Isa Aderne Vieira Iaderne

Obras de arte disponíveis

No momento não possuimos obras de Isa Aderne Vieira Iaderne em nosso acervo.
Você possui uma obra deste artista e quer vender?
Clique aqui e envie sua obra para avaliação.

Biografia

Isa Aderne Vieira Iaderne (Cajazeiras PB 1923)

Gravadora, pintora, cenógrafa e professora.

Freqüenta, em 1947, o curso de pintura na Escola Nacional de Belas Artes, onde, anos mais tarde, faz o curso de gravura com Adir Botelho. Mantém contato com a obra de Goeldi e com a literatura de cordel, que conhece desde a infância. Entre 1964 e 1968, leciona na Escolinha de Arte do Brasil; em 1968, no Museu Histórico Nacional; de 1978 a 1995, na Oficina de Gravura do Ingá; e, de 1984 a 1988, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Em 1991, recebe o Prêmio Coca-Cola de Melhor Cenografia pela peça Fala Palhaço, do Grupo Hombu. Dedica-se especialmente à xilogravura e, em 1994, passa a ensinar essa técnica na Oficina de Gravura Sesc Tijuca.

Depoimentos 

"Resolvi trabalhar com Goeldi, um homem que dava liberdade, dizia como fazer, que a gente realizasse aquilo que vinha de dentro, aquilo sim!
Fiz planos para no ano seguinte me matricular em gravura com Goeldi. (...) fui à Escola na Quarta-Feira de Cinzas, para realizar a matrícula. Para minha triste surpresa, d. Alda, funcionária da Escola, me avisou da morte de Goeldi e do seu enterro, naquele dia, às 16 horas. 
Fiz um desenho do enterro de Goeldi. Estava chovendo nesse dia e fiz figuras com guarda-chuvas. Sendo assim, fui ser aluna de Adir Botelho. Comecei a gravar, gravar, gravar com toda a vontade. Mas não mostrava tudo o que fazia ao Adir, pois nunca considerava como pronta a minha gravura. Nem sempre eu conseguia o que queria! Gostava tanto da gravura do Goeldi, com aqueles pretos todos! Comecei, então, a sonhar com o Goeldi, que me disse para colocar uma certa gravura no Salão. Não falei nada para o Adir. Fiquei quieta. Assim, com dois meses de aula de gravura, eu já estava no Salão de Arte Moderna. O Adir reclamou de eu não lhe ter mostrado a gravura, mas expliquei o que se passara. 
Fiz o curso em três anos e me diplomei. Nessa época, a Laís Aderne, minha irmã, ia para a Europa e me indicou para substituí-la na Escolinha de Arte do Brasil. 
Fiquei realizada, tinha saído de um curso de que gostava para fazer uma coisa de que gostava e ter o primeiro emprego na área. Foi muito bom! Comecei a gravar muito. Nessa época, produzi as gravuras que marcariam o encontro com o meu mundo anterior, ligado a minha vivência no Nordeste. Havia a influência daqueles livrinhos de cordel que eu via nas feiras. Meu pai, como chefe de obras, sempre nos chamava para assistir às vaquejadas e aos cantadores. A gente via muita coisa. Achei, então, que aquilo era uma forma mais interessante de desenvolver um trabalho. Assim, mandei fazer os ferros no Armando, o profissional que fazia para os outros gravadores. Todo mundo usava a vareta de guarda-chuva, como o mestre Goeldi. Os rolos eram feitos numa casa na rua das Marrecas. O Armando era um homem de gráfica, que deixava o rolo como a gente queria, mais duro ou mais mole. (...)
As minhas primeiras gravurinhas eu as fiz com cinco, pensando: 'Se esse negócio é para reproduzir, se acaba no número cinco, tenho que guardar essa placa pois gosto dessa forma e vou querer reproduzir mais depois'. Então, a cada solicitação ia fazendo: de repente, fiz cinqüenta. Da próxima vez vou fazer setenta. Aí passei para setenta, depois cem. Depois fiz mil. Eu tinha as minhas maneiras. Um dia, mandei um trabalho para o Paraná. Era um ex-voto. Eu tinha feito uma promessa... 'Meu Senhor do Bonfim, se minha filha ficar boa, faço mil gravuras. ' Depois, achei melhor não imprimir as gravuras todas de uma vez. O Salão do Paraná estava para abrir e resolvi mandar o ex-voto da cabeça bipartida. Mandei a placa e a gravura emoldurada. Pedi a minha irmã Dayse, que morava lá, para mandar que os participantes do Salão fizessem as cópias. Aí, num instante saiu. Minha irmã ajudava, ensinava como é que era, como é que não era. A placa ficou por lá, nem voltou, nem sei dela... (...) Quando motivada, a gente deve fazer o que quiser. O artista não tem limites não, né?"
Isa Aderne
Sesc Tijuca, 27 de fevereiro de 1986

Exposições Individuais

1968 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, no Subterrâneo Municipal
1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu da República
1968 - Salto (Uruguai) - Individual, no Instituto Cultural Uruguaio-Brasileiro
1968 - Taquarembó (Uruguai) - Individual, no Instituto Cultural Uruguaio-Brasileiro
1970 - Rabat (Marrocos) - Individual, no Ministério das Relações Exteriores
1973 - Londres (Inglaterra) - Individual, na Galeria Mara Londres
1974 - Vitória ES - Individual, na Fundação Cultural Espírito Santo - Teatro Carlos Gomes
1975 - Guarujá SP - Individual, na Prefeitura de Guarujá
1976 - Petrópolis RJ - Individual, no Palácio de Cristal
1978 - João Pessoa PB - Individual, na Galeria Pedro Américo
1985 - Recife PE - Individual, na Escolinha de Arte do Recife
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Espaço Cultural José Olympio
1992 - Brasília DF - Individual, na Galeria Athos Bulcão - Teatro Nacional
1992 - Rio de Janeiro RJ - Trinta Anos de Gravura, no Palácio da Cultura
1995 - Brasília DF - Individual, no Ministério da Fazenda. Espaço Cultural Serpro
1995 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Sesc Tijuca. Biblioteca de Adultos
2001 - São Paulo SP - Isa Aderne: xilogravuras, no IEB/USP

Exposições Coletivas

1961 - Rio de Janeiro RJ - 10º Salão Nacional de Arte Moderna
1962 - Havana (Cuba) - 2º Concurso Latino-americano de Gravura
1963 - Rio de Janeiro RJ - 12º Salão Nacional de Arte Moderna
1965 - Curitiba PR - 22º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - medalha de prata
1965 - Rio de Janeiro RJ - 14º Salão Nacional de Arte Moderna
1966 - Curitiba PR - 23º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná
1966 - Rio de Janeiro RJ - 15º Salão Nacional de Arte Moderna
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas
1967 - Curitiba PR - 24º Salão Paranaense - prêmio aquisição
1967 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão Nacional de Arte Moderna
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Vitória ES - Salão Nacional de Artes Plásticas do Espírito Santo
1968 - Belo Horizonte MG - Salão Municipal de Belas Artes
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - Rio de Janeiro RJ - Três Aspectos da Gravura Brasileira, no Museu Histórico Nacional
1968 - Santiago (Chile) - 2ª Bienal Americana de Gravura de Santiago
1969 - Curitiba PR - 26º Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - Santiago (Chile) - 4ª Bienal Americana de Gravura de Santiago
1970 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Seven Printmakers from Brazil
1971 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna
1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica - 72, na Fundação Bienal
1973 - Rio de Janeiro RJ - 22º Salão Nacional de Arte Moderna
1973 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Seven Printmakers from Brazil
1974 - São Paulo SP - Gravura Brasileira, na Fundação Bienal
1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade
1979 - Roma (Itália) - 1ª Bienal Italo-Latino-Americana
1983 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Instituto Cultural Brasil-União Soviética, na ABI
1990 - Uberaba MG - 10 Anos de Feira de Arte, no Espaço Cultural Oficina
1992 - Rio de Janeiro RJ - O Rio que Eu Vejo, no Espaço Cultural BNDES
1993 - Rio de Janeiro RJ - 13º Salão Nacional de Artes Plásticas
1994 - Rio de Janeiro RJ - 90 Horas de Pintura, no MNBA - menção honrosa
1995 - Curitiba PR - 11ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, na Fundação Cultural de Curitiba
1995 - Curitiba PR - Coletiva de Arte, no Sesc Centro
1995 - Rio de Janeiro RJ - 40 Anos do Núcleo de Gravura da Escolinha de Arte do Brasil, na Galeria Maria Tereza Vieira
1996 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Sesc de Gravura, na Galeria Sesc Copacabana
1997 - Rio de Janeiro RJ - Poemas Visitados, no Centro Cultural Correios
1998 - São João de Meriti RJ - 2º Salão Sesc de Gravura, na Galeria Sesc São João de Meriti
1999 - Rio de Janeiro RJ - Viva a Xilogravura, na Galeria Sesc Copacabana
1999 - Vitória ES - 1ª Mostra Internacional de Mini Gravura - Vitória 2000, no Museu de Arte do Espírito Santo
2000 - Rio de Janeiro RJ - Arcanos na Gravura, no Salão Verde do Espaço Cultural Crea RJ
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - Vitória ES - Mari Kobayashi e Isa Aderne Vieira, no Museu de Arte do Espírito Santo. Sala Dionísio Del Santo
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

Fonte: Itaú Cultural

Veja também