Reginaldo José de Azevedo Fortuna

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Biografia

Reginaldo José de Azevedo Fortuna (São Luís MA 1931 - Rio de Janeiro RJ 1994)

Caricaturista e jornalista.

Em 1947, muda-se para o Rio de Janeiro, onde inicia sua carreira publicando trabalhos nas revistas infantis Sesinho, Vida Infantil, Vida Juvenil e Tico-Tico. Na década de 1950 realiza desenhos para a revista A Cigarra. Em 1959, desenha para a revista Senhor, em que conhece o cartunista Jaguar (1932). Na primeira metade da década de 1960 edita, com Ziraldo (1932), a seção de humor publicada na revista O Cruzeiro, intitulada O Centavo. No ano de 1964, trabalha como diretor de arte na revista Pif-Paf, dirigida por Millôr Fernandes (1923). Entre 1965 e 1968, edita o caderno de charges políticas O Manequinho, no jornal Correio da Manhã. Depois de dirigir a equipe editorial da Enciclopédia Barsa, integra, em 1969, o grupo de fundadores do jornal O Pasquim. Em 1975, edita pela Codecri a revista O Bicho, e muda-se para São Paulo, onde dois anos depois trabalha com Tarso de Castro (1941 - 1991), no suplemento Folhetim, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo. Ainda sob a direção de Tarso de Castro, trabalha no semanário Enfim (1979) e na revista Careta (1980). Em 1988, torna-se diretor de arte no jornal Softpress, onde permanece até 1990. Como escritor, publica os livros Hay Gobierno! (1968); Aberto para Balanço (1980), em que apresenta uma seleção de seus trabalhos no jornal Correio da Manhã; Diz, Logotipo (1990); e Acho Tudo muito Estranho (Já o Prof. Reginaldo, Não), em 1992. 

Comentário Crítico

Nascido em São Luís MA, Fortuna passa, aos 15 anos, a residir no Rio de Janeiro, onde desenha histórias em quadrinhos para revistas infantis como Sesinho, Vida Infantil, Vida Juvenil e O Tico-Tico. Usa na época o pseudônimo de Chico Forte. Colabora em diversas publicações como, por exemplo, na Revista da Semana e A Cigarra, para a qual trabalha por mais tempo.

Em 1957, obtém o primeiro prêmio de desenho humorístico em concurso organizado pela Copa Aeroclube de Bordighera em San Remo, na Itália. Atua como caricaturista e diretor de arte da revista Pif-Paf. Para o estudioso Herman Lima, na maior parte de seus trabalhos e como acontece com os desenhos dos humoristas brasileiros atuais, Fortuna não utiliza legendas, deixando que a imagem expresse seu conteúdo. Em suas composições ocorre um humor espontâneo, marcado também por um pouco de sarcasmo. Lima ressalta o fato de que o artista não ficava antecipadamente elaborando seus desenhos, gostava de criá-los de improviso, quase no momento do fechamento da matéria no jornal.

Para o jornalista e cartunista Gilberto Maringoni, o desenho de Fortuna mantém diálogo com o trabalho da geração de cartunistas europeus surgidos na esteira do pós-guerra, como Saul Steinberg (1914 - 1999),  Jean Jacques Sempé (1932) e André François (1915). Para Maringoni, o rompimento com a caricatura clássica, quase acadêmica, e a aproximação do desenho de humor com as artes plásticas seduziu os humoristas brasileiros dessa geração, como, por exemplo, além de Fortuna, Millôr Fernandes (1923), Ziraldo (1932), Jaguar (1932), Claudius (1937) e Borjalo.

O cartunista tem seus trabalhos publicados em importantes jornais e revistas como Senhor e no Correio da Manhã, no qual atua de 1965 a 1969. Nesse ano, participa da equipe de criação do jornal O Pasquim. Trabalha como editor de arte da Enciclopédia Barsa, da revista Veja e como diretor de redação da revista Cláudia. Edita ainda a revista em quadrinhos alternativa Bicho, com autores nacionais e estrangeiros. Colabora com charges para o Folhetim, suplemento do jornal a Folha de S.Paulo. Alguns de seus melhores desenhos estão publicados no livro de charges Hay Gobierno?, de 1964. Também no livro Aberto para Balanço, de 1980, podemos ver uma parte expressiva de sua produção.

Críticas

"Depois de colaborar em várias publicações, como a Revista da Semana, onde teve ocasião de publicar algumas páginas a duas cores, muito curiosas, pelo traço nervoso e fantasista, Fortuna fixou-se definitivamente na A Cigarra. Em 1957, obteve o 1º prêmio de desenho humorístico no desenho organizado pela Copa Aeroclube de Bordighera, San Remo, na Itália, além do quarto prêmio entre as melhores histórias cômicas de contribuintes de todo o mundo. Como acontece com os dos humoristas brasileiros atuais, geralmente seus trabalhos não trazem legenda, falando por si, muito embora a linguagem complexa de várias de suas composições. Seu humorismo, porém, é espontâneo, sem prejuízo da dose de leve sarcasmo comum à maior parte dos seus desenhos. Gosta de trabalhar em cima da hora ?e seu método de composição é esperar o dia em que a matéria tem que ir de qualquer jeito para a oficina e então, premiado pela urgência, salta de seu cérebro uma situação humorística. Isso porque prefere viver até o último momento. E como leva a sério o seu trabalho, o que acha mais engraçado é que os outros achem graça no que ele faz".
Herman Lima
LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil IV. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963. p. 1303-1797, il. p&b. color. p. 1607.

Exposições Coletivas

1957 - San Remo (Itália) - Participa do concurso organizado pela Copa Aeroclube de Bordighera, onde obtém o primeiro prêmio melhor desenho humorístico e o quatro prêmio entre histórias cômicas de contribuintes de todo o mundo
1975 - Chartres (França) - Participa da Coletiva de Desenho de Humor do Museu de Chartres
1976 - Chartres (França) - Participa da Coletiva de Desenho de Humor do Museu de Chartres
1977 - Gabrovo (Bulgária) - Participa da Coletiva da Casa do Humor e da Sátira, onde foi apontado como um dos cem melhores cartunistas do mundo

Exposições Póstumas

2003 - São Paulo SP - Traço, Humor e Cia, no Museu de Arte Brasileira

Fonte: Itaú Cultural

Veja também