouco que ha exposto, especialmente em estudos de flôres, inculca os dotes que o distinguem".
Gonzaga Duque
DUQUE, Gonzaga. A arte brasileira: pintura e esculptura. Rio de Janeiro: s. ed. , 1888.
Acervos
Museu D. João VI - Rio de Janeiro RJ
Museu Nacional de Belas Artes (Mnba) - Rio de Janeiro RJ
Exposições Coletivas
1876 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Geral de Belas Artes - grande medalha de ouro
1884 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Aiba - 2ª medalha de ouro
1890 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - 2ª medalha de ouro
Exposições Póstumas
1948 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Retrospectiva da Pintura no Brasil, no MNBA
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Paisagem Brasileira até 1900
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1982 - São Paulo SP - Pintores Italianos no Brasil, no MAM/SP
Fonte: Itaú Cultural