Aldo Locatelli

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Biografia

Aldo Locatelli (Villa d'Almè, Lombardia, Itália, 1915 - Porto Alegre RS 1962)

Pintor, muralista, professor.

Aos dez anos, Aldo Daniele Locatelli entra em contato com artistas que restauram os murais da igreja da Villa d'Almè. Em 1931 ingressa no curso de decoração da Escola de Cursos Livres de Instrução Técnica Andrea Fantoni. Entre 1932 e 1935, estuda na Accademia Carrara di Belle Arti [Academia Carrara de Belas Artes], em Bérgamo, Itália, e recebe uma bolsa de estudos para a Escola de Belas Artes de Roma. Interessado na pintura mural, passa a estudar as obras da Capela Sistina, no Vaticano. Volta a Villa d'Almè depois da morte de seu pai, em 1940. Em 1946, muda-se para Gênova a fim de trabalhar na abóbada da Igreja Nossa Senhora dos Remédios. No ano seguinte, estuda obras de artistas como Giovanni Battista Tiepolo (1696 - 1770), Leonardo da Vinci (1452 - 1519) e Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564). Chega ao Brasil em 1948 para realizar afrescos na Catedral de Pelotas, Rio Grande do Sul, a convite do bispo dom Antônio Zattera. Em 1949, ano em que termina seu trabalho na Catedral, Locatelli torna-se um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Pelotas, onde introduz o estudo do nu artístico. Passa a receber encomendas em outras cidades, como Caxias do Sul e Porto Alegre, e decide trazer a esposa para o Brasil. Em 1951, já naturalizado brasileiro, dá início aos murais e pinturas da igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul, trabalho que conclui em 1960.

Comentário Crítico

Embora se dedique também à pintura de cavalete, Aldo Locatelli pode ser considerado um dos mais profícuos pintores de afrescos - sacros, especialmente -, atuantes no Rio Grande do Sul, no século XX. Em sua curta trajetória (falece aos 47 anos) Locatelli, em seu país de origem, pauta-se na arte Renascentista para os afrescos que realiza. No Brasil, notadamente no projeto da Igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, trabalha com base nesses padrões tanto nos afrescos quanto nas pinturas da Via Sacra: "Locatelli, sem dúvida é um tradicionalista; são visíveis em sua obra as influências, de ordem iconográfica e técnica, dos grandes mestres do Renascimento (...) Mas o talento do artista é tal que não lhe permite submeter-se a eles (...) sendo (...) capaz de recriá-los, a partir justamente daquilo que neles permaneceu em estado germinal".1 

O artista trabalha nos afrescos da Igreja de São Pelegrino de 1951 a 1960 e nos 14 óleos sobre tela da Via Sacra - executadas em seu ateliê, em Porto Alegre -, entre 1958 e 1960. Locatelli se faz fotografar nas posições de Cristo para compor a obra. Procura expressar a dor de Jesus durante o trajeto do Calvário, sendo o "elemento determinante da dramaticidade e expressividade da obra (...) sem dúvida alguma, o livro de Pierre Barbet, A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o Cirurgião, no qual estão descritos os sofrimentos físicos da paixão de Cristo sob o ponto de vista da medicina".2

Notas
1 ZATTERA, Véra Stedile. Aldo Locatelli. Porto Alegre: Pallotti, 1995. p. 159.
2 FABRIS, Annateresa.  Aldo Locatelli, o Cirineu em São Pelegrino. Insieme: Revista da Apiesp, São Paulo, nº 3, 1992, p. 21. Segundo o texto de Fabris, o Padre Giordani, pároco da Igreja de São Pelegrino, teria sido decisivo na concepção inicial da Via Sacra. O pároco teria solicitado a leitura do livro de Pierre Barbet, A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o Cirurgião, "desejoso de ver retratada 'a humanidade de Cristo massacrada, como realmente foi'", como cita a autora. Locatelli, por sua vez, exige liberdade de criação e tempo para executar a obra (ver página 20).

Críticas

"(...) A sua pintura, cheia de energia, de contrastes, de movimento, de audácias e rasgos de dramaticidade que não raro iam à teatral exuberância dos gestos e dos efeitos incontrolados, guardava bastante do espírito e do caráter da pintura barroca. (...) Enquanto estimulava os jovens nos caminhos de expressões diversas das suas, ele mesmo, penetrando mais profundamente a natureza e as significações da forma artística, também ia-se renovando, arrancando dos vastos recursos do seu talento uma expressão formal mais robusta, mais concentrada e, por isso, mais adequada à austeridade e ao caráter da pintura mural. Com esses propósitos e a força de uma grande fé nos perenes valores da arte e nas possibilidades do seu espírito ia elevando a consistência da sua pintura, depurando-a, pouco a pouco, de elementos supérfluos e aumentando-lhe o poder expressivo. Essa pintura começou a denunciar um processo firme de renovação desde alguns dos soberbos painéis da série da Via Crucis que pintou para a Igreja de São Peregrino de Caxias do Sul, onde já executara um vasto Juízo Final no teto, representação da Ceia e de outros temas".
Ângelo Guido
CAVALCANTI, Carlos; AYALA, Walmir, org. Dicionário brasileiro de artistas plásticos. Apresentação de Maria Alice Barroso. Brasília: MEC/INL, 1973-1980. (Dicionários especializados, 5).

Acervos

Acervo Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - Margs - Porto Alegre RS
Igreja de São Pelegrino - Caxias do Sul RS
Pinacoteca Aldo Locatelli - Porto Alegre RS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS - Porto Alegre RS

Exposições Coletivas

1953 - Porto Alegre RS - 4º Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
1954 - Porto Alegre RS - 5º Salão do Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul
1961 - Porto Alegre RS - Salão de Arte Riograndense do Passado ao Presente, na Galeria do Instituto de Belas Artes

Exposições Póstumas

1972 - Porto Alegre RS - Retrospectiva organizada pelo Museu de Arte do Rio Grande do Sul
1982 - São Paulo SP - Pintores Italianos no Brasil, no MAM/SP
1983 - Porto Alegre RS - Do Passado ao Presente: as artes plásticas no Rio Grande do Sul, no Cambona Centro de Artes
1999 - Porto Alegre RS - Mostra de Pinturas e Desenhos: homenagem à Locatelli, no Espaço Arte Fiegas
2002 - Porto Alegre RS - Artistas Professores, no Museu da UFRGS
2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte

Fonte: Itaú Cultural

Veja também