Cadmo Fausto

Obras de arte disponíveis

No momento não possuimos obras de Cadmo Fausto em nosso acervo.
Você possui uma obra deste artista e quer vender?
Clique aqui e envie sua obra para avaliação.

Biografia

Cadmo Fausto (Rio de Janeiro, 1901, Rio de Janeiro, 1983)

Cadmo Fausto foi um pintor, desenhista e professor brasileiro que ocupa um lugar especial na história da arte do século XX. Reconhecido como um dos principais intérpretes visuais da memória nacional, construiu uma carreira dedicada à representação de episódios históricos do Brasil, à docência artística e à participação em projetos de grande impacto cultural e simbólico.

Cadmo Fausto foi amplamente reconhecido tanto no meio acadêmico quanto no universo popular, sobretudo por suas obras reproduzidas em cédulas de cruzeiro — moeda em circulação entre 1943 e 1967. Dessa forma, sua arte ultrapassou galerias, murais e instituições, alcançando milhões de brasileiros e tornando-se parte do imaginário coletivo nacional.

Cadmo Fausto nasceu no Rio de Janeiro em 1901, em um período marcado por intensas transformações sociais e culturais. Desde cedo demonstrou aptidão para o desenho e a pintura, o que o levou à Escola Nacional de Belas Artes (ENBA). Lá estudou com mestres como Rodolfo Amoedo, Rodolfo Chambelland e Lucílio de Albuquerque, absorvendo tanto a tradição acadêmica quanto estímulos a uma expressão mais pessoal. Essa formação moldou o equilíbrio entre rigor técnico e narratividade histórica que caracterizaria toda a obra de Cadmo Fausto.

Na década de 1920, Cadmo Fausto começou a participar de exposições e salões oficiais, destacando-se em composições históricas. Em 1930, conquistou o prestigiado Prêmio de Viagem ao Estrangeiro no Salão Nacional de Belas Artes, distinção máxima oferecida aos jovens talentos da época, que lhe permitiu aprofundar seus estudos artísticos na Europa.

Em 1931, Cadmo Fausto partiu para Paris, onde frequentou a Académie de la Grande Chaumière. O contato com o ambiente cosmopolita francês ampliou sua visão estética, mas o artista manteve-se fiel à pintura figurativa e narrativa, voltada à preservação da memória histórica brasileira.

De volta ao Rio de Janeiro, Cadmo Fausto consolidou sua carreira como pintor histórico. Entre suas obras mais conhecidas estão Proclamação da República, Abertura dos Portos, Lei Áurea e Cultura Nacional, todas encomendadas pela Caixa de Amortização para ilustrar os reversos de cédulas do Cruzeiro. Essa difusão oficial garantiu a popularização de sua arte, que circulou amplamente no cotidiano da população.

A presença da obra de Cadmo Fausto em cédulas monetárias é um aspecto singular de sua trajetória. A representação da Lei Áurea, estampada na nota de 50 Cruzeiros em vigor até 1967, tornou-se uma das imagens mais icônicas de sua carreira e símbolo da abolição da escravidão no imaginário coletivo brasileiro.

Cadmo Fausto também foi professor, transmitindo seu conhecimento técnico e histórico a novas gerações. Sua atuação como docente reforçou seu papel de referência na formação de artistas e na valorização da identidade nacional através da arte.

Cadmo Fausto destacou-se ainda na pintura de painéis monumentais, como os murais do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, que celebram a cultura brasileira e confirmam sua habilidade em obras de larga escala.

A produção de Cadmo Fausto uniu rigor acadêmico, narratividade histórica e monumentalidade. Suas influências dialogam com a tradição francesa do século XIX, mas também refletem a brasilidade de sua formação no contexto cultural carioca.

Cadmo Fausto foi amplamente reconhecido por seu talento e por sua contribuição à pintura histórica brasileira. Mesmo não tendo aderido às vanguardas modernistas, conquistou um espaço duradouro como representante da tradição acadêmica.

Cadmo Fausto permaneceu ativo como pintor e professor até seus últimos anos. Faleceu em 1983, no Rio de Janeiro, deixando um legado fundamental para a arte brasileira.

Cadmo Fausto foi um verdadeiro cronista visual do Brasil. Sua arte, presente tanto em murais monumentais quanto em cédulas do cotidiano, preserva a memória histórica e reafirma sua importância como um dos grandes nomes da pintura brasileira do século XX.

Veja também