João Paraná

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Biografia

João Paraná (Jan 'Zak, Brzezany, Polônia 1884 - Rio de Janeiro RJ 1961)

Escultor, pintor, retratista, desenhista e professor.

João Zaco Paraná imigrou com a família para o Brasil em 1887, Aprende carpintaria com o pai, Miguel Zak, e passa a esculpir santos e utensílios domésticos em madeira. Auxiliado por engenheiros da ferrovia onde seu pai trabalha como ferreiro, instala-se em Curitiba, em 1895, a fim de empreender seus estudos. De 1898 a 1901, estuda, como bolsista do Governo do Estado do Paraná, na Escola de Belas Artes e Indústrias do Paraná. É aluno de Mariano de Lima (1848-1952), convivendo com João Turin (1880 - 1949). Nessa época passa assinar João Zaco Paraná. Entre 1901 e 1902 estuda na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro - Enba com Daniel Bérard (1846 - 1910), ainda contando com a bolsa estadual. No ano seguinte, com o auxílio do governo paranaense, embarca para Europa, onde reside por vários anos. Em 1908 faz uma viagem de estudos aos Estados Unidos. Na Europa, estuda (de 1903 a 1909), na Academia Real de Belas Artes em Bruxelas (Bélgica), sob a orientação de Charles Van der Stappen (1843-1910), diretor da escola da Academia, célebre por incorporar estudos fotográficos à prática compositiva da escultura; e na Escola Superior de Belas Artes de Paris, sob a supervisão de Jules Coutan (1848-1939). Vive em Paris, onde conhece Marc Chagall, Constantin Brancusi, Aristide Maillol, Picasso, Amadeo Modigliani, Antoine Bourdelle, Juan Gris e Chain Soutine, mas se mantém ligado aos preceitos da escultura realista. Em 1913 realiza com o pintor James Wall Finn um painel decorativo para a Biblioteca Astor, em Nova York. Em 1922, de volta ao Brasil, estabelece-se no Rio de Janeiro. Por volta de 1923, realiza O Semeador, encomenda em homenagem à contribuição dos poloneses à cultura brasileira. Na década de 1940, leciona modelagem na Enba, Rio de Janeiro, sendo efetivado como professor catedrático em 1949, com a apresentação da tese A Modelagem nas Artes do Desenho. Permanece nessa instituição até 1953.

Comentário Crítico

A escultura de Zaco Paraná é inicialmente influenciada pelo diálogo com a fotografia, utilizada como recurso para o estudo da composição, como instrumento de análise do movimento da figura humana, de estudo de poses ou mesmo na observação dos diferentes jogos de claro-escuro formados na incidência de luz sobre objetos e materiais. O artista atribui grande importância ao modelado, considerado a base de toda criação em escultura.

A relevância do procedimento para o artista pode ser notada em trabalhos como Amor Materno, 1907, ou Menina de Máscaras, de 1913, pertencente ao acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp. Ambas de bronze, revelam um modelado preocupado em captar as formas de maneira sintética, através de uma linha contínua e sinuosa que delimita superfícies e volumes quase sem atritos ou interrupções, à maneira de Bourdelle ou Maillol, escultores que admira e com os quais convive em Paris nos anos 1910. Nessas obras, é possível perceber certa influência das discussões relativas à escultura moderna, embora o artista posteriormente demonstre frustração por não ter se afastado completamente dos preceitos da escultura realista.

No contexto da arte paranaense, Zaco Paraná é considerado, com o pintor Theodoro de Bona e os escultores João Turin e Erbo Stenzel, um dos representantes do movimento de renovação artística dos anos 1920, de forte cunho regionalista, característica de várias manifestações das vanguardas no Brasil do início do Século XX. Imbuído desse caráter de redescoberta do dado local, funda com o escultor João Turim e o artista e cientista Frederico Lange (Lange de Morretes) o movimento "paranista" (1927-1930), que tem como mote a identidade regional do Estado, com a construção de um imaginário a partir de símbolos da cultura paranaense.

Críticas

"De minha parte, recordo o professor Zaco como um homem honesto, correto, muito cumpridor de seus deveres e artista de grandes qualidades como escultor integrado à concepção da Forma Realista.
Era de temperamento extremamente introvertido, avesso à conversação, mesmo entre colegas. Desenhava, pintava também muito bem".
Celita Vaccani
VACCANI, Celita. Síntese biográfica sobre João Zaco Paraná. In: TEMPSKI, Edwino Donato. João Zaco Paraná. Curitiba: Lítero-Técnica, 1984. p.146.

Exposições Coletivas

1908 - Antuérpia (Bélgica) - Salão Oficial de Belas Artes - 1º prêmio
1908 - Bruxelas (Bélgica) - Salão Oficial de Belas Artes - 1º prêmio
1909 - Antuérpia (Bélgica) - Salão Oficial de Belas Artes
1909 - Bruxelas (Bélgica) - Salão Oficial de Belas Artes
1910 - Antuérpia (Bélgica) - Salão Oficial de Belas Artes
1910 - Bruxelas (Bélgica) - Salão Oficial de Belas Artes
1912 - Paris (França) - Salão Oficial dos Artistas Franceses
1914 - Paris (França) - Salão Oficial dos Artistas Franceses
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de prata
1925 - Rio de Janeiro RJ - 32ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1925 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes - medalha de prata
1926 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes
1926 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Outono da Sociedade Brasileira de Belas Artes
1928 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes - medalha de ouro
1928 - Rio de Janeiro RJ - 35ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de ouro em escultura e medalha de bronze em pintura
1929 - Rio de Janeiro RJ - 36ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1929 - Rosário (Argentina) - Salão de Belas Artes
1929 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes
1930 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes
1930 - Rio de Janeiro RJ - 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1935 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes
1941 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes
1942 - Rio de Janeiro RJ - Salão Oficial de Belas Artes - medalha de prata 
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1950 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Escultura
1957 - Curitiba PR - 14º Salão Paranaense - medalha de ouro

Exposições Póstumas

1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1986 - Curitiba PR - Tradição/Contradição, no MAC/PR 
1993 - Curitiba PR - 2ª Mostra de Escultura João Turin

Fonte: Itaú Cultural

Veja também