Mestre Didi

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Biografia

Mestre Didi (Salvador BA 1917 - Idem, 2013)

Deoscóredes Maximiliano dos Santos
Escultor e escritor.

Executa objetos rituais desde a infância; aprende a manipular materiais, formas e objetos com os mais antigos do culto orixá Obaluaiyê. Entre 1946 e 1989, publica livros sobre a cultura afro-brasileira, alguns com ilustrações de Caribé. Em 1966, viaja para a África Ocidental e realiza pesquisas comparativas entre Brasil e África, contratado pela Unesco. Nas décadas de 60 a 90, participa como membro de institutos de estudos africanos e afro-brasileiros e como conselheiro em congressos com a mesma temática, no Brasil e no exterior. Em 1980, funda e preside a Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá do culto aos ancestrais Egun, em Salvador. É coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira, que representa no país a Conferência Internacional da Tradição dos Orixás e Cultura. 

Críticas

"Exprime, através da criação estética, uma arraigada intimidade com seu universo existencial, onde ancestralidade e visão de mundo africanos se fundem com sua experiência de vida baiana. Completamente integrado ao universo nagô de origem yorubana, revela em suas obras uma inspiração mítica, formal material. A linguagem nagô com a qual se expressa é o discurso sobre a experiência do sagrado, que se manifesta por meio de uma simbologia formal de caráter estético".
Juana Elbein dos Santos
Setembro de 1996, Juana Elbein dos Santos - Mestre Didi é um sacerdote-artista, In: Escultura Brasileira: Perfil de uma identidade/curadoria de Emanoel Araujo e Sérgio Pizoli; textos de Emanoel Araujo, et al. - São Paulo - Imprensa Oficial. [1997], p. 173.

"Quem disse que a escravidão destruiria o gênio africano da escultura? Os negros americanos souberam reencontrar - sempre que conservaram seus deuses e continuaram vivendo a religião de seus Pais - a arte de encarnar os símbolos na madeira, no ferro, no barro; e o ritmo dos tambores prolongou-se graças às suas mágicas mãos, no ritmo da matéria remodelada, recriada musicalmente, tanto na América quanto na África. Na fidelidade. Como também na invenção. De fato a arte afro-americana não ficou paralisada - e, por isso mesmo, uma estéril repetição. É ainda o mesmo ritmo ancestral que sobrevive na Guiana nas oferendas de amor, e no Brasil nos objetos da liturgia consagradas ao culto dos Orixás. Mas este ritmo leva consigo, arrasta na sua roda louca, novos símbolos, novas palavras dos Deuses, aqui formas inéditas do amor para os Negros Bosch. Pois a religião africana está sempre viva no Brasil e o Desejo nunca deixa de reinventar a sua mensagem. A exposição organizada por Deoscóredes dos Santos, filho querido dos Orixás, que lhe deram esta dádiva de poder falar com a madeira, com as fibras vegetais, com todas as matérias carnais do mundo, será uma revelação para o público europeu, da existência de uma arte afro-americana, ao mesmo tempo autêntica e todavia original. (...)"
Roger Bastide
SANTOS, Juana Elbein dos (org. ). Ancestralidade africana no Brasil : Mestre Didi, 80 anos. Projeto gráfico Beto Cerqueira, Zeo Antonelli; design da capa France Arnaut; apresentação Orlando Senna, Agenor Miranda Rocha. Salvador : SECNEB, 1997, p. 191.

Depoimentos

"Os orixás do Panteão da Terra são os que nos alimentam e nos ajudam a manter a vida. Os meus trabalhos estão inspirados na natureza, na Mãe Terra -Lama, representada pela orixá Nanã, patrona da agricultura".
Mestre Didi
DIDI, Mestre. Esculturas. Fotografia Paula Pape, Marco Aurélio Martins, Michel Rey; apresentação Juana Elbein dos Santos. Salvador : Prova do Artista, 1996, p. 24.

Exposições Individuais

1964 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas de Orixá de Didi, na Galeria Bonino
1964 - Salvador BA - Individual, na Galeria Ralf
1965 - Buenos Aires (Agentina) - Individual, na Galeria El Altillo
1965 - São Paulo SP - Didi, Escultura e Emblema de Orixá, na Galeria Atrium
1966 - Rio de Janeiro RJ - Didi: Arte Sacra Afro-Bahiana, na Galeria G4
1967 - Ibadan (Nigéria) - West Brazilian Sacred Arte - Didi dos Santos, no Trenchard Hall, Universidade de Ibadan
1973 - Buenos Aires (ARG) - Mestre Didi y el Arte Afro-Brasileiro - sala especial, na Galeria Rubbers
1984 - Belo Horizonte MG - Religião e Negritude: Tradição dos Orixás, no Auditório Imaco
1986 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Schomburg Center
1987 - Salvador BA - Mestre Didi Memória e Afirmação Existencial, na Academia de Letras da Bahia
1988 - São Paulo SP - A Presença do Sagrado na Escultura de Mestre Didi - sala especial, no Congresso Internacional de Escravidão - FFLCH/USP
1988 - Salvador BA - Réplica da escultura Opá Esin, de 12 metros de altura, no Largo do Pelourinho
1992 - Rio de Janeiro RJ - A Presença do Sagrado na Escultura de Mestre Didi, na Galeria do Ibeu
1993 - Salvador BA - Individual, na Galeria Prova do Artista
1993 - Salvador BA - Individual, no Centro Histórico de Salvador
1994 - Salvador BA - Individual, na Galeria Prova do Artista
1994 - Salvador BA - Individual, no Hotel Sofitel
1994 - Salvador BA - Individual, na Galeria de Arte no Centro Histórico de Salvador
1996 - Salvador Ba - Mestre Didi 80 Anos de Arte, no MAM/BA
1996 - Salvador BA - Individual, na Galeria Prova do Artista - 1º Prêmio Copene de Artes Plásticas
1998 - Miami (Estados Unidos) - Mestre Didi. Sacred Afro-brazilian Sculpture
2001 - São Paulo SP - Èdá-Elemi, na Galeria de Arte São Paulo

Exposições Coletivas

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas
1968 - Lagos (Nigéria) - Exposição Internacional de Arte Afro-Brasileira, no Museum of Antiquities
1969 - Acra (Gana) - Exposição Internacional de Arte Afro-Brasileira, no Ghana National Museum
1969 - Dacar (Senegal) - Exposição Internacional de Arte Afro-Brasileira, no Musée Dynamique
1970 - Paris (França) - Art et Culture Afro-Brésiliens - sala especial, no Palácio da Unesco
1971 - Londres (Inglaterra) - Afro-Brazilian Art, no Africa Centre
1974 - Rio de Janeiro RJ - Semana Afro-Brasileira, no MAM/RJ
1974 - São Paulo SP - Arte Sacra Negra, no Palácio das Convenções
1984 - Salvador BA - Bahia África - África Bahia, no Museu de Arte da Bahia, Palácio da Vitória
1986 - Salvador BA - Arte Sacra Negra, Vitória Hall
1988 - São Paulo SP - A Mão Afro-Brasileira, no MAM/SP
1989 - Londres (Inglaterra) - Art Latin América, na Hayward Gallery
1989 - Paris (França) - Magiciens de la Terre, no Centre Georges Pompidou
1991 - Ilhéus BA - Semana Afro-Brasileira, na Fundação Cultural de Ilhéus
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Arte e Religiosidade Afro-Brasileira, na 46ª Feira do Livro
1995 - Belo Horizonte MG - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro, no Centro de Cultura de Belo Horizonte
1995 - São Paulo SP - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro, na Pinacoteca do Estado
1995 - Brasília DF - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro, no Espaço Cultural 508 Sul
1996 - São Paulo SP - 23ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Banco Safra
1997 - Washigton (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID
1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural
1999 - Curitiba PR - Arte-Arte Salvador 450 Anos, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro
1999 - Salvador BA - 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra
1999 - Salvador BA - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no MAM/BA
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, no Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2004 - Rio de Janeiro RJ - Novas Aquisições 2003: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

Fonte: Itaú Cultural

Veja também