Violeta Franco

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Biografia

Violeta Franco (Curitiba PR 1931 - idem 2006)

Pintora, desenhista e gravadora.

Estuda pintura com Guido Viaro (1897 - 1971), em 1948. Dois anos depois, faz curso de gravura com Poty (1924 - 1998). Em 1949, funda o Estúdio Garaginha, em Curitiba, que se transforma num importante centro irradiador do modernismo artístico no Paraná. Ainda nesta cidade, é fundadora, juntamente com Fernando Velloso (1930), Alcy Xavier (1933), Nilo Previdi (1913 - 1982) e Loio-Pérsio (1927 - 2004), do Clube de Gravura do Paraná, em 1953, que dirige desta data até 1956. Participa de três edições do Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, recebendo Menção Honrosa em 1949, e o Prêmio de Gravura, em 1952. Muda-se para São Paulo em 1957 e, em 1958, faz o curso de História da Arte do Instituto de Arte e Decoração do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp. No ano de 1970, retorna a Curitiba, onde em 1976 torna-se diretora do Centro de Pesquisas e Informações do Museu Guido Viaro. Em 1979, dirige o Ateliê de Gravura do Centro de Criatividade de Curitiba. Exercendo intensa atividade cultural no Paraná, ainda coordena a documentação do Centro de Pesquisa da Casa da Gravura, Solar do Barão, em 1981. Em 1982 ministra curso de estampa em relevo em São Paulo e, dois anos depois, realiza uma exposição individual no Masp. Em 1986, é convidada a integrar o Conselho de Artes Gráficas do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP.

Críticas

"Não tenho qualquer dúvida em afirmar que Violeta Franco está para a Arte Paranaense, na mesma proporção que Anita Malfatti e Tarsila do Amaral estão para o modernismo paulista. Assim como Anita Malfatti, que após o violento ataque de Monteiro Lobato no artigo Paranóia ou Mistificação (1917) consegue reunir em torno de si as forças modernistas de São Paulo, até então dispersas, que eclodiram na semana de 22; ao fundar a Garaginha na virada da década de 40 para 50, que se transformaria em ponto de reuniões e discussões de jovens artistas paranaenses que tinham como pontos comuns o desejo de renovação, a insubordinação ao realismo/impressionista dominante na plástica paranaense, serem originários do atelier de Guido Viaro e terem não só feito o curso de gravura com Poty (1950); como criado pouco depois o Clube da Gravura, que se transformaria no Centro de Gravura; Violeta Franco contribui de maneira decisiva para o movimento de integração da arte paranaense, cujo clímax é atingido nos anos 60".
Adalice Araújo
ARAÚJO, Adalice. Violeta Franco / uma trajetória mágica. In FRANCO, Violeta. Violeta Franco. São Paulo: Masp, 1984.

"Ela entra para o mundo das artes plásticas muito cedo, como por acaso, mas seu período de aprendizado foi muito intenso e apaixonado, pois só se torna um grande artista com paixão. Curitiba era uma pacata vila e os projetos dela iam muito além do que o ambiente provinciano poderia oferecer. A insatisfação e o conflito com o tradicional aparecem logo pelas leituras que faz, Franz Kafka, e fornecem as bases para sua paixão pelo expressionismo alemão presente desde as primeiras obras. Foi Guido Viaro quem primeiro lhe orientou na pintura mas, principalmente, foi o curso de gravura que Poty Lazzarotto deu em Curitiba quando de seu retorno de Paris, é que determinaram o caminho que Violeta seguiria. Ambos artistas são pioneiros da tendência expressionista dominante na Curitiba dos anos 50, ligados à figuração subjetiva, centrado no homem, e tratam com violência formal os fatos do cotidiano. Assim para ela, pintura significa liberdade e gravura, disciplina; notemos que as deformações gráficas inspiradas pelas gravuras foram determinantes para a estética expressionista. Possivelmente foi através de Poty, por sua vez influenciado pela obra gráfica de Käthe Kollwitz e pelo cinema expressionista alemão, é que Violeta desperta sua paixão expressionista. O expressionismo, como bem explica Maria José Justino, foi a modernidade no Paraná e abriu o espaço para a abstração. O tema do quadro passado para o segundo plano, Violeta vai em busca das massas coloridas, dos ritmos das cores, ao encontro da luminosidade. A coerência expressionista se mantém mas o seu espírito irrequieto leva sua obra a se fundamentar na mudança, nas mutações, nas metamorfoses. As texturas densas e as cores soturnas se tornam mais simples, mais chapadas, mais planas, mais luminosas e, com Delaunay, ela descobre o papel fundamental da cor na prática pictural, que guardam do expressionismo a gestualidade: as vezes são pictogramas circulares ou elípticos outras vezes formas geometrizadas próximas do graffiti, pinceladas translúcidas e cromatismo sutil com um intenso sentimento de natureza, o 'churigueresco vegetal' de que fala Jorge Henrique Adoun".
Fernando Antonio Fontoura Bini
BINI, Fernando Antonio Fontoura. Violeta Franco, a natureza por expressão.  In Revista de Arte, Curitiba, outubro de 2001. Disponível em: [www.fonte.ezdir.net]. Acesso em 11 dez. 2001.

Depoimentos

"Apenas em 68 começo o estudo da flora, para simbolizar a cor e a atmosfera, a inquietação e a exuberância do mundo brasileiro. A princípio, eram plantas enormes, ainda com grandes camadas de tinta; pouco a pouco vou simplificando e limpando a cor. Passo a estudar a transpor pequenos fragmentos de planta. Só mais tarde, porém, viria a fazer um trabalho de contexto, em que os detalhes desaparecem, a cor é fortemente depurada, as formas se definem e a flora acaba sendo apenas uma referência. As folhas se vinculam com pássaros e a fauna e a flora vão se fundindo. Eventualmente, a figura humana entra no contexto onde não há luta, mas complementaridade, onde a cor, o grafismo e a composição se complementam num universo de símbolos e formas. Não tenho a intenção de reproduzir uma realidade, senão a minha conturbada realidade, moldada pela realidade que aí está. Nestes dois anos decorridos desde o convite do Prof. Bardi, meu trabalho foi conhecendo uma grande transformação, que não procurei conter".
Violeta Franco
FRANCO, Violeta. Violeta Franco. São Paulo: Masp, 1984.

Exposições Individuais

1965 - Santo André SP - Individual, na Biblioteca Municipal de Santo André
1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Veríssimo
1970 - São Paulo SP - Individual, na A Galeria
1970 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itanhaém
1971 - Curitiba PR - Individual, na Galeria do Banco de Brasília
1972 - Curitiba PR - Individual, na Galeria do Banco de Brasília
1973 - Curitiba PR - Individual, no Teatro Guaíra
1973 - São Paulo SP - Individual, no Sesc Consolação
1974 - Curitiba PR - Individual, no Clube Curitibano
1974 - São Paulo SP - Individual, na Galeria do Teatro Anchieta
1975 - Curitiba PR - Individual, na Galeria Acaiaca
1982 - Curitiba PR - Individual, na Fundação Cultural de Curitiba
1984 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1985 - Curitiba PR - Individual, no Banco de Brasília
1985 - Londrina PR - Individual, na Galeria Spazio
1985 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR
1990 - Curitiba PR - Individual, no Museu Guido Viaro
1991 - Curitiba PR - Individual, na Galeria de Arte do Banestado
1995 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR
1996 - Curitiba PR - Individual, no Museu Universitário da PUC/PR
1998 - Curitiba PR - Individual, no Museu Alfredo Andersen
2000 - Curitiba PR - Individual, no Centro Cultural Brasil-Espanha
2001 - Curitiba PR - A Natureza por Expressão, no Museu de Arte do Paraná

Exposições Coletivas

1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - menção honrosa
1950 - Curitiba PR - 3º Salão da Primavera, no Clube Concórdia
1950 - Curitiba PR - 7º Salão Paranaense de Belas Artes, no Instituto de Educação do Paraná Professor Erasmo Pilotto - medalha de bronze e menção honrosa
1950 - Curitiba PR - Coletiva, no CCBEU
1950 - Curitiba PR - Exposição de Gravuras de Artistas Paranaenses
1950 - Curitiba PR - Salão de Maio, na Associação Paranaense de Artistas
1950 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes
1951 - Curitiba PR - 4º Salão da Primavera, no Clube Concórdia - menção honrosa
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1952 - Curitiba PR - 5º Salão da Primavera, no Clube Concórdia - Prêmio Concórdia
1952 - Curitiba PR - Coletiva de Gravadores Alunos de Poty
1952 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - prêmio em gravura
1955 - Curitiba PR - 1º Salão da Cidade, na Câmara Municipal
1968 - São Paulo SP - 2ª Exposição Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1970 - Curitiba PR - Exposição Nacional do 5º Colóquio de Museus de Arte do Brasil
1970 - São Paulo SP - Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal
1971 - Brasília DF - Coletiva de Artistas Plásticos do Paraná, no Palácio do Buriti
1972 - Curitiba PR - Coletiva de Artistas Paranaenses, na Galeria de Arte Cocaco
1972 - Curitiba PR - Discípulos de Guido Viaro, no Teatro Paiol
1972 - Curitiba PR - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica - 72, no MAC/PR
1972 - Paraná - Paraná Arte Hoje, itinerante pelo interior do Paraná
1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica - 72, na Fundação Bienal
1973 - Curitiba PR - 1ª Expo-Arte, na Câmara Júnior de Curitiba
1973 - Curitiba PR - 2ª Feira das Bandeiras
1973 - Curitiba PR - Retrospectiva de Artistas Paranaenses
1974 - Curitiba PR - 31º Salão Paranaense
1974 - Curitiba PR - Coletiva 74, na Acaiaca Galeria de Arte
1974 - Curitiba PR - Exposição de Artistas Paranaenses, no Clube Curitibano
1974 - Curitiba PR - Inverno em Curitiba, no Graciosa Country Club
1974 - Paraná - Paraná Arte Hoje, itinerante pelo interior do Paraná
1975 - Curitiba PR - A Arte no Paraná, na Galeria Eucatexpo
1975 - Curitiba PR - Accrochge do 1º Aniversário, na Galeria Acaiaca
1975 - Curitiba PR - Folia de Reis, na Casa de Arte Alpendre
1976 - Brasília DF - Paraná, Arte Agora, na Praça dos Três Poderes
1976 - Curitiba PR - 22 Artistas do Paraná
1976 - Curitiba PR - Classe A, na Acaiaca Galeria de Arte
1976 - Curitiba PR - Panorama da Arte no Paraná, no Badep
1976 - Curitiba PR - Verão 76, na Acaiaca Galeria de Arte
1978 - Curitiba PR - Artistas de Parede, na S.H.316 Galeria de Arte
1978 - Curitiba PR - Coletiva de Artistas Paranaenses, no Clube Curitibano
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade
1980 - Curitiba PR - Coletiva, no Encontro Nacional dos Críticos de Arte
1980 - Curitiba PR - Mostra Didática de Gravura
1981 - Curitiba PR - Artistas da Década de 60, na Sala Miguel Bakun
1981 - Curitiba PR - Mulher Arte Tempo, na Sala Bandeirante de Cultura
1981 - Presidente Prudente SP - Salão de Artes Plásticas de Presidente Prudente
1982 - Curitiba PR - Verão Arte 82, na Acaiaca Galeria de Arte
1982 - Lages SC - Gravadores do Paraná Hoje, na Colmeia de Artes
1983 - Curitiba PR - Coletiva de Gravadores, na Casa da Gravura
1983 - Curitiba PR - Verão 83, na Galeria Momento Arte
1984 - Curitiba PR - 6ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1984 - Curitiba PR - Coletiva de Gravadores 84, na Casa da Gravura
1984 - Curitiba PR - Criadores Plásticos, no Colmeia Hoje
1984 - Curitiba PR - Mulheres nas Artes Plásticas, na Galeria Masson
1984 - Curitiba PR - Rotativa Criadores Plásticos, na Galeria Masson
1984 - Ohio (Estados Unidos) - Brazilian Printmakers from Casa da Gravura
1985 - Cuiabá MT - Gravadores Paranaenses
1985 - Curitiba PR - Gravadores Paranaenses
1985 - Curitiba PR - Pintores de Curitiba, no Sesc
1985 - Curitiba PR - Pintores do Paraná, na Galeria de Arte do Banestado
1985 - Joinville SC - Gravadores Paranaenses
1986 - Curitiba PR - 7ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1986 - Curitiba PR - Jóia Brasileira, na Caixa de Criação Galeria de Arte
1986 - Curitiba PR - Tradição/Contradição, no MAC/PR
1987 - Curitiba PR - Arte Útil, na Caixa de Criação Galeria de Arte
1987 - Curitiba PR - Artes Plásticas Curitiba 87, na Casa da Gravura
1987 - Curitiba PR - Coletiva de Artistas Paranaenses, na Artespaço Saint German des Prés
1987 - Curitiba PR - Exposição do 3º Aniversário, na Caixa de Criação Galeria de Arte
1987 - Curitiba PR - Pinturas: o nu como tema, no Museu Guido Viaro
1988 - Curitiba PR - 8ª Gravadores Paranaenses das Décadas de 50/60, no Museu Municipal de Arte
1988 - Curitiba PR - 8ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba
1989 - Curitiba PR - O Auto-Retrato na Pintura Paranaense, no Museu de Arte do Paraná
1991 - Curitiba PR - Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte
1992 - Curitiba PR - Coletiva, no Museu Municipal de Arte
1993 - Curitiba PR - 1ª Coletiva de Artistas Plásticos, no Escritório de Arte Fauzie Sabbag
1993 - Curitiba PR - 3 Gravuristas no Andersen, no Museu Alfredo Andersen
1993 - Curitiba PR - Orientadores 93, no Museu Alfredo Andersen
1994 - Joinville SC - Artistas Paranaenses Geração 60, no Museu de Arte de Joinville
1995 - São Paulo SP - Cantos del Alma de un Hombre Sincero, no Memorial da América Latina
1997 - Curitiba PR - 4 Mulheres: Violeta Franco, Ida Hanneman de Campos, Helena Wong, Adalice Araújo, na Galeria da Caixa Econômica Federal
1998 - Curitiba PR - Arte Paranaense: movimento de renovação, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - Curitiba PR - Acervo do Centro Cultural Brasil-Espanha de Curitiba, no Centro Cultural Brasil-Espanha
2006 - Curitiba PR - Gravadores de Curitiba, Casa Andrade Muricy 
2013 - Curitiba PR - Violeta Franco: a "Garaginha" e a arte moderna no Paraná, Museu Oscar Niemeyer

Fonte: Itaú Cultural

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