Aloysio Zaluar (Rio de Janeiro RJ 1937)
Aloysio Zaluar é pintor, gravador e cineasta. Estudou pintura na Escola Nacional de Belas-Artes entre 1956 e 1961, e aprendeu gravura com Goeldi e Darel Valença Lins. Em 1964, realizou sua primeira mostra individual na Galeria Santa Rosa, no Rio de Janeiro. Participou de diversas edições do Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, entre 1958 e 1967. Em 1965, foi um dos fundadores da Escola de Belas-Artes de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Entre as exposições de que participou, destacam-se: Arte Contemporânea Brasil-Senegal, no MAM/RJ, em 1975; Panorama das Artes Gráficas Brasileiras, no MAM/SP, em 1977; Bienal Latino-Americana de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, em 1978; Universo do Futebol, no MAM/RJ e na Acervo Galeria de Arte, no Rio de Janeiro, em 1982; e Retrospectiva, no CCBB, no Rio de Janeiro, em 1993. Atua também como autor do filme O Clóvis Vem Aí, realizado em 1977.
Comentário Critico
De perto seguiu a movimentação da chamada "Arte Contemporânea", através da presença internecional do abstracionismo informal; até a eclosão de uma nova forma de predominância estética e política; a Pop-Art norteamericana. Desde estudante, na Escola Nacional de Belas Artes (1956-61), o artista, deparou-se com os modelos de ocupação cultural, estratégicos, como as metas "modernas", da política sedutora de novos produtos consumíveis.
Seguindo o ritmo febril do progresso, como artista expressionista, pesadamente pessimista, militou no Salão Nacional de Arte Moderna de 1956 a 1968. Com "Isenção de Juri", no Salão de 68, rompeu definitivamente com a carreira de "Artista de Salão", anunciando Macunaíma: "Pouca Saúde E Muitos Pintores, Os Males do Brasil São!".
Nos anos 70, como amigo e interlocutor de vários artistas de Vanguarda, presenciou a difícil trajetória destes criadores, até a academização constrangedora dos dias atuais e o inesperado abandono do conceito de Vanguarda e de Modernismo - com a derrocada ambiental provocada pela impotência do ideal de progresso. Pessimista mas bem humorado, em 1975, lançou o manifesto: Das Lupems Udigrudi (Pedra de Guaratiba - 1975) e o personagem psicossocial, Al Zalu, do Potentado de Azurara.
A partir de 1976, o artista, através das sombras periféricas da Zona Oeste do Rio de Janeiro, anunciou em suas pinturas, panfletos e reportagens, sua leitura especial, da ciranda da violência urbana, através da chamada em cima dos fantásticos mascarados do carnaval: "O clóvis Vem Aí!"s. Trabalhando, ininterruptamente, com suas idéias, suas histórias e sua produção visual, o artista acha estranho, se ver rejeitado, quando suas propostas conhecidas, são colocadas à venda, no mercado institucional, em nome de criaturas sem imaginação e sem ética alguma.
Seu último trabalho reuniu inúmeras idéias: Rio Percusão, o Som da Forma, reunir capoeira e várias possibilidades estéticas coletivas. O local foi o Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, em maio de 1999. Lá foi apresentada, sempre com sucesso, sua Trapizonga - instrumento interativo ou escultura sonora. Além de inúmeras rodas de capoerira, chorinho, jongo, poesia etc. Um evento multi-disciplinar que apresentava vídeos, filmes, fotografias e uma exposição retorspectiva de Aloysio Zaluar, com montagens de imagens mecanicamente reproduzidas, reportagens, textos e4 idéias do artista, registradas em cartório e na memória dos amigos.
Fonte: Itaú Cultural e ART BONOBO