José Tertuliano Guimarães

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Biografia

José Tertuliano Guimarães (Nazaré BA 1899 - Rio de Janeiro RJ 1969)

Pintor, gravador, ilustrador, desenhista.

Estuda com Robespierre de Farias e Presciliano Silva, na Escola de Belas Artes da Bahia, em 1929. Nessa instituição recebe o Prêmio Caminhoá, ao concluir o curso Lopes Rodrigues. Com pensão do governo, viaja para Paris e estuda com Albert Laurens na Académie Julian. Recebe o primeiro prêmio de composição desta instituição e é admitido no Salon Officiel des Artistes Français. Em 1932, de volta a Bahia, realiza uma individual em Salvador. Esta exposição, considerada o marco inicial do modernismo na Bahia, teve crítica favorável, mas não agrada os artistas nem o público. Entre os anos de 1932 e 1939, faz ilustrações em xilogravura para a revista Seiva e Flama. É membro do Partido Comunista Brasileiro. Transfere-se para o Rio de Janeiro, onde retoma seu antigo oficio de pintor de paredes, e torna-se catedrático de Desenho no Colégio Pedro II.

Críticas

"Analisando a pintura de José Guimarães, (...) podemos distinguir três fases bem definidas. Na primeira se situam todas as obras de caráter pós-impressionistas, pintadas sob a influência da Escola de Belas Artes, e, especialmente de Presciliano. Na Segunda podem ser agrupadas as paisagens, figuras e naturezas mortas pintadas na Academia Julian, nas quais, principalmente nas paisagens da Bretanha, é bem acentuada a tendência aos grandes planos, tão característica na obra de Cézanne, o que não escapou à arguta observação de Chacchio, em 1932, estilo que já não era arte de vanguarda quando José Guimarães estava na França. Na terceira fase de sua obra, realizada na Bahia depois de 1932, aqui representada pelo admirável esboço Feira Baiana e pelas paisagens: Telhados de Nazaré e Rua da Bahia, que consideramos um dos pontos culminantes de sua carreira, foi mais adiante no caminho da modernidade, afastando-se completamente dos moldes da arte clássica em que tinha sido formado. Nelas está bem presente um crescente abstracionismo, prescindindo de detalhes, tratando vigorosamente planos de luz e sombra. Guimarães, nestas últimas obras, já era um artista seguro de si, trabalhando tranqüilamente a forma e a cor, que pinta com grande apuro, sem deixar de enriquecer seus quadros com pesquisas, abandonando completamente o colorido impressionista".
Valentin Calderon - 1975
SCALDAFERRI, Sante. Os Primórdios da arte moderna na Bahia : depoimentos, textos e considerações em torno de José Tertuliano Guimarães e outros artistas. Apresentação Ildásio Tavares. Salvador : Fundação Casa de Jorge Amado, 1997. 177 p. il. color. (Casa de Palavras. Memória, 2), p. 38.

"Não os queremos rotular, mas demonstrar que todos os que foram estudar na Europa antes de José Guimarães não absorveram nenhuma linguagem contemporânea, como também José Guimarães não absorveu. José Guimarães, porém, foi o primeiro a dar um passo adiante do 'impressionismo'. Essa diferença e o rompimento com os procedimentos anteriores lhe conferem a maior importância nas artes plásticas baianas, e o tornam o primeiro artista que começa a diminuir a defasagem entre as novas linguagens e a arte anacrônica que era praticada na Bahia. Na sua obra, vista hoje, percebe-se claramente que o avanço não foi muito grande. Porém, para a época na Bahia, foi um avanço significativo. Tanto que ele pagou caro por introduzir uma nova forma de pintar, na cidade acostumada a somente ver e aplaudir um tipo de arte: a acadêmica".
Sante Scaldaferri
SCALDAFERRI, Sante. Os Primórdios da arte moderna na Bahia : depoimentos, textos e considerações em torno de José Tertuliano Guimarães e outros artistas. Apresentação Ildásio Tavares. Salvador : Fundação Casa de Jorge Amado, 1997. 177 p. il. color. (Casa de Palavras. Memória, 2), p. 30.

Exposições Individuais

1928 - Salvador BA - Individual, na Associação dos Empregados do Comércio
1932 - Salvador BA - Individual, no saguão do jornal A Tarde

Exposições Coletivas

1931 - Paris (França) - Salão Oficial dos Artistas Franceses

Exposições Póstumas

1975 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte Sacra

Fonte: Itaú Cultural

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