João José Rescala

Obras de arte disponíveis

No momento não possuimos obras de João José Rescala em nosso acervo.
Você possui uma obra deste artista e quer vender?
Clique aqui e envie sua obra para avaliação.

Biografia

João José Rescala (Rio de Janeiro RJ 1910 - Salvador BA 1986)

Pintor, ilustrador, desenhista, restaurador e professor.

Por volta de 1925, estuda no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro e, em 1928, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), tornando-se discípulo de Rodolfo Chambelland (1879-1967), Augusto Bracet (1881-1960), Manoel Santiago (1897-1987) e Marques Júnior (1887-1960). Em 1931, funda, ao lado de outros artistas, o Núcleo Bernardelli. Expõe em várias edições do Salão Nacional de Belas Artes (SNBA), recebendo as medalhas de bronze e prata em 1934 e 1939 e os prêmios de viagem ao país e ao exterior em 1937 e 1943, graças aos quais percorre Estados do Norte e do Nordeste do Brasil e viaja ao México e aos Estados Unidos. Nesse último país, faz individuais em Nova York e Chicago em 1945. Um ano depois, expõe na 23ª Bienal de Veneza e, realiza uma individual, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro. Na década de 1940, trabalha como desenhista e ilustrador da Revista do Museu Nacional de História Natural (Rio de Janeiro) e realiza curso de especialização na New School for Social Research, em 1945, nos Estados Unidos. Transfere-se para Salvador em 1956, quando é aprovado no concurso para professor catedrático de teoria, conservação e restauração de pinturas da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. Posteriormente, torna-se diretor da Escola, de 1963 a 1967. Em 1950, trabalha como técnico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizando trabalhos de conservação de obras de arte religiosas na Bahia, em Pernambuco e em Goiás.

Comentário crítico

A pintura de João José Rescala é de temática regionalista. O artista figura cenas de gênero e paisagens locais com um desenho correto e cores exuberantes, enfatizando a luminosidade da Bahia. Pescadores, lavadeiras, vendedores ou simples passantes são vistos nas praças, praias, lagoas, rios e igrejas, e representados não de perto, mas sempre integrados no entorno. Ele ressalta a alegria e simplicidade do povo e a beleza natural e histórica da terra. Há nas telas uma estilização que remete a algumas cenas de gênero de Carybé (1911 - 1997), como as telas No Largo de São Francisco, Lavadeiras II e Procissão do Senhor dos Navegantes, expostas em 1982, em Salvador.

Também são marcadas pela cultura baiana as obras místicas, que ficam entre um surrealismo mágico e a pintura metafísica. Nelas, junta símbolos católicos e do candomblé, arquitetura religiosa brasileira, conchas, árvores e ondas, dentre outros elementos, em espaços surreais, com cores rebaixadas e contornos arredondados. Exemplos desse tipo de procedimento são os quadros Meditação Poético-Pictórica: Sublimação e Meditação Poético-Pictórica: A Naveta, ambos de 1968.

Faz igualmente telas religiosas, como Revelação do Dogma de Nossa Senhora da Conceição, de 1971, que se encontra na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador. A composição é tradicional, talvez em razão das exigências da encomenda. Na tela vê-se o Vaticano ao fundo e, flutuando no primeiro plano, o papa à esquerda e Nossa Senhora à direita.

Críticas

"Em 1946, Frederico Barta escreveu em O Jornal: ´Rescala não é um moderno na acepção extravagante e obrigatoriamente confusa que se dá ao termo, mas também não é um acadêmico no sentido pejorativo do ´pompier´ ou do inexpressivo e formalista. É sempre o mesmo pintor sadio e sério, que segue conscientemente o seu rumo refratário às audácias excessivas, respeitando a base adquirida de estudo, fiel à tradição do desenho, mas sem estreitas limitações que a tantos despersonaliza e vulgariza´. Sua obra é carregada de um realismo lírico, constantemente focalizando a sua preocupação com problemas sociais e a sua busca da brasilidade, que ele assim verbalizou: ´A pintura brasileira vive, no momento, dominada por um sentimento vivo de brasilidade. Busca-se, antes de tudo, transplantar para a tela o que há de verdadeiramente brasileiro - os nossos costumes, os nossos tipos, as nossas paisagens´. (26/Julho/1938, Jornal A Tarde, de Salvador BA)".
Samira B. Serpa Crespo e outros
LOUZADA, Júlio. Artes plásticas: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984-.

Exposições Individuais

1945 - Chicago (Estados Unidos) - Individual 
1945 - Nova York (Estados Unidos) - Individual
1959 - Madri (Espanha) - Individual, no Instituto de Cultura Hispânica
1968 - Salvador BA - Retrospectiva 40 Anos de Pintura

Exposições Coletivas

1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1932 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão do Núcleo Bernardelli, na Sociedade Sul-Riograndense de Cultura
1933 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão do Núcleo Bernardelli
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - Seis Artistas, no Studio Eros Volúsia
1934 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão do Núcleo Bernardelli, na Enba
1934 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - medalha de bronze
1935 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão do Núcleo Bernardelli, na Enba
1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes - menção honrosa
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - prêmio de viagem ao país
1939 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - medalha de prata
1943 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - prêmio de viagem ao exterior
1946 - Veneza (Itália) - Bienal de Veneza
1947 - Rio de Janeiro RJ - Salão Fluminense de Belas Artes - Prêmio Alberto Torres
1948 - Rio de Janeiro RJ - Salão Fluminense de Belas Artes - Prêmio Batista da Costa
1951 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna
1954 - Porto Alegre RS - Salão Gaúcho de Belas Artes - prêmio aquisição
1956 - Recife PE - Salão Pernambucano de Belas Artes - 1º prêmio de pintura
1958 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Aiba - medalha de ouro
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas
1967 - Salvador BA - Exposição Coletiva de Natal, na Panorama Galeria de Arte
1970 - Salvador BA - Exposição de Reinauguração da Panorama Galeria de Arte, na Panorama Galeria de Arte
1975 - Salvador BA - Feira da Bahia
1982 - São Paulo SP - Exposição Núcleo Bernardelli: arte brasileira nos anos 30 e 40, na Acervo Galeria de Arte
1984 - Aracaju SE - Artistas Baianos, na J. Inácio Galeria de Arte
1986 - Brasília DF - Baianos em Brasília, na Casa da Manchete

Exposições Póstumas

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1999 - Salvador BA - 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

Fonte: Itaú Cultural

Veja também