Georgina de Albuquerque

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Biografia

Georgina de Albuquerque (Taubaté SP 1885 - Rio de Janeiro RJ 1962)

Pintora, professora.

Georgina de Moura Andrade Albuquerque, aos 15 anos, inicia sua formação artística com o pintor italiano Rosalbino Santoro (1858 - s.d.). Muda-se para o Rio de Janeiro em 1904, matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes - Enba e estuda com Henrique Bernardelli (1858 - 1936). Em 1906, casa-se com o pintor Lucílio de Albuquerque (1877 - 1939) e viaja para a França. Em Paris, freqüenta a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] e ainda a Académie Julian, onde é aluna de Henri Royer. Volta ao Brasil em 1911, expõe em São Paulo e, partir dessa data, participa regularmente da Exposição Geral de Belas Artes. De 1927 a 1948, leciona desenho artístico na Enba e, em 1935, é professora do curso de artes decorativas do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal. Em 1940, em sua casa no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, funda o Museu Lucílio de Albuquerque, e institui um curso pioneiro de desenho e pintura para crianças. Entre 1952 e 1954, exerce o cargo de diretora da Enba.

Comentário Crítico

Georgina de Albuquerque é uma das principais mulheres brasileiras a conseguir firmar-se como artista no começo do século XX. Em suas pinturas, a artista tem como parâmetro o impressionismo e suas derivações. Elas apresentam uma paleta de cores luminosas, empregada com sensibilidade. Os temas mais constantes de Albuquerque são o nu, o retrato e a paisagem. Em Raio de Sol, s.d. ou Dia de Verão, ca.1920, com amplas pinceladas, ela explora as incidências luminosas e a vibração cromática. A partir de 1920, passa a trabalhar com uma paleta mais sóbria e a realizar pinturas com temas da vida popular, como Duas Roceiras, s.d. ou No Cafezal, ca.1930, entre outras.

Críticas

"(...) D. Georgina é uma pintora de cores claras, segurança de desenho e boa técnica de feitura. Comparada com o marido, Lucílio se nos apresenta como um pintor de maior inspiração, mas menos feliz na técnica. (...) Em compensação falta a esta muito de inspiração interior e, na pesquisa de efeitos de sol, tem dado à carnação de alguns dos seus nus femininos uma coloração evidentemente falsa, de leite, rosa e gelatina. Alguns quadros desse gênero dão a impressão de que uma luz colocada atrás da figura principal encheria de reflexos o primeiro plano da tela. Perdoe-nos, D. Georgina. Mas desejaríamos vê-la preocupar-se menos com os efeitos de luz sobre as formas femininas e empregar o seu magnífico talento em composições de mais responsabilidade, que não constituam variações do eterno tema da moça deitada, casta e ingênua, ao sol. Há de confessar que o seu talento pode produzir muito mais. Tais pequenos senões em nada diminuem os merecimentos da artista, que é uma organização exuberante de talento, capaz de muito fazer pelas artes brasileiras. Tem sensibilidade, calor e vocação, e atira-se a resolver as dificuldades de sua arte com o entusiasmo de crença. Quem assim confia em suas forças muito poderá fazer pelas artes".
Angyone Costa
COSTA, Angyone. A Inquietação das abelhas. Rio de Janeiro: Pimenta de Mello & Cia. , 1927, p. 18.

"(...) Sua arte é uma renovação constante de maneiras, motivos e coloridos (...) Quanto aos assuntos, não se pode dizer que haja uma preferência marcante. A paisagem, a figura, a natureza-morta, a marinha, o retrato e as composições são por ela abordadas com entusiasmo, transparecendo em todas as mais variadas facetas de seu talento".
Regina Liberalli Laemmert
PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.

Depoimentos

"(...) Sinto que nasci pintora e que para essa minha paixão estética muito concorreram as impressões da paisagem brasileira. Lidima brasileira, nascida no interior da antiga província de São Paulo, tive minha infância rodeada pelas cenas pitorescas do viver brasileiro de então. Ainda encontrei quase virgem a feracidade da terra paulista, em meu município. Nem as estradas de ferro nem as rodovias que a cortam hoje existiam. Esses elementos, componentes da paisagem, não impressionaram a minha primeira infância. Em compensação, o sol era o mesmo, a alegria da terra moça e florida, era a mesma, o viver simples e campesino do povo talvez fosse, seguramente era, mais sincero, mais exato, mais nosso. Mesmo em casa, sem sair da minha Taubaté, menina bem pequena, eu já ensaiava os meus riscos. Gizava, debuxava desenhos intonsos, fazia figuras. Minha mãe, que era um espírito muito inteligente e muito lúcido, cedo compreendeu o meu pendor pela pintura e, na proporção que as circunstãncias permitiam, tudo facilitava para seu desenvolvimento e perfeição. Era ainda uma crença quando surgiu por ali, procurando no seio carinhoso da terra moça refúgio a acharques que lhe combaliam a saúde, um pintor italiano, Rosalino Santoro. Guardo impressão amável desse primeiro desbravador da minha tendência pictórica. (...) Minha mãe começou a solicitar-lhe as lições que me desejava proporcionar. Santoro resistia. Mas, em virtude da própria moléstia, Santoro necessitava de um ambiente de família e foi em nossa casa que passou horas melhores, recebendo o trato, respeitoso e carinhoso, que é tradicional na família brasileira. (...) Santoro, quando percebeu, estava meu mestre, o primeiro que tive em pintura. Mais tarde, assisti à uma exposição de Parreiras, em São Paulo. Senti um deslumbramento e não me foi mais possível deixar de vir ao Rio, onde a Escola de Belas Artes me fascinava. Vim. Fiz o primeiro ano. Fui aluna de Henrique Bernardelli. Conheci Lucilio (...) Casamo-nos. Partimos pobremente, apenas com a bagagem de dois estudantes, para a Europa, onde vivi cinco anos. Em Paris os meus principais mestres foram Gervais, na École des Beaux-Arts, e Royer, no Curso Julien. Depois trabalhei por conta própria. Frequentei museus e procurei pintar, pintar muito, a todas as horas, a todos os instantes do dia. Nem mesmo quando os meus dois filhos, Dante e Flamingo, eram pequenos, deixei um só dia de trabalhar. É o que faço sempre, constantemente, a todos os momentos".
Georgina de Albuquerque
COSTA, Angyone. A Inquietação das abelhas. Rio de Janeiro : Pimenta de Mello & Cia. , 1927, p. 90-91.

Exposições Individuais

1914 - São Paulo SP - Individual
1914 - Rio de Janeiro RJ - Individual

Exposições Coletivas

1903 - Rio de Janeiro RJ - 10ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1905 - Rio de Janeiro RJ - 12ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1906 - Rio de Janeiro RJ - 13ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1907 - Rio de Janeiro RJ - 14ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1909 - Rio de Janeiro RJ - 16ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - menção de 1º grau
1911 - São Paulo SP - Primeira Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios
1912 - Rio de Janeiro RJ - 19ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - pequena medalha de prata
1912 - São Paulo SP - Segunda Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios
1913 - Rio de Janeiro RJ - 20ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1914 - Rio de Janeiro RJ - 21ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1915 - Rio de Janeiro RJ - 22ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1916 - Rio de Janeiro RJ - 23ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - grande medalha de prata
1917 - Rio de Janeiro RJ - 24ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1918 - Rio de Janeiro RJ - 25ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1919 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - medalha de ouro
1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1922 - Rio de Janeiro RJ - 29ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1924 - Nova York (Estados Unidos) - National Association of Women Painters and Sculptures
1924 - Rio de Janeiro RJ - 31ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1925 - Los Angeles (Estados Unidos) - First Pan-American Exhibition of Oil Painting
1925 - Rio de Janeiro RJ - 32ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1926 - Austin (Estados Unidos) - Art Department State Fair of Texas
1926 - Rio de Janeiro RJ - 33ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1927 - Rio de Janeiro RJ - 34ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1928 - Rio de Janeiro RJ - 35ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1928 - São Paulo SP - Grupo Almeida Júnior, no Palácio das Arcadas
1929 - Rio de Janeiro RJ - 36ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no International Art Center, Nicholas Roerich Museum
1930 - Rio de Janeiro RJ - 37ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 40ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba
1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes
1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes
1940 - São Paulo SP - Exposição Retrospectiva: obras dos grandes mestres da pintura e seus discípulos
1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes, no Salão de Arte Almeida Júnior da Prefeitura Municipal de São Paulo
1941 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Belas Artes - medalha de prata e 1º Prêmio Fernando Costa
1942 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1944 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Auto-Retratos, no MNBA
1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1944 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1945 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1948 - São Paulo SP - 14º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1949 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia - medalha de ouro e 1º Prêmio Governador do Estado
1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850 - 1950, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 16º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1953 - São Paulo SP - 18º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário
1957 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte, no MNBA
1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Arte A Mãe e a Criança
1960 - São Paulo SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País, no MAM/SP

Exposições Póstumas

1977 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Lucílio e Georgina de Albuquerque (em comemoração ao centenário de nascimento de Lucílio de Albuquerque), no MNBA
1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado
1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira
2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes-RJ, no Margs
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Café, no Banco Real
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
2002 - São Paulo SP - Imagem e Identidade: um olhar sobre a história na coleção do Museu de Belas Artes, no Instituto Cultural Banco Santos
2004 - São Paulo SP - Mulheres Pintoras, na Pinacoteca do Estado
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural

Fonte: Itaú Cultural

Veja também