Jorge Velloso Borges Leão Teixeira

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Biografia

Jorge Velloso Borges Leão Teixeira (Rio de Janeiro RJ 1959)

Desenhista, pintor, escultor, artista multimídia.

Autodidata, Barrão iniciou sua carreira artística com o Grupo Seis Mãos, 1983-1991, formado com Ricardo Basbaum e Alexandre Dacosta. O grupo desenvolve atividades com vídeo, pinturas ao vivo, shows musicais e performances e promove o projeto Improviso de Pintura e Música, em ruas, praças públicas, faculdades etc. A primeira exposição dos três artistas tem lugar em 1983, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Nesse ano, Barrão participa das mostras Arte na Rua I e Pintura! Pintura!, ambas na mesma cidade. Em 1984, realiza a primeira individual, Televisões, na Galeria Contemporânea, e participa da coletiva Como Vai Você, Geração 80?, realizada na Escola de Artes Visuais do Parque Lage - EAV/Parque Lage, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Museu de Arte de Brasília, em 1990. Realiza, com Sandra Kogut, os vídeos 7 Horas de Sono e A Geladeira. Faz ainda vinhetas eletrônicas para televisão, trabalhos de cenografia e capas de discos. Cria, em parceria com o artista Luiz Zerbini, o editor de vídeo e cinema Sérgio Mekler e o produtor musical Chico Neves, o grupo Chelpa Ferro, em 1995, que trabalha com escultura, instalações tecnológicas e música eletrônica.

Comentário Crítico

A obra de Barrão orienta-se pela lógica da bricolagem: trata-se do reaproveitamento de restos e sucatas, conferindo-lhes novos sentidos. Desligados de seus contextos e usos originais, os objetos reaparecem transformados, embora tragam a memória do passado. Assim, itens cotidianos e domésticos (televisor, geladeira, brinquedo, liquidificador, bacia, fogão e outros) figuram como peças de composições diversas, ainda que teimem em permanecer o que são: televisor, porta de geladeira, toca-disco etc. Grade de ventilador sobre pista de autorama, Autopista, 1987; bonecos de plásticos e motor de vitrola sobre porta de geladeira, 1989; escada de metal apoiada sobre carrinhos de ferro, 1992; estes são alguns engenhos do artista. Um impulso lúdico e infantil parece animar toda essa produção; é possível identificar nela o espírito curioso do menino cuja brincadeira é desmontar os objetos, ver como são feitos para, a partir daí, arriscar novas construções, indica o crítico Márcio Doctors. Diante dos resultados dessas operações de encaixe e desencaixe, não há como deixar de perceber a crítica implícita à sociedade contemporânea. O riso primeiro, inevitável, dá lugar, em seguida, a certa melancolia provocada pela identificação das peças desgastadas, parte de um mundo familiar, não tão distante, mas já completamente passado, morto.

Críticas

"Na área do eletrodoméstico como suporte, Jorge Barrão é sem dúvida uma revelação dos últimos anos: suporte violentado, e onde a frase-clichê ´muda a função muda a significação plástica´ nem sempre é válida posto que apesar de alterado o visual o suporte é identificável. Mas o elemento ´surpresa´, humoroso, como o exige o espírito da geração do autor, se revela na aproximação do ´contemplador´, ou em sua participação em contato com este objeto (uma máquina de lavar, ou uma televisão, ou uma geladeira), usualmente de diálogo tão mecânico com o espectador, e que aqui é surpreendido pela ´resposta´ da peça: criador da máquina desconcertante, de continente que é uma armadilha".
Aracy Amaral
Amaral, Aracy. In: A nova dimensão do objeto. n. p.

"Barrão é um escultor de piadas visuais para gargalhadas invisíveis. A arte de transformar televisores, enceradeiras e outros eletrodomésticos em artigos de primeira inutilidade obteve o efeito instantâneo de uma batedeira de ovos sobre as artes plásticas brasileiras. Qualquer um que, instalado numa poltrona, já tenha assistido à TV está, de antemão, familiarizado com seus objetos. A meio caminho entre os museus e os magazines de utilidades para o lar, eles dizem respeito a qualquer sociedade industrial, mas têm um humor tipicamente carioca. Humor que é a marca pessoal de um dos artistas mais importantes projetados pela exposição Como Vai Você, Geração 80?, em 1984, no Parque Lage. Seja nas vinhetas sujas do finado Programa Legal, na cenografia kitsch de Santa Clara Poliergerst, em capas de disco de rock ou nas próprias artes plásticas, sua linguagem se firmou por ser modelável como o barro e contemporânea como o chip".
Fernando G.
Fernando G. Jorge Barrão: o artista plástico que transforma fogões e TVs em peças de humor. Jornal do Brasil.

"Durante muito tempo, o trabalho de Barrão foi lido sob o ponto de vista pop, por ter construído objetos a partir de apropriações do grande consumo popular. Televisões, geladeiras, liquidificadores, toda a parafernália eletrônica de uso doméstico passou pela ´reciclagem´ irônica do artista. Não era tanto, talvez, a crítica ao racionalismo da técnica ou ao consumo burguês o que interessava, mas a irreverência lúdica de deslocar esses objetos para o espaço livre da imaginação. A acidez crítica das apropriações dadaístas e a neutralidade das imagens pop eram então substituídas por um outro tipo de assemblage, mais engenhoso e fantasmático, mais ingênuo até, entendendo-se a ingenuidade como um potencial de singeleza e espontaneidade positivo.

Hoje vemos que o interesse, o verdadeiro centro da questão, era mais o mundo da máquina, do engenho, do movimento mecânico, do que propriamente a imagem pop ou kitsch de que se apropriava. O trabalho foi se depurando até chegar, tout court, ao cinetismo puro, ao pólo exclusivo do seu fascínio, que é a possibilidade de a imagem se mover, se transformar, se estruturar mesmo a partir de um mecanismo motor. No trabalho dessa exposição, Barrão suga a água do mar que contorna o Museu por meio de uma bomba, desenha o percurso dessa água pela galeria, fazendo-a passar através de uma mangueira, até devolvê-la ao mar por uma janela. Estão em jogo aí várias relações: o diálogo entre arte e natureza; a possibilidade de interligar o espaço interno ao externo; a tentativa de se ´apropriar´ da própria natureza como um ready-made; o esforço em re-criar a realidade circundante como ficção".
Ligia Canongia
Canongia, Ligia. Sobre os artistas e as obras de escultura plural. In: Escultura plural. n. p.

Exposições Individuais

1984 - Rio de Janeiro RJ - Televisões, Galeria Contemporânea
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Centro Empresarial Rio
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Pequena Galeria do Centro Cultural Cândido Mendes
1989 - São Paulo SP - Individual, Subdistrito Comercial de Arte
1992 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria do Ibeu
1992 - São Paulo SP - Individual, Galeria Camargo Vilaça
2006 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Laura Marsiaj Arte Contemporânea
2010 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Laura Marsiaj Arte Contemporânea
2012 - Ridgefield (Estados Unidos) - Mashups, Aldrich Contemporary Art Museum

Exposições Coletivas

1983 - Rio de Janeiro RJ - Arte na Rua I, outdoor
1983 - Rio de Janeiro RJ - Pintura! Pintura!, Fundação Casa de Rui Barbosa
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Arte na Rua II, outdoor
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, MAM/RJ
1986 - Guadalajara (México) - Pinturas: escrete volador, Galeria Magritte
1986 - São Paulo SP - A Nova Dimensão do Objeto, MAC/USP
1987 - Brasília DF - Pintura Fora do Quadro: 10 artistas contemporâneos, Espaço Capital Arte Contemporânea
1988 - Belo Horizonte MG - Subindo a Serra, Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - 68 x 88, com o Grupo 6 Mãos, Galeria Sérgio Porto
1988 - São Paulo SP - 19º Panorama de Arte Atual Brasileira, MAM/SP
1989 - Rio de Janeiro RJ - Rio Hoje, MAM/RJ
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, Museu de Arte de Brasília
1991 - Caracas (Venezuela) - Brasil: la nueva generación, Fundación Museo de Bellas Artes
1991 - Estocolmo (Suécia) - Viva Brasil, Kultuhuset
1991 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Centro Cultural Cândido Mendes, MAM/RJ
1991 - Rio de Janeiro RJ - EAV Processo nº 738.765-2, EAV/Parque Lage
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Brazilian Contemporary Art, EAV/Parque Lage
1992 - Rio de Janeiro RJ - Coca-Cola 50 Anos com Arte, MAM/RJ
1992 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Centro Cultural Cândido Mendes, Museu Nacional de Belas Artes
1992 - Rio de Janeiro RJ - Diferenças, MNBA
1992 - Rio de Janeiro RJ - EAV Processo nº 738.765-2, EAV/Parque Lage
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco-Sensorial: extrativismo urbano, EAV/Parque Lage
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, MAC/USP
1992 - São Paulo SP - Coca-Cola 50 Anos com Arte, MAM/SP
1993 - Rio de Janeiro RJ - O Papel do Rio, Paço Imperial
1993 - São Paulo SP - A Presença do Ready-Made: 80 Anos, MAC/USP
1993 - Washington (Estados Unidos) - Brasil: imagens dos anos 80 e 90, Art Museum of the Americas - Organization of American States
1994 - Havana (Cuba) - 5ª Bienal de Havana, Centro Cultural Wilfredo Lan
1994 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Mostra de Artes Plásticas: espaço, Espaço Cultural dos Correios
1994 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: imagens dos anos 80 e 90, MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Carioca, Paço Imperial
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Brasil: imagens dos anos 80 e 90, Casa das Rosas
1995 - Rio de Janeiro RJ - A Infância Perversa: fábulas sobre a memória e o tempo, MAM/RJ
1995 - Rio de Janeiro RJ - Dezoito, Centro Cultural Candido Mendes
1995 - Salvador BA - A Infância Perversa: fábulas sobre a memória e o tempo, MAM/BA
1995 - São Paulo SP - Anos 80: o palco da diversidade, Galeria de Arte do Sesi
1995 - São Paulo SP - Artistas Colecionistas, Valu Oria Galeria de Arte
1996 - Salvador BA - Escultura Plural, MAM/BA
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Aplub; Casa de Cultura Mário Quintana; DC Navegantes; Edel; Usina do Gasômetro; Instituto de Artes da UFRGS; Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul; Margs; Espaço Ulbra; Museu de Comunicação Social; Reitoria da UFRGS; Theatro São Pedro
1997 - Porto Alegre RS - Imaginário Objetual, Oficinas do Deprec; Depósito da Marinha; Parque da Marinha do Brasil e espaços públicos de Porto Alegre
1997 - Rio de Janeiro RJ - Apropriações, Galeria Joel Edelstein Arte Contemporânea
1997 - Rio de Janeiro RJ - Ar: exposição de artes plásticas, brinquedos, objetos e maquetes, Paço Imperial
1997 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Plural, MAM/RJ
1998 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Caetano Veloso, Paço Imperial
1998 - Rio de Janeiro RJ - O Bonequinho Viu: 60 anos 1938-1998, CCBB
1998 - São Paulo SP - O Bonequinho Viu: 60 anos 1938-1998, Museu da Casa Brasileira
1999 - Porto Alegre RS - Ciberarte: zonas de interação, Usina do Gasômetro
1999 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Chico Buarque, Paço Imperial
1999 - Rio de Janeiro RJ - Cotidiano/Arte. Objeto Anos 60/90, MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. A Técnica - Máquinas de Arte, Itaú Cultural
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo - Beba Mona Lisa, Itaú Cultural
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. Objeto Anos 60/90, Itaú Cultural
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, MAC/Niterói
2000 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Gilberto Gil, Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim, Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea, Paço Imperial
2001 - São Paulo SP - 27º Panorama de Arte Brasileira, MAM/SP
2001 - São Paulo SP - Arco das Rosas: marchand como curador, Casa das Rosas
2001 - São Paulo SP - Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea, MAM/SP
2002 - Brasília DF - Fragmentos a Seu Ímã, Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio
2002 - Liverpool (Inglaterra) - Pot
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, MAC/Niterói
2002 - Rio de Janeiro RJ - 27º Panorama de Arte Brasileira, MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, Paço Imperial
2002 - Salvador BA - 27º Panorama de Arte Brasileira, MAM/BA
2002 - São Paulo SP - Infláveis, Sesc Belenzinho
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Pot, Galeria Fortes Vilaça
2002 - São Paulo SP - Rotativa Fase 2, Galeria Fortes Vilaça
2003 - Niterói RJ - Apropriações, MAC/Niterói
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, Espaço BNDES
2003 - Rio de Janeiro RJ - Chelpa Ferro, MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - 2080, MAM/SP
2004 - Rio de Janeiro RJ - Onde Está Você, Geração 80?, Centro Cultural Banco do Brasil
2005 - São Paulo SP - Coleções VI, Galeria Luisa Strina
2005 - São Paulo SP - Homo Ludens: do faz-de-conta à vertigem, Itaú Cultural
2006 - São Paulo SP - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Pinacoteca do Estado
2006 - São Paulo SP - Volpi e as Heranças Contemporâneas, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
2006 - Rio de Janeiro RJ - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
2007 - São Paulo SP - 80/90: modernos, pós-modernos, etc, Instituto Tomie Ohtake
2007 - São Paulo SP - 30º Panorama de Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna
2007 - Curitiba PR - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu Oscar Niemeyer
2007 - Salvador BA - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna da Bahia
2008 - Madri (Espanha) - 27º Arco, Instituto Feria de Madrid
2008 - Madri (Espanha) - 30º Panorama de Arte Brasileira, Sala Alcalá 31
2009 - Rio de Janeiro RJ - Alcova, Laura Marsiaj Arte Contemporânea
2010 - Belém PA - 29º Salão Arte Pará, Museu do Estado do Pará
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, Fundação Bienal
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, Pavilhão da Bienal

Fonte: Itaú Cultural

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