Ascânio MMM (Fão, Portugal 1941)
Escultor, pintor.
Reside no Rio de Janeiro desde 1959. Freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, de 1963 a 1965. Nessa época, desenvolve os primeiros trabalhos de escultura, utilizando sólidos geométricos de madeira. Na metade dos anos 1960, mantém ateliê com colegas da Enba, entre eles Antonio Manuel (1947) . Conclui o curso da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro - FAU/UFRJ, em 1970. Trabalha como arquiteto até 1976. No inicio dos anos 1970, emprega ripas de madeira, organizadas em progressões verticais e horizontais, e cria as caixas lúdicas, espécie de bases de madeira, sobre as quais o espectador pode deslocar molduras vazadas, em formato quadrado, intercaladas, e de tamanhos decrescentes. Utiliza acrílico e perfis de alumínio anodizado (tubos retangulares) para criar as caixas e os múltiplos, desde os anos 1970. No fim da década seguinte, realiza as primeiras Piramidais, esculturas que apresentam deslocamentos graduais das ripas de madeira ou dos tubos de alumínio, gerando vazios internos. Em 2005, é lançado o livro Ascânio MMM, pela editora Andrea Jakobsson, com textos de Paulo Sergio Duarte, Marcio Doctors, Lauro Cavalcanti e Fernando Cocchiarale.
Sobre o artista
Ascânio Maria Martins Monteiro nasce em 16 de setembro de 1941, em Fão, província do Minho, ao norte de Portugal. Ainda criança, familiariza-se com madeiras e ferramentas na oficina do tio-avô José Linhares, ex-proprietário de estaleiro naval na foz do rio Cávado. Assíduo em missas dominicais, auxilia na decoração de igrejas barrocas, além de montar presépios. Faz constantes caminhadas ao pinhal de Ofir, cujas casas para veraneio têm arquitetura moderna. A assepsia do espaço e do mobiliário o fascina. Aos 12 anos, cogita ser arquiteto. Eram habitações sem memória, livres de todos os condicionamentos, observa mais tarde. Dos 13 aos 17 anos, emprega-se em loja de ferragens em Esposende. Seu pai, Manuel Campos Monteiro, decide seguir o fluxo migratório dos compatriotas para o Brasil. O embarque da família é disperso. A chegada do pai em terras sul-americanas data de 1954. Dois anos depois de estabelecido no Rio de Janeiro, requer a vinda do primogênito. Ascânio reluta. Com leituras iniciadas na biblioteca itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, quer estudar no Porto. Manuel, seu irmão, viaja ao Brasil antes dele, em 1958. Apenas em abril de 1959, Ascânio e remanescentes (sua mãe, Maria Carmina Martins Moledo, sua tia-avó Rosa, seus irmãos Fernanda, Jorge e Carmina) cruzam o Atlântico. Tem pouco mais de 17 anos quando experimenta a visão da metrópole. Com endereço residencial no bairro do Estácio, emprega-se em loja de ferramentas e ferragens, depois em escritório de construção civil, e faz estudos supletivos à noite. A partir de 1962, trabalha no Centro de Turismo de Portugal, bairro do Castelo. Em 1963, vê a primeira exposição de artes plásticas, no Museu Nacional de Belas-Artes. No mesmo ano, ingressa no curso de pintura da Escola Nacional de Belas-Artes (ENBA), na Universidade do Brasil. O objetivo é adquirir habilidade em desenho e se preparar para os exames de arquitetura. Seu interesse cresce de forma definitiva, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, com mostra individual de Ivan Serpa, em 1965. A Fase negra do pintor, de figuração deliberadamente expressionista, surpreende-o. Conhece, no mesmo museu, os bronzes do inglês Henry Moore, marcados pela tensão entre o compacto e o vazio. Ainda em 1965, matricula-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na ilha da Cidade Universitária, iniciando observação sistemática de maquetes de planos urbanísticos. Recolhe, então, material em marcenarias e faz os primeiros trabalhos com madeira. Em 1966, impressiona-se com a exposição do inglês Victor Pasmore, que desenvolve, simultaneamente, abstração geométrica e morfologias orgânicas em pintura, relevos e gravuras. Mantém, com Antonio Manuel e alunos da ENBA, ateliê no bairro da Tijuca. Em 1967, é apresentado ao crítico Mário Pedrosa. Em fins de março de 1968, assiste a todas as decisões tomadas para os funerais do estudante secundarista Edson Luís Lima Souto, assassinado pela Polícia Militar. Envolvido com política estudantil desde o ano anterior, Ascânio colabora na produção do jornal do Diretório Acadêmico Atílio Correia Lima, da FAU/UFRJ. O último número, com artigos contra o governo militar, sai poucos dias antes da decretação do Ato Institucional n. 5, pelo marechal Arthur da Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968. O regime de exceção é instalado. Também em 1968, passa a freqüentar a casa de Ivan Serpa. Integrante da chamada geração AI-5, imediatamente posterior à da nova figuração, e mesmo tendo como foco de interesse a forma e a construção, Ascânio se forma ao lado de Antonio Manuel, Cláudio Paiva, Manuel Messias, Raymundo Colares, Vera Roitman e Wanda Pimentel, e de artistas de vertentes conceituais, como Artur Barrio, Cildo Meireles, Luiz Alphonsus e Odyla Ferraz, que elegem o Museu de Arte Moderna como centro nervoso das artes plásticas no Rio de Janeiro. O nosso grupo ia a reboque do movimento estudantil, não havia um embasamento teórico, recorda. Após deixar o Centro de Turismo de Portugal, faz estágios de arquitetura até graduar-se em 11 de março de 1970, pela FAU/UFRJ. Em abril, naturaliza-se brasileiro. Recém-formado, atua em escritórios de engenharia no Rio de Janeiro e em Vitória (ES). De 1971 a 1973, integra a equipe que implanta o sistema automático de sinalização e duplicação da estrada de ferro Vitória-Minas. Não obstante, mantém ateliê no Rio de Janeiro. Casa-se com a professora de história da UFRJ Ana Maria Ferreira da Costa em 12 de janeiro de 1974, na capela de Santa Teresinha, bairro de Laranjeiras. No mesmo ano, visita a Europa pela primeira vez desde a imigração. Em 22 de janeiro de 1976, nasce Laura, sua primeira filha. É também o último ano em que, paralelamente às atividades de escultor, desenvolve projetos arquitetônicos. Em 4 de outubro de 1978, nasce Joana, a segunda filha. É breve sua passagem pela Fundação Nacional de Arte, a cargo do planejamento, coordenação e montagem do III Salão Nacional de Artes Plásticas: exatos nove meses, entre 1979 e 1980. Em 1981, é convidado por Rui Rocha Veloso, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Rio de Janeiro (IAB-RJ), a dirigir a galeria de arte sem fins comerciais, visando ao debate sobre as relações entre arte e arquitetura. Para dividir os trabalhos de direção e curadoria, convida o pintor Ronaldo Macedo e os arquitetos Ana Maria Pires Ribeiro e Antônio José Pedral. A Galeria de Arte do IAB-RJ, situada no bairro de Botafogo, é inaugurada em 18 de maio do mesmo ano, com exposição retrospectiva da obra do escultor Franz Weissmann. Depois de mostras individuais de Maria Leontina, Joaquim Tenreiro, Abraham Palatnik, Ione Saldanha, para citar algumas, sempre com o caráter de síntese de um percurso, as atividades da galeria são encerradas sumariamente, sem qualquer justificativa ou consulta prévia aos seus curadores. Em carta à imprensa, datada de fins de novembro de 1982, eles comunicam o desinteresse da nova direção daquele instituto em prosseguir com os trabalhos, apesar da excelente recepção por parte de arquitetos, artistas plásticos, crítica especializada e público em geral. Em 1983, a partir da instalação de Módulo Rio (1971-83, alumínio pintado, 350 X 430 X 600cm) na alameda do edifício Argentina, praia de Botafogo, Ascânio desenvolve com João Augusto Fortes, diretor da João Fortes Engenharia, a idéia de um espaço para a arte. A parceria se iniciara quando, à frente da Galeria de Arte do IAB-RJ, convenceu o empresário a financiar os catálogos das retrospectivas de Maria Leontina e Joaquim Tenreiro. Nos sete anos seguintes, Ascânio divide, com o pintor Ronaldo Macedo e com João Augusto Fortes, a direção da Galeria do Centro Empresarial Rio. A agenda consiste das primeiras mostras individuais de artistas da geração 80 (Angelo Venosa, Daniel Senise e Jorge Barrão, por exemplo) da mostra anual Novos novos, com descobertas na cena de arte contemporânea do Rio de Janeiro (Adriana Varejão, Cristina Canale, Márcia X, Salvio Daré, para citar alguns) de exposições dos renomados Aloísio Carvão, Artur Barrio, Lygia Pape e Raymundo Colares (post-mortem) e de um primeiro mapeamento da arte high tech feita no Brasil, com obras de Eduardo Kac e Júlio Plaza, entre outros. Em 1990, no contexto do plano econômico do governo de Fernando Collor de Mello, e devido a mudanças na política cultural da João Fortes Engenharia, a Galeria do Centro Empresarial Rio é fechada. Atento observador das políticas culturais do governo nos âmbitos municipal, estadual e federal, Ascânio é consultado, com regularidade, pelos principais jornais do Rio de Janeiro, e assina, entre 1985 e 1996, os artigos O artista deve participar, em que reclama o engajamento dos seus pares na crítica das agendas institucionais Exposição de um abandono, em que nota a falta de apoio político e financeiro às artes plásticas como algo contrário à forte tradição cultural do Rio de Janeiro, propondo, inclusive, a reutilização dos armazéns no porto para grandes mostras de arte e O Rio precisa de referências, em que critica os gastos absurdos com postes de iluminação do Rio-Cidade, programa de reurbanização da Prefeitura do Rio de Janeiro, em detrimento da aquisição de esculturas para marcar os espaços públicos. Em 1986, termina a ampliação do ateliê, com três andares, no mesmo endereço em que mora com a família desde 1972: rua Aureliano Portugal, 165, bairro do Rio Comprido. Em 1989, exatos trinta anos depois da chegada ao Brasil, faz sua primeira exposição individual em Lisboa, com caráter parcialmente retrospectivo. Em fins de 1991, é convidado a dirigir galeria de arte projetada para o edifício RB1, na avenida Rio Branco, centro do Rio. Para responder à iniciativa empresarial, convoca o pintor Ronaldo Macedo, parceiro de longa data. O Espaço RB1 Arte Contemporânea é inaugurado em janeiro de 1992, com Escultura 92/Sete expressões, reunindo obras de Amílcar de Castro, Angelo Venosa, Cristina Salgado, Frans Krajcberg, Franz Weissmann, Lygia Pape e Tunga. Por motivos não esclarecidos, é fechado após a mostra. Em maio de 1997, Módulo 6.5 (1970-97, alumínio pintado, 300 X 900 X 450cm) é instalada como Monumento à Integração das Américas, na avenida Presidente Vargas, em frente ao Centro Administrativo São Sebastião, sede da Prefeitura do Rio de Janeiro. Na ocasião, Ascânio sugere ao prefeito Luiz Paulo Conde o empréstimo, por tempo determinado, de casas abandonadas no bairro do Estácio, há anos sem pagamento de impostos urbanos. Em contrapartida à montagem de ateliês e realização de mostras, os artistas beneficiados devem proceder à conservação interna dos imóveis e à restauração de fachadas, com preservação de estilos. Em setembro do mesmo ano, é condecorado pelo presidente de Portugal, Jorge Sampaio, com a Ordem do Mérito, grau de comendador, no Palácio São Clemente, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, Piramidal 12.5 (1993-99, alumínio anodizado, 620 X 286 X 128cm) torna-se a primeira obra do artista a ocupar uma praça pública em seu país de origem, com instalação no largo do Cortinhal, em Fão. Após quase três décadas, transfere o ateliê do Rio Comprido para a rua Corrêa Vasques, na Cidade Nova. Vive no Rio de Janeiro, bairro do Humaitá, rua Mário de Andrade. O número da casa também é emblemático do Modernismo brasileiro.
Comentário Crítico
Desde o início de sua carreira, Ascânio MMM faz uma opção pela linguagem abstrata construtiva. Utiliza ripas de madeira - que inicialmente são pintadas de branco -, articuladas em torno de um eixo, produzindo formas sinuosas e harmônicas. Posteriormente, o ritmo das formas dá lugar a linhas retas, e o escultor passa a incorporar a cor e a textura da madeira, potencializando as qualidades visuais específicas do material e explorando ainda a tensão entre matéria e forma.
Em outros trabalhos, utiliza perfis de alumínio (tubos retangulares) parafusados, que se articulam formando um jogo de cheios e vazios. Nessas obras percebe-se a alternância entre a solidez e a grande leveza das estruturas. Como nota o crítico Wilson Coutinho, na série Piramidais, iniciada no fim da década de 1980, é acentuado ainda o caráter simbólico decorrente da forma. Nessas esculturas, em que revela vazios inquietantes e cortes inesperados, o artista apresenta também um maior rigor na estruturação, em relação a seus primeiros trabalhos.
Críticas
"As esculturas em perfil de alumínio destinam-se antes de tudo ao olhar. Só a visão pode perceber a alternância entre solidez e leveza experimentada ao deslocarmo-nos em sua volta. Diante delas é possível vermos, retrospectivamente, que a obra de Ascânio começa na superfície das formas (esculturas helicoidais pintadas), ultrapassa a sua pele (esculturas em madeira crua) e, finalmente, penetra as suas entranhas (piramidais em alumínio). Superfície, carne e entranhas da obra desvelam-se simultaneamente numa espécie de síntese da trajetória do escultor por intermédio de operações construtivas deliberadas (escolha do material modular, planejamento do corte, articulação das partes etc. ). Pele e estofo existem apenas funcionalmente, determinados pela estrutura. Os módulos vazados igualam conjuntos que, resistentes ao tato, transparecem vibrantes ao olhar, único sentido capaz de atravessar o corpo da obra, contínua e variadamente. A forma piramidal, cuja carga simbólica dispensa comentários, funciona nas esculturas de Ascânio como um paradigma do construtivismo. As pirâmides de pedra das antigas civilizações não tinham função utilitária definida. O futuro preencheu-as de mistérios ocultos nos pesados blocos de pedra com que foram erguidas. Os Piramidais também diferem dos seus símiles utilitários contemporâneos, mas não pretendem, na sua leveza construída, encerrar outro mistério que não o da sua própria presença".
Fernando Cocchiarale
Cocchiarale, Fernando. Ascânio MMM. In: Ascânio MMM. n. p.
"´É um ato de construção: tijolo em cima de tijolo. ´ Ascânio define com essa frase seu trabalho de escultor. A associação não poderia ser mais clara com a formação de arquiteto do artista. E, de fato, toda a sua obra tem como base o rigor arquitetônico. Assim, o ciclo criativo é aberto com o estudo de módulos em escala reduzida, as maquetas, com os quais o escultor projeta e calcula a forma e o tamanho de cada peça, não deixando margem para nenhum tipo de possível dispersão. Quase toda a obra de Ascânio vem sendo produzida em madeira. O alumínio já foi usado em dado momento - com ele foram feitos aglomerados, colméias que se repetiam, diminuindo gradativamente de volume até chegar ao vértice, formando cortes transversais de pirâmides - com resultados bem diferentes do que foi conseguido até agora em madeira. (...) Sem abstrair nenhuma das exigências que se fez até agora - ao contrário, aumentou-as - e com a fatalidade do verdadeiro criador, ele reinventa corajosamente todas as suas concepções e nos dá uma demonstração vigorosa de que está disposto a realizar: uma obra plena e íntegra, com raiz no real e destinada a influir no homem".
Francisco Bittencourt
Bittencourt, Francisco. Ascânio: tese e antítese. In: Ascânio MMM: obras. n. p.
"Ascânio então trabalhava com um único elemento: a ripa. Com essa materialidade mínima, Ascânio criava sinuosos movimentos; abria-as (suas obras) para curvas, semicurvas, sinuosidades, volutas. Um construtivismo da torção, do equilíbrio como suspensão para o vôo, para o arrojo da matéria que vai para o espaço como que para explodir e, ao mesmo tempo, produz tensão e harmonia. A torção calculada desregulava o olhar, introduzindo o espectador no jogo entre rigor e ordem. Daí surge a estratégia de Ascânio: um barroquismo estrutural. Ao mesmo tempo, tais obras são despojadas; elas articulam seu próprio ritmo; não estão presas a nenhum ilusionismo. Ao contrário, são ordenações estruturais que geram a tensão formal das suas obras. O trabalho com ripas serradas, furadas e coladas, é feito de modo que elas, devido a sua estruturação, criem um espaço não previamente determinado. ´O espaço não é uma ordem, já pronta, em que os objetivos vão sendo colocados. Ao contrário, é a ordenação dos elementos da obra que orienta a sua estruturação´, analisava o pintor Ronaldo do Rego Macedo em 1981. Mesmo o que é ótico nos seus relevos depende dessas estruturas em andamento, sintetizadas quase didaticamente nas suas famosas caixas lúdicas de 1968-1969, objetos que manipulados pelo espectador são geradores de complexas formas".
Wilson Coutinho
Coutinho, Wilson. Ascânio MMM. In: Ascânio MMM: piramidais. n. p.
"As esculturas de Ascânio MMM que se tornaram mais conhecidas, aquelas que estão mais presentes em espaços públicos, me parecem manifestações plásticas de partituras de Terry Riley ou Steve Reich. A cor branca, evitando floreios cromáticos, a decalagem mínima do ângulo em progressão aritmética, diferenciando as sucessivas superposições dos elementos - as ripas -, mantendo sempre o mesmo deslocamento em torno do eixo gerando a torção helicoidal, o rigor disciplinado da estrutura, tudo lembra na sua concepção a música dos pioneiros do que veio se chamar música minimalista. Elegantes nas curvas, não escapam de serem definidas como barrocas. (Aliás, vício brasileiro: por aqui, toda vez que o crítico vê uma curva decente prega-lhe a etiqueta de forte conotação histórica; e não haveria problema se o uso generalizado do termo não eclipsasse questões mais próximas.) Na verdade, as curvas de Ascânio, nas esculturas de ripas descoladas, são suntuosas e ao mesmo tempo discretas, no sentido estrito da palavra, porque estão contaminadas pelo raciocínio lógico-matemático e poderiam, perfeitamente, ser representadas em claros algoritmos. Lançam generosas senóides no ar procurando apoio em tangentes do solo. Em outros casos erguem-se verticais, como totens da razão, partindo da torção helicóide inicial para finalizarem, às vezes, em uma superfície retangular mais prolongada. Conviveram com uma experiência participativa no final dos anos 60, trabalhos de exceção realizados em caixas que se deixam manipular pelo espectador. No entanto, mesmo neste caso, o jogo e o aspecto lúdico estão submetidos à assepsia geométrica, à estética requintada avessa a excessos subjetivos."
Paulo Sérgio Duarte
DUARTE, Paulo Sérgio. A razão como dogma poético. In: Ascânio MMM. Ascânio MMM. Rio de Janeiro, Andrea Jakobson, 2005, p. 8.
Exposições Individuais
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Celina
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Grupo B
1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Arte Global
1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1979 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Klabin
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Fitangulares, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Klabin
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1986 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Suzanna Sassoun
1989 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria 111
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no IAB/RJ
1990 - Porto (Portugal) - Individual, na Galeria Zen
1991 - São Paulo SP - Piramidais, no Subdistrito Comercial de Arte
1994 - Belo Horizonte MG - Individual, no Palácio das Artes
1994 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1995 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria 111
1996 - Rio de Janeiro RJ - Atelier Finep, no Paço Imperial
1996 - São Paulo SP - Individual, no Masp
2000 - Rio de Janeiro RJ - Pirâmidais IV, no MAM/RJ
2005 - São Paulo SP - Individual, na Dan Galeria
Exposições Coletivas
1966 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Abril, no MAM/RJ
1966 - Brasília DF - 3º Salão de Arte Moderna, no Teatro Nacional
1966 - Rio de Janeiro RJ - 15º Salão Nacional de Arte Moderna, no Palácio Gustavo Capanema
1967 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão Nacional de Arte Moderna, no Palácio Gustavo Capanema
1967 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Artes Plásticas, na FAU/UFRJ - 1º prêmio em escultura e 1º prêmio em pintura
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Curitiba PR - 25º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no Palácio Gustavo Capanema
1968 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão de Arte Universitária, na PUC/RJ - 1º prêmio pesquisa
1968 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Esso, no MAM/RJ
1968 - Salvador BA - 2º Bienal da Bahia
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna, no Palácio Gustavo Capanema
1969 - Rio de Janeiro RJ - Pré-Bienal de Paris, no MAM/RJ
1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ - prêmio aquisição
1970 - Belo Horizonte MG - 2º Salão Nacional de Arte Contemporânea
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio aquisição
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1971 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Múltiplos, no Petite Galeria
1971 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão da Eletrobrás, no MAM/RJ - prêmio aquisição
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna, no Palácio Gustavo Capanema
1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - grande prêmio em escultura
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1972 - São Paulo SP - Exposição de Múltiplos, na Galeria Múltipla de Arte
1973 - Belo Horizonte MG - 5º Salão Nacional de Arte Contemporânea
1973 - Rio de Janeiro RJ - 5 Escultores, na Galeria Ipanema
1973 - Rio de Janeiro RJ - 22º Salão Nacional de Arte Moderna, no Palácio Gustavo Capanema
1973 - Rio de Janeiro RJ - O Rosto e a Obra, na Galeria Grupo B
1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileiro, no MAM/SP
1977 - Ouro Preto MG - Encontro Nacional de Escultores, na Secretaria de Cultura
1977 - Rio de Janeiro RJ - Escultura ao Ar Livre, na Galeria de Arte Sesc Tijuca
1978 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA e Palácio Gustavo Capanema - prêmio de viagem ao exterior
1978 - São Paulo SP - Objeto na Arte: Brasil Anos 60, no MAB/Faap
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuell
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Goiânia GO - 9 Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo. Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MNBA e Galeria Sérgio Milliet - sala especial
1984 - Londres (Inglaterra) - Portrait of Country - Brazilian Modern Art, no Barbican Center
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira: matéria de arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1985 - Niterói RJ - Uma Questão de Ordem, na UFF. Galeria de Arte
1985 - Rio de Janeiro RJ - Encontros, na Petite Galerie
1985 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Maria Leontina, na Petite Galeria
1985 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira - Fortmas Tridimensionais, no MAM/SP
1986 - Fortaleza CE - Exposição Internacional de Esculturas Efêmeras, na Fundação Demócrito Bezerra
1986 - Rio de Janeiro RJ - Depoimento de uma Geração: 1969-70, na Galeria de Arte Banerj
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador, no MAM/RJ
1988 - Rio de Janeiro RJ - Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/ Parque Lage
1989 - Lisboa (Portugal) - 2º Forum de Arte Contemporânea, no Forum Picoas
1989 - Rio de Janeiro RJ - Geometria sem Manifesto, na Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1992 - Rio de Janeiro RJ - Brazilian Contemporary Art, na EAV/Parque Lage
1992 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção: Anos 70/90, no MAC/USP
1992 - São Paulo SP - Escultura Só, no MAM/SP
1994 - Lisboa (Portugal) - 1ª Exposição Comemorativa dos 30 Anos da Galeria, na Galeria 111
1996 - Brasília DF - Arte e Espaço Urbano: quinze propostas - Ministério das Relações Exteriores, no Palácio do Itamaraty
1996 - Rio de Janeiro RJ - 3 Dimensões: Ascânio MMM, Eduardo Frota e Walter Guerra, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural Ulbra
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Múltiplos, no Valu Oria Galeria de Arte
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, na Fundação Casa França-Brasil
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2003 - Rio de Janeiro RJ - Pequenos Formatos, na LGC Arte Hoje
2005 - Rio de Janeiro RJ - Chroma, no MAM/RJ
2006 - São Paulo SP - Homo Ludens: do faz de conta a vertigem, no Itaú Cultural
Fonte: Itaú Cultural