Raimundo da Costa e Silva

Obras de arte disponíveis

No momento não possuimos obras de Raimundo da Costa e Silva em nosso acervo.
Você possui uma obra deste artista e quer vender?
Clique aqui e envie sua obra para avaliação.

Biografia

Raimundo da Costa e Silva (Rio de Janeiro RJ 17--? - Rio de Janeiro RJ? 18--?)

Pintor e escultor.

Sabe-se muito pouco a respeito de sua vida. Algumas fontes o descrevem como pardo, alto e corpulento e também que é major de ordenanças. Aprende escultura e entalhe com o pai. Executa e decora presépios para a Capela do Livramento, no morro do Livramento, e para a Igreja de Santa Teresa, ambas no Rio de Janeiro. Pode ter sido autodidata em pintura. Segundo o crítico José Roberto Teixeira Leite1, são atribuídos a ele as pinturas N. Sra. do Carmo, do Convento do Carmo; a N. Sra. da Conceição, da atual Igreja da Conceição e da Boa Morte; Ceia do Senhor, hoje na Catedral de São Sebastião; o Batismo de Cristo, da Igreja do Santíssimo Sacramento da antiga Sé; e a Sagrada Família, da Igreja de São José, todos no Rio de Janeiro. Ademais, outros autores atribuem a ele o São Sebastião da já demolida Igreja do Castelo; a Sagrada Ceia da Capela Imperial, atual Igreja de N. Sra. do Monte do Carmo; e a N. Sra. da Conceição da Igreja do Hospício, Rio de Janeiro. Parece que ele também realiza pinturas sobre vidro, tendo feito uma para a Capela do Santíssimo Sacramento, Rio de Janeiro. Não nos resta nenhum desses trabalhos. Alguns autores dizem que é igualmente retratista. É tido por membro da Escola Fluminense de Pintura. Consta que falece octogenário.

Comentário Crítico

Considerado membro da Escola Fluminense de Pintura por todos os autores que escrevem sobre ela2, pouco se sabe além disso sobre Raimundo da Costa e Silva. São-lhe atribuídas diversas pinturas não assinadas. Segundo a tradição, aprende escultura e entalhe com seu pai, mas isso tampouco é documentado. Não se sabe se deixa discípulos. O historiador Antônio da Cunha Barbosa o considera fundador da escola dos coloristas no Brasil. Diz que o pintor se revela, em assuntos sagrados e profanos, profundo pensador e pintor religioso admirável3. Hoje em dia não são conhecidas reproduções de seus retratos. O pintor, crítico, historiador e professor Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806 - 1879) diz que Costa e Silva é "filho do seu próprio entusiasmo, laborioso por gênio, chegou a um grau de talento que o honra"4, sem mais detalhes. Pelas imagens de quadros apresentadas pelo historiador José Roberto Teixeira Leite5, é difícil imaginar, como sugere o historiador José Maria dos Reis Júnior6, que o pintor seja autodidata. De fato, as reproduções de N. Sra. do Carmo e N. Sra. da Conceição apresentam figuras ricamente vestidas, com cabelos e poses de nobreza europeia. A pincelada parece delicada e suave. As cores são harmoniosas, com tons tendendo para o escuro. Outra N. Sra. Da Conceição e uma Virgem do Carmelo, também reproduzidas na referida obra, mostram figuras menos nobres, com o desenho e o colorido bastante suaves.

Notas

1 - LEITE, José Roberto Teixeira. Negros, pardos e mulatos na pintura e na escultura brasileira do século XVIII. In: A mão afro-brasileira: significado e contribuição artística e histórica. Organização Emanoel Araújo. São Paulo: Tenenge, 1988, p. 14 e 20.
2 - PORTO-ALEGRE, Manuel de Araújo. Memória sobre a antiga Escola fluminense de pintura. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 1841, v. 3, p. 547 - 557. Disponível em: ; BARBOSA, Antônio da Cunha. Aspecto da arte brasileira colonial. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Rio de Janeiro, 1898, t. LXI, parte I, p. 95 - 154. Disponível em: ; GUIMARÃES, Argeu. História das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Jornal do Commercio, 1918; LEVY, Hannah. A pintura colonial no Rio de Janeiro. In: Pintura e escultura I. São Paulo: FAU/USP: MEC-Iphan, 1978.
3 - BARBOSA, Antônio da Cunha, op. cit., p. 105.
4 - PORTO-ALEGRE, Manuel de Araújo, op. cit., p. 554.
5 - LEITE, José Roberto Teixeira. Negros, pardos e mulatos na pintura e na escultura brasileira do século XVIII. In: A mão afro-brasileira: significado e contribuição artística e histórica. Organização Emanoel Araújo. São Paulo: Tenenge, 1988, p. 20 a 23.
6 - REIS JÚNIOR, José Maria dos. História da pintura no Brasil. Prefácio Oswaldo Teixeira. São Paulo: Leia, 1944, p. 62.

Exposições Póstumas

1955 - Rio de Janeiro RJ - Tem obras representadas na Exposição de Arte Sacra Brasileira
1998 - São Paulo SP - O Universo Mágico do Barroco Brasileiro, na Galeria de Arte do Sesi

Fonte: Itaú Cultural

Veja também