Karl Ernst Papf

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Biografia

Karl Ernst Papf (Dresden Alemanha 1833 - São Paulo SP 1910)

Pintor e fotógrafo.

Estuda na Academia de Pintura de Dresden, por volta de 1850. Em 1867, é contratado pela firma Albert Henschel & Cia., do fotógrafo alemão Albert Henschel (1827-1882) e imigra para o Brasil, fixando-se no Recife. Realiza fotopinturas: retratos a óleo baseados em fotos, gênero comum no século XIX. O estabelecimento prospera, passa a se chamar Photographia Allemã e abre filiais em Salvador, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1877, Papf muda-se para o Rio de Janeiro, então capital do Império, e no ano seguinte transfere-se para Niterói. Além dos trabalhos comerciais, dedica-se à pintura de naturezas-mortas e paisagens, com destaque para a pintura de orquídeas. Muda-se para Petrópolis, em 1880, e inaugura o estúdio Photographia Papf em 1885. Produz encomendas para a família imperial, o que contribui para consolidar sua reputação como retratista. No Rio de Janeiro, em 1882, expõe no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e participa da Exposição Geral de Belas Artes (EGBA), em 1897. Muda-se para São Paulo em 1899 e seu filho, Jorge Henrique Papf (1863-1920), assume a direção do estúdio em Petrópolis. Em São Paulo, trabalha para a filial da Photographia Allemã e monta estabelecimento próprio. Em 1980, uma retrospectiva de sua obra é realizada no Museu Imperial, em Petrópolis, e na Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Comentário crítico

Papf notabiliza-se inicialmente como pintor de retratos baseados em fotografias, chamados de fotopinturas. No século XIX, a esse tipo de trabalho é uma alternativa mais econômica aos retratos em pintura, e o retrato fotográfico retocado e colorido à mão é procurado sobretudo pela pequena burguesia comerciante para perpetuar sua imagem. De acordo com o historiador e crítico de arte Carlos Roberto Maciel Levy (1951)¹, autor do principal estudo sobre o fotógrafo, a operosidade e o sucesso comercial de Papf serviriam de argumento para que sua obra fosse ignorada ao longo da história recente da arte no Brasil. O crítico de arte Gonzaga Duque (1863-1911)², por exemplo, ironiza o fato de que o artista, muito famoso entre seus contemporâneos, sequer seja lembrado posteriormente. Levy, no entanto, revê a importância de Papf como paisagista. E defende que, em paisagens como Praia do Cavalão (1878), o artista reúne as qualidades clássicas do paisagismo holandês aprendido na Alemanha. Porém, devido a um espírito individual e progressista, supera influências de sua formação para retratar a vegetação brasileira.

Notas
¹ LEVY, Carlos Roberto Maciel. Karl Ernst Papf 1833-1910. Rio de Janeiro: Pinakhoteke, 1980.
² ESTRADA, Luiz Gonzaga Duque. A arte brasileira. Rio de Janeiro: Tipografia a vapor H. Combaerts, 1888, p.201-202.

Críticas

"Houve um tempo, perdido nas brumas do nosso passado não rémoto mas ja afastado, em que E. Papf foi o retratista predilecto dos brazileiros. Não sei as causas que influiram n´esta sympathia. Dizem alguns, com certeza os menos avisados, que era pela semelhança dos retratos com os retratados, semelhança que os pinceis do Sr. Papf conseguiam com extrema facilidade, mas não me parece assaz satisfactoria similhante razão porquanto, confesso, muitos retratos vi assignados por este pintor, os quaes me dispertavam duvidas sobre a parecença com os originaes".
Gonzaga Duque
DUQUE, Gonzaga. A Arte brasileira: pintura e esculptura. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888.

"A filial paulista do Atelier de Alberto Henschel, fotógrafo da Casa Imperial, anunciava ´retratos a óleo´ e nisso era auxiliado por um ótimo pintor que foi Ernesto Papf, artista que mesmo recentemente mereceu estudos e exposição retrospectiva, pois sua habilidade e seus méritos não se cingiam somente à reprodução fotográfica, porque também sabia executar bons retratos tirados do natural. Por aí, vê-se que certamente seria de boa qualidade o nível dos retratos anunciados por Henschel".
Carlos Eugênio Marcondes de Moura
LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira; AMARAL, Aracy; BERNARDET, Jean-Claude. Retratos quase inocentes. São Paulo: Nobel, 1983. p. 55.

Acervos

Acervo Museu de Arte Moderna - Rio de Janeiro RJ

Exposições Coletivas

1882 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Sociedade Propagadora das Belas Artes, no Imperial Liceu de Artes e Ofícios
1884 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Glace Elégante
1886 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Industrial e Artística de Petrópolis, no Palácio de Cristal - medalha de ouro
1890 - Petrópolis RJ - Coletiva, na sede da Photographia Papf
1897 - Rio de Janeiro RJ - 4ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1905 - Petrópolis RJ - Exposição de Belas Artes do Clube de Petrópolis

Exposições Póstumas

1946 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1957 - Petrópolis RJ - Retrospectiva, no Palácio da Princesa
1980 - Petrópolis RJ - Retrospectiva, no Museu Imperial
1980 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Karl Ernest Papf, 1833-1910, na Pinakotheke
1980 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, na Acervo Galeria de Arte
1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes
1980 - São Paulo SP - Retrospectiva, na Pinacoteca do Estado
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1989 - Rio de Janeiro RJ - O Rio de Janeiro de Machado de Assis, no CCBB
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1999 - Rio de Janeiro RJ - O Brasil Redescoberto, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Coleção Brasiliana, na Pinacoteca do Estado
2001 - Belém PA - Fotógrafos Alemães no Brasil do Século XIX, no Museu de Arte do Belém
2001 - Rio de Janeiro RJ - Fotógrafos Alemães no Brasil do Século XIX, no Instituto Goethe
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro

Fonte: Itaú Cultural

Veja também