Arnaldo Angeli Filho

Obras de arte disponíveis

No momento não possuimos obras de Arnaldo Angeli Filho em nosso acervo.
Você possui uma obra deste artista e quer vender?
Clique aqui e envie sua obra para avaliação.

Biografia

Arnaldo Angeli Filho (São Paulo SP 1956)

Cartunista e chargista.

Aos 14 anos, Angeli publica seu primeiro desenho na revista Senhor. Autodidata, aprende a desenhar copiando os trabalhos de Millôr Fernandes (1923), Jaguar (1932) e Ziraldo (1932). Seu trabalho tem influência dos cartuns underground do norte-americano Robert Crumb (1943). No jornal Folha de S. Paulo, publica charges, a partir de 1973, e, desde 1983, tiras diárias em que cria personagens que retratam tipos urbanos, com destaque para Rê Bordosa, Bob Cuspe e os velhos hippies Wood & Stock. Na década de 1980, publica, pela editora Circo, a revista Chiclete com Banana, que lança novo elenco de personagens de sua autoria, como Walter Ego, Rigapov, Rhalah Rikota, Bibelô, Meiaoito e Nanico, Ritchi Pareide, Aderbal e Os Skrotinhos. Com Laerte (1951) e Glauco (1957-2010) cria a série Los Três Amigos, também publicada em Chiclete com Banana. Em 1983, ilustra o livro da historiadora Lilia Moritz Schwartz, República Vou Ver!. Em 1995, publica FHC: Biografia Não Autorizada, pela Editora Ensaio, coletânea de charges produzidas durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1931). Para a TV, Angeli produz esquetes e roteiros, atuando junto às equipes dos programas TV Colosso e Sai de Baixo, ambos da Rede Globo. Com base em seu trabalho, o diretor Otto Guerra lança, em 2006, o longa-metragem de animação Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock'n Roll. Em 2008, é um dos homenageados no 1º Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro, que apresenta Angeli/Genial, uma mostra retrospectiva da produção do cartunista. Também nesse ano, é lançado o curta-metragem de animação Dossiê Rê Bordosa, dirigido por César Cabral e baseado na personagem criada por Angeli. Seus desenhos estão incluídos na Enciclopédia del Humor Latino Americano, da Colômbia, na Antologia de Humor Brasileiro e no Museu do Cartum e Caricatura de Basiléia, Suíça. Atualmente, desenha para a Folha de S. Paulo e para o seu site no portal Universo On-line, com destaque para as tiras Let´s Talk About Sex, Luke e Tantra e, na "net-novela" A Morta Viva, Rê Bordosa.

Comentário Crítico

Angeli desenha desde criança. Na adolescência, conhece o periódico O Pasquim e se interessa pelos cartuns de Millôr Fernandes, Jaguar e Ziraldo. Ele confessa que começou copiando o trabalho desses desenhistas. Na mesma época conhece quadrinistas como Robert Crumb, Wolinski (1934) e Jean Marc Reiser (1941-1983), que o influenciam profundamente. Com 14 anos de idade, publica seu primeiro desenho, na revista Senhor. Em 1973, inaugura o espaço de charge política no jornal Folha de S. Paulo, em que permanece até 1982. Nesse intervalo colabora também com os periódicos Movimento, Versus e O Pasquim. Em 1975, fica em segundo lugar no 2º Salão Internacional de Humor de Piracicaba.

Em 1983, abandona a charge para se dedicar às histórias em quadrinhos. Na Folha de S. Paulo, deixa o caderno de política e passa para a Ilustrada, caderno de cultura, em que publica tiras de seus personagens ao lado de quadrinistas estrangeiros. Pouco depois, com o editor Toninho Mendes, funda a Editora Circo, destinada a quadrinhos adultos, sobretudo de autores brasileiros. Em 1984, a Circo lança o livro, Chiclete com Banana, reunindo as tiras de Angeli com alguns tipos urbanos criados para o jornal. O sucesso da publicação leva a editora a criar uma revista bimestral homônima, e, o primeiro exemplar vai para as bancas em 1985.

Angeli cria tiras e histórias em quadrinhos, com narrativas de situações tipicamente paulistanas, da boêmia e da vida cotidiana. Surgem aí personagens como Tudoblue e Moçamba, Mara Tara, Wood & Stock, Rê Bordosa, Bob Cuspe, Meia-Oito e Nanico, Bibelô e Os Skrotinhos. Sua produção se afasta do tom politizado de suas charges e reencontra as influências do underground das décadas de 1960 e 1970, com abordagem ácida à crítica de costumes. Seu traço se torna mais sujo, aproximando-o de quadrinistas como o francês Vuilleimin (1958).

Na década de 1990, Angeli retorna à charge política na Folha de S. Paulo. Em 1995, a Editora Ensaio reúne algumas de suas tiras no volume FHC: Biografia Não Autorizada. O cartunista publica tiras diárias na Folha de S. Paulo e em mais 15 jornais brasileiros, e no Diário de Notícias, de Lisboa. Seu trabalho ganha cor. Além de charges e tiras, publica ilustrações, menos narrativas que os desenhos anteriores. Algumas das tiras desse período são reunidas nas coletâneas Wood & Stock, Sexo É uma Coisa Suja, Luke e Tantra e Os Skrotinhos, lançadas pela Editora Devir.

Exposições Individuais

1999 - Belo Horizonte MG - Angeli: o Matador
2008 - Rio de Janeiro RJ - Angeli/Genial, Centro Cultural Correios
2012 - São Paulo SP - Ocupação Angeli, Itaú Cultural

Exposições Coletivas

1975 - Piracicaba SP - 2º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, no Centro Nacional de Humor - premiado
1986 - Angoulême (França) - 13ème Festival International de la Bande Dessinée
1990 - Treviso (Itália) - Festival Treviso
1998 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Caetano Veloso, no Paço Imperial
2000 - Amadora (Portugal) - 11º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, na Fábrica da Cultura
2001 - São Paulo SP - Caricaturistas Brasileiros, no Instituto Cine Cultural
2003 - São Paulo SP - Traço, Humor & Cia, na Fundação Armando Alvares Penteado - Faap
2006 - São Paulo SP - A História do Futebol no Brasil Através da Charge, no  Sesc Ipiranga 
2007 - Carquefou (França) - 8ème Rencontres Internationales du Dessin de Presse

Fonte: Itaú Cultural

Veja também