Waldomiro de Deus

Obras de arte disponíveis

Waldomiro de Deus - Palhaço

Palhaço

óleo sobre tela
1978
60 x 40 cm
Waldomiro de Deus - Casarios

Casarios

óleo sobre tela
1966
48 x 68 cm
Leilão de Arte Online

Biografia

Waldomiro de Deus (Itagibá BA 1944)

Waldomiro de Deus Souza.

Pintor e desenhista.

De origem humilde, leva uma vida itinerante pelo sertão baiano e norte de Minas Gerais, até vir para São Paulo em 1959, quando trabalha como engraxate. Começa a pintar em 1961, utilizando guache e cartolina encontrados na casa de um antiquário, onde trabalha como jardineiro. Acusado de negligência, perde o emprego e leva seus trabalhos para exposição no Viaduto do Chá - acaba vendendo dois deles para um americano no primeiro dia. Em 1962, o decorador Terry Della Stuffa fornece-lhe material e um lugar para pintar e, em 1966, faz a sua primeira exposição individual na Fundação Armando Álvares Penteado, Faap. No auge do movimento hippie, desfila de mini-saia pela Rua Augusta. Pinta temas religiosos ligados ao céu e ao inferno, criando imagens polêmicas, como Nossa Senhora de mini-saia, cinta-ligas e botas e Jesus de bermudas. Por causa disso é raptado por um grupo de jovens armados da organização TFP (Tradição Família e Propriedade), porém convence os rapazes a soltá-lo. Expõe em vários países como a Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos. Em 1972, volta a viver em Osasco. Viaja a Goiânia GO, em 1977, e lá monta uma casa. Vive de sua arte desde a década de 60, pintando o cotidiano e o folclore de sua terra natal: festas populares, histórias sobre mula-sem-cabeça e lobisomens, bem como imagens escatológicas e eróticas. As figuras humanas são sempre mulatos, nunca brancos ou negros. Em todas as telas há a presença de três cachorrinhos. É considerado o maior primitivista brasileiro ao lado de José Antônio da Silva e Djanira. É reconhecido internacionalmente como um dos mais criativos pintores naifs. Em 1983, é premiado com a Awarding the Statue of Victory pelo Centro Studi e Ricerche Delle Nazioni, na Itália.

Críticas

"A pintura de Waldomiro de Deus aspira, acima de tudo, a comunicação com o outro. Pintura de relato, de estória implícita, de registro de fatos, imagem que conta para quem observa, sabendo, adivinhando ou ouvindo e imaginando através dos olhos. Temática espontânea, necessária como a vibração do artista que cobre compulsivamente a superfície plana das telas e paredes com os personagens, as circunstâncias e os detalhes dos fatos que ele deseja comunicar. E a pintura de ilustração ou registro de acordo com a pictórica de tantos povos da humanidade. Pintura ligada à realidade do homem, sua vida e sua morte. São agitadas suas composições movimentadas, como a inquietação que domina o pintor na ansiedade de bem transmitir e, no fundamento religioso em que se assenta sua arte, de tentar a exorcização do mal, atrair benesses, obter também a paz para um mundo tumultuado. Em seus trabalhos o desenho flui povoando cada espaço, pois enquanto houver uma área intocada o artista terá um detalhe a acrescentar no desejo de melhor explicitar sua mensagem. Limitadas as formas pelo traço escuro, ou livres na pura relação cor-com-cor, ´pintura chapada, com carnes morenas´, como já registrou Walmyr Ayala e não há necessidade de redizer, Waldomiro pinta a gente brasileira como protagonistas de passagens bíblicas. As quais reinterpreta saborosamente, com poderosa vitalidade, conferindo-lhes atualidades através de um tratamento caboclo".
Aracy Amaral
WALDOMIRO de Deus: críticas. Apresentação de Olney Kruse. São Paulo: s.ed., 1979.

"Waldomiro de Deus Souza é provavelmente a maior revelação dos últimos tempos na pintura primitivista brasileira. Em menos de dois anos, produziu numerosos trabalhos, notáveis pela qualidade pictórica, assim como por sua variedade. Revelou também uma personalidade artística de tipo invulgar entre os primitivistas brasileiros, que promete um grande desenvolvimento futuro. (...) Os pintores primitivistas brasileiros de origem rural, em geral, se caracterizam por uma visão defasada de vários séculos em relação à civilização contemporânea. Frequentemente aparecem artistas da era romântica ou do gótico. Waldomiro surpreendeu pela sua modernidade. Tornou-se conhecido pelos seus quadros com temas astronáuticos, sendo chamado o pintor dos foguetes. Por outro lado, grande parte de sua obra se relaciona com a vida do interior da Bahia. Em alguns tem tratado de aspectos da metrópole paulistana. Waldomiro tem um interesse excepcional pelo sobrenatural, que constitui um dos temas mais frequentes dos seus quadros. Como a maioria dos primitivistas brasileiros, ele é profundamente religioso. Há porém traços muito peculiares em sua religiosidade, violenta e carregada de pressentimentos escatológicos. Possui um temperamento profético, pouco contemplativo. Combina de forma curiosa a escatologia apocalíptica com o seu interesse pelas viagens interplanetárias".
Mário Schenberg
SCHENBERG, Mário. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.

"Waldomiro é um cronista que usa pincéis. Seu trabalho articula observação social, escatologia, erotismo, religião, fantasia mística e crítica política. Sua imaginação extravagante não distingue o real do imaginário, abordando com a mesma desenvoltura a trivialidde do cotidiano ou a utopia. Intuitiva, a arte de Waldomiro tem profundas raízes na vida rural, combinada com elementos urbanos, refletindo o percurso do artista. Seu universo é composto de imagens fortes e ao mesmo tempo ingênuas, representadas com cores vibrantes. As composições não tem perspectiva, os personagens parecem flutuar no espaço. As figuras representadas são sempre mulatos, como o próprio artista, que assim designa a mestiçagem racial e cultural brasileira. O crítico italiano Lino Cavallari lhe disse que nisso se parece com Gauguin, que foi viver na Polinésia e só pintava os nativos, de pele parda".
Alexandre Agabiti Fernandez
FERNANDEZ, Alexandre Agabiti. "Waldomiro de Deus, um cronista dos pincéis". In: Valor Econômico, São Paulo, 24 de set. de 2001.

Depoimentos

"Nunca fui à escola. Isso me fez falta na vida. Mas mesmo assim, desde o começo, minha pintura brota como um Dom... Encontrei o meu segundo anjo: o físico e crítico de arte Mário Schemberg. Ele lia minhas obras como se fossem um livro...Adorava aquelas lojas de roupas bonitas. Um dia, vi uma minissaia numa vitrine. Não sabia o que era. Experimentei e vi que era para mulher. A dona da loja me desafiou. Disse que me pagava se eu saísse com ela no meio da rua. Não pensei duas vezes. Me xingavam de tudo quanto era nome feio...Pintei Nossa Senhora de minissaia com cinta-liga e botas...Como eu, Van Gogh era um revoltado....As figuras morenas de Gauguin me fascinam. Não gosto de pintar brancos ou negros. Desenho sim mulatos e mestiços do Brasil do ano 2050".
Waldomiro de Deus
DEUS, Waldomiro de. "O brasileiro do ano 2050". Disponível em: [www.waldomirodedeus.com.br]

"Poderia fazer pintura decorativa e ficar rico, mas prefiro morar em Osasco, no meio da gente simples. Eu venho desse povo, faço parte dele. Vejo os problemas e as alegrias do povo, que são temas sempre presentes na minha pintura".
Waldomiro de Deus
DEUS, Waldomiro de Deus. "Waldomiro de Deus, um cronista dos pincéis" (depoimento dado à Alexandre Agabiti Fernandez). In: Valor Econômico, São Paulo, 24 de set. de 2001.

Exposições Individuais

1961 - São Paulo SP - Expõe seus trabalhos sobre cartolina no Viaduto do Chá
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Directa
1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís
1965 - Rio de Janeiro RJ - Propostas, na Galeria Meia Pataca
1966 - Campinas SP - Individual, no Museu de Arte de Campinas
1966 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Directa
1967 - Santos SP - Individual, na Galeria Kiart
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Da Vinci
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Sesc Paulista
1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Aliança Francesa
1969 - Paris (França) - Individual, na Galeria Antoinette
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Voltaico
1970 - Londres (Inglaterra) - Individual, na Galeria da Embaixada do Brasil
1970 - Paris (França) - Individual, no Museu de Laval
1970 - Paris (França) - La Maison et son Dócor
1971 - Alabama (Estados Unidos) - Individual, na Galeria Courtney
1971 - Bernardi (Itália) - Individual, na Galleria d'Arte D.
1971 - Bolonha (Itália) - Individual, na Galleria d'Arte La Colonna
1971 - Florença (Itália) - Individual, na Galleria d'Arte Arno
1971 - Hollywood (Estados Unidos) - Individual, na Galeria Municipal de Arte
1971 - Jerusalém (Israel) - Individual, na Casa do Artista de Jerusalém
1971 - Telaviv (Israel) - Individual, na Zoa-House
1972 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galeria Isy Brachot
1973 - Bolonha (Itália) - Individual, na Galeria Cherrry
1973 - Bolonha (Itália) - Individual, na Galeria Nacional
1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA
1974 - Itália - Individual, na Galeria Aldebaran
1974 - Milão (Itália) - Individual, na Galeria Fel Barcon
1974 - Milão (Itália) - Individual, na Galeria La Grande Domenica
1974 - Munique (Alemanha) - Individual, na Charlotte Galerie Fuer Naive
1974 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Sesc
1976 - Paris (França) - Individual, na Galeria L'Oeil de Boeuf
1976 - Salvador BA - Individual, na Galeria Panorama
1977 - Osasco SP - Individual, no Museu de Osasco
1978 - Osasco SP - Individual, na Faculdade de Direito de Osasco
1978 - São Paulo SP -Individual, na Galeria Jardim das Artes
1979 - Brasília DF - Individual, no Hotel Eron
1979 - Piracicaba SP - Individual, no Teatro Municipal
1979 - Salvador BA - Individual, na Galeria Panorama
1979 - São Bernardo do Campo SP - Individual, no Teatro Cacilda Becker
1980 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cravo e Canela
1980 - São Paulo SP - Individual, no Paço das Artes
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Jean-Jacques
1981 - São Bernardo do Campo SP - Individual, na Pinacoteca de São Bernardo do Campo
1981 - São Paulo SP - Individual, na Associação Paulista do Ministério Público
1982 - São Bernardo do Campo SP - Individual, na Pinacoteca de São Bernardo do Campo
1982 - São Paulo SP - Individual, no Paço Municipal
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Jacques Ardies
1986 - Campinas SP - 25 Anos de Pintura, no MACC
1987 - Florianópolis SC - Individual, no Masc
1987 - Joinville SC - Individual, no Museu de Arte
1989 - São Paulo SP - Individual, na Itaugaleria
1990 - São Paulo SP - Individual, no Portal Galeria de Arte
1991 - Goiânia GO - Individual, na Casa Grande Galeria de Arte
1991 - Paris (França) - Individual, na La Grande Bouveche Centre Cultural André Malraux Ville D'Orsay
1995 - São Bernardo do Campo SP - O Mundo Misterioso nas Pinturas de Waldomiro de Deus, no Paço Municipal
1999 - Rio de Janeiro RJ - Travessia do Milênio, no Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro
2001 - Osasco SP - Desmatamento, no Osasco Plaza Shopping
2001 - São Paulo SP - Individual, no Ipren
2004 - São Paulo SP - Individual, no MuBE
2005 - Osasco SP - Waldomiro: mostra do desagravo, na Unifieo

Exposições Coletivas

1962 - São Paulo SP - 1ª Feira de Folclore, no Salão do Parque da Água Branca
1963 - Alabama (Estados Unidos) - Coletiva, organizada pelo Itamaraty
1963 - Texas (Estados Unidos) - Coletiva, organizada pelo Itamaraty
1963 - Washington D.C. (Estados Unidos) - Coletiva, organizada pelo Itamaraty
1965 - São Paulo SP - Propostas 65, no MAB-FAAP
1966 - Belo Horizonte MG - Salão de Arte de Belo Horizonte
1966 - Campinas SP - Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1966 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Coletiva de Artistas Brasileiros
1966 - Paris (França) - Brésil Imprévu, organizada pelo Itamaraty
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas
1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1966 - Varsóvia (Polônia) - Coletiva de Artistas Brasileiros
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1968 - Salvador BA - 2ª Bienal da Bahia
1969 - Bruxelas (Bélgica) - Coletiva, na Galeria Isy Brachot
1970 - Madri (Espanha) - Naives Brasileiros
1970 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Antoinette
1972 - Brasiléia (Suíça) - Third International Art Fair
1972 - Bratislava (antiga Tchecoslováquia, atual Eslováquia) - Trienal de Bratislava - Prêmio de Melhor Coleção Nacional
1972 - Jaffa (Israel) - Coletiva
1973 - Dinamarca - Coletiva, no Museu de Louisiania
1973 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, no Museu de Belas Artes
1974 - Munique (Alemanha) - Individual, na Charlotte Galerie Fuer Naive
1975 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, no Museu de Belas Artes
1975 - São Paulo SP - Festa de Cores, no Masp
1976 - Erba (Itália) - Biennale Internazionale Naif
1976 - Montevidéu (Uruguai) - 1º Encuentro Uruguayo-Brasileño de Arte Naif
1978 - Flórida (Estados Unidos) - Coletiva, na Grinter Gallery na University of Florida
1979 - Londres (Inglaterra) - Mostra, na Hamiltons Fine Art Gallery
1980 - Atami (Japão) - Salão Brasil-Japão
1980 - Bruxelas (Bélgica) - Coletiva, na Galeria Dierickx
1980 - Nice (França) - Coletiva, no Musée International d'Art Naif Anatole Jakovsky
1981 - Jacareí SP - Salão de Jacareí
1981 - São Bernardo do Campo SP - Mostra, na Pinacoteca de São Bernardo do Campo
1981 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Artes Plásticas e Visuais, no Paço das Artes
1981 - Tóquio (Japão) - Salão Brasil-Japão
1982 - Nápoles (Itália) - Mito e Magia del Colore
1982 - Nice (França) - Coletiva, no Musée International d'Art Naif Anatole Jakovsky
1982 - Paris (França) - Le Genie de Naifs, no Grand Palais
1982 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Artes Plásticas e Visuais
1983 - Santo André SP - Salão de Arte do Tênis Clube de Santo André
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, na Pinacoteca do Estado
1984 - Bolonha (Itália) - L'Arte Popolares Sudamericana - Circolo Sardegna
1984 - São Paulo SP - Arte na Rua
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1986 - Campinas SP - 25 Anos de Pintura, no MACC
1986 - São Paulo SP - Projeto Zumbi da 4º Bienal
1988 - Rio de Janeiro RJ - O Mundo Fascinante dos Pintores Naïfs, no Paço Imperial
1988 - São Paulo SP - Arte Brasileira, na Pinacoteca do Estado
1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado
1988 - São Paulo SP - Mão Afro-Brasileira, no MAM/SP
1994 - Piracicaba SP - 2ª Bienal Brasileira de Arte Naif, no Sesc
1995 - Osasco SP - 2ª Mostra de Arte, no Centro Universitário Fieo
1995 - São Paulo SP - Contato, no Sesc Pompéia
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mário Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Rio de Janeiro RJ - Ar: exposição de artes plásticas, brinquedos, objetos e maquetes, no Paço Imperial
1998 - Assis SP - Nos Caminhos da Universidade
1998 - Franca SP - Nos Caminhos da Universidade
1998 - Marília SP - Nos Caminhos da Universidade
1998 - Presidente Prudente SP - Nos Caminhos da Universidade
1998 - Rio Claro SP - Nos Caminhos da Universidade
1998 - São José dos Campos SP - Nos Caminhos da Universidade
2000 - Piracicaba SP - 5ª Bienal Naifs do Brasil
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2002 - Piracicaba SP - 6ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc
2002 - São Paulo SP - Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Santa Ingenuidade, na Unifieo
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tudo é Brasil, no Paço Imperial
2004 - São Paulo SP - Arte Naif, na Galeria Jacques Ardies
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB-FAAP
2004 - São Paulo SP - Tudo é Brasil, no Itaú Cultural
2005 - Brasília DF - Encontros e Reencontros na Arte Naïf: Brasil-Haiti, no CCBB
2005 - São Paulo SP - Encontros e Reencontros na Arte Naïf: Brasil-Haiti, no MAB-FAAP

Fonte: Itaú Cultural

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