Hildegard Rosenthal

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Biografia

Hildegard Rosenthal (Zurique, Suíça 1913 - São Paulo SP 1990)

Fotógrafa.

Hildegard Baum Rosenthal viveu até a adolescência em Frankfurt, Alemanha, onde estuda pedagogia, de 1929 a 1933. Mora em Paris entre 1934 e 1935. De volta a Frankfurt, estuda fotografia com Paul Wolff (1887-1951) - um especialista em câmeras de pequeno formato - e técnicas de laboratório no Instituto Gaedel. Em conseqüência do regime nazista transfere-se para São Paulo, em 1937. Nesse ano, começa a trabalhar como orientadora de laboratório na empresa de materiais e serviços fotográficos Kosmos. Poucos meses depois, é contratada como fotojornalista pela agência Press Information, e realiza reportagens para periódicos nacionais e internacionais. Nesse período, documenta São Paulo, Rio de Janeiro, o interior paulista e cidades do sul do Brasil, além de retratar diversas personalidades da cena cultural paulistana, como o pintor Lasar Segall (1891 - 1957) e o escritor Guilherme de Almeida (1890 - 1969). Interrompe sua atividade profissional em 1948 com o nascimento da primeira filha. Em 1959, após o falecimento do marido, assume a direção da empresa da família. Suas fotos permanecem pouco conhecidas até 1974, quando o historiador da arte Walter Zanini realiza uma retrospectiva de sua obra no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP. No ano seguinte, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo - MIS/SP é inaugurado com a mostra Memória Paulistana, de Hildegard Rosenthal. Em 1996, o Instituto Moreira Salles adquire mais de 3 mil negativos de sua autoria.

Comentário Crítico

Hildegard Rosenthal é considerada a primeira mulher a atuar como fotojornalista no Brasil. Faz parte da geração de fotógrafos europeus que imigram na época da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e, atuando na imprensa local, contribuem para renovar a estética fotográfica dos periódicos nacionais.

As fotos de São Paulo documentam o cotidiano da vida urbana: o fluxo de pessoas nas ruas, o transporte público, a arquitetura, vendedores ambulantes e cidadãos comuns em situações prosaicas. Nas cenas de rua, os flagrantes são sutis: captam o olhar de alguém que percebe estar sendo fotografado ou simplesmente congelam passos. Além de registrar desconhecidos, a fotógrafa trabalha com modelos simulando circunstâncias do dia-a-dia. Em suas fotos, a jovem que lê o jornal é a mesma que, em outra cena, compra flores. Suas imagens têm poucos espaços vazios. O negativo é quase todo preenchido com conteúdos apresentados de maneira equilibrada e clara. Valoriza os meios-tons e os detalhes à sombra, o que demonstra sua intenção de registrar o máximo de informações.

Os retratos de intelectuais e artistas mantêm o sentido de reportagem, pois os personagens aparecem em seus ambientes de trabalho e quase sempre estão em ação: Lasar Segall (1891 - 1957) pinta em seu ateliê e o poeta Guilherme de Almeida (1890 - 1969) é mostrado fazendo anotações. Rosenthal também realiza fotomontagens para a imprensa nacional. Esses trabalhos, em consonância com o conjunto de sua obra, ilustram aspectos da cidade e situações cotidianas.

Críticas

"(...) Hildegard Rosenthal começara com uma velha Leica utilizando depois uma 9x12 ´qualquer, muito antiquada´, servindo-se também da Rolleiflex. Seus filmes são exclusivamente em preto-e-branco. Os sólidos conhecimentos técnicos ajudaram-na a obter imagens de grande limpidez, plasticamente construídas por cuidadosos planos contrastados, em que as sombras nuançam-se de tons. Esses recursos transparecem nas variáveis dos conjuntos expostos em que a figura se constitui na preocupação dominante. Aqui cumpre assinalar o que está no cerne de sua atitude, para além das preocupações estéticas, ou seja, uma busca de significação humana e social, que a situa no campo das idéias que marcaram profundamente a obra de muitos artistas dessa época em nosso meio (...)".
Walter Zanini
ROSENTHAL, Hildegard. Hildegard Rosenthal: fotografias. Apres. Walter Zanini. São Paulo: MAC/USP, 1974.

Acervos

Acervo Instituto Moreira Salles - São Paulo SP

Exposições Individuais

1974 - São Paulo SP - Hildegard Rosenthal - Fotografias, no MAC/USP

Exposições Coletivas

1975 - São Paulo SP - Memória Paulistana, no MIS/SP
1977 - São Paulo SP - 14ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - premiada
1978 - Campos do Jordão SP - 1º Encontro Fotográfico de Campos do Jordão
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - São Paulo SP - O Homem Brasileiro e Suas Raízes Culturais, no Masp
1980 - São Paulo SP - 1ª Trienal de Fotografia, no MAM/SP

Exposições Póstumas

1992 - São Paulo SP - Retrato de Artista, no Masp
1993 - São Paulo SP - Um Olhar Feminino dos Anos 40, na Galeria Fotoptica
1997 - São Paulo SP - 7ª Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp
1999 - São Paulo SP - Hildegard Rosenthal: cenas urbanas, no Instituto Moreira Salles
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no  IVAM. Centre Julio Gonzáles
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2004 - São Paulo SP - São Paulo 450 Anos: a imagem e a memória da cidade no acervo do Instituto Moreira Salles, no Centro Cultural Fiesp
2004 - São Paulo SP - Panoramas SP, no MIS/SP

Fonte: Itaú Cultural

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