Fernando Odriozola

Obras de arte disponíveis

Fernando Odriozola - Sem Título

Sem Título

óleo sobre eucatex
1972
76 x 87 cm
Fernando Odriozola - Sem Título

Sem Título

guache sobre papel
1969
31 x 31 cm
Leilão de Arte Online

Biografia

Fernando Odriozola (Oviedo, Espanha 1921 - São Paulo SP 1986)

Pintor, desenhista, gravador.

Fernando Pascual Odriozola começou a pintar em 1936. Vem para o Brasil em 1953, e fixa residência em São Paulo. No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Portinari. O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) dedica-lhe outra individual, em 1955. Na década de 1960, leciona no Instituto de Arte Contemporânea da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e colabora como ilustrador nos jornais O Estado de S. Paulo e Diário de S. Paulo, e na revista Habitat. Em 1964, integra, com Wesley Duke Lee (1931 - 2010), Yo Yoshitome (1925) e Bin Kondo (1937), o Grupo Austral, ligado ao movimento internacional Phases. Na 8ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1965, recebe o prêmio de melhor desenhista nacional, que lhe proporciona uma sala especial na edição seguinte do evento. No ano de seu falecimento, 1986, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) realiza uma exposição retrospectiva póstuma em sua homenagem.

Comentário Crítico

Os trabalhos de Fernando Odriozola apresentam como característica comum uma aura de misticismo e mistério. A lua está presente em muitos deles, ora como um halo luminoso, ora como um círculo negro em eclipse, ora como uma silhueta minguante. Esse astro que paira acima de tudo, e parece reger essas telas, é como uma lembrança de que, além de observar, os espectadores são também observados. Em termos de composição, nas pinturas de Odriozola, a lua aparece ainda como contraponto fixo ao que está em primeiro plano: em alguns casos, vê-se a sugestão de figuras animais, executadas com traços quase caligráficos; em outros, observam-se pinceladas abstratas feitas de modo rápido e vibrante, destacando-se em relação ao fundo, geralmente feitos com tons rebaixados.

Essas pinturas parecem exigir do espectador um trabalho de organização pelo olhar, um comprometimento com o esforço de relacionar os termos do enigma para então poder decifrá-lo. Dessa maneira, advém das pinturas a sensação de que seus elementos, suspensos na composição, aguardam a ativação necessária por parte do observador. As formas e figuras sugeridas - realizadas em tons esmaecidos e contornos leves - surgem, assim, como elos visuais cuja função é interligar o imaginário do próprio espectador ao do artista.

Críticas

"A obra de Fernando Odriozola, ao longo dos anos, vem a cada dia sendo ainda mais um exercício da consciência, de uma consciência a um só tempo aguda e grave; aguda porque lírica; grave porque também épica. Seus espaços são sua forma de silenciar e tais silêncios nos lembram um simples verso do poeta Jules Valles. ´O espaço sempre me fez silencioso´. Fernando Odriozola utiliza-se do espaço visual de suas composições para compor sua sonata de esperança, na crença alquímica que todos deverão perceber suas cores de mago e bruxo, cores que falam de natureza (...). Pode parecer estranho, mas essa imensidão interior de Odriozola é a que oferece a verdadeira significação a certas expressões visuais de seus trabalhos. Não se pode ficar diante de seus desenhos ou pinturas sem sofrer uma espécie de magia que nos conduz à meditação; não a meditação dos gurus industrializados pelas metrópoles, mas os antigos sacerdotes de seitas tão misteriosas como inverossímeis. Em tais devaneios que conseguem dominar o homem meditativo, os pormenores se apagam, como ocorre nos trabalhos de Odriozola. O tempo se esconde e o espaço se estende, infinitivamente, pois não passa de diálogo entre duas imensidões".
Alberto Beuttenmuller
FERNANDO Odriozola. Apresentação de Alberto Beuttenmuller. São Paulo: Galeria Alberto Bonfiglioli, 1979.

Exposições Individuais

1954 - São Paulo SP - Primeira Individual, na Galeria Portinari
1955 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1957 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ambiente
1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Ateliê 376, na Galeria Exclusiva
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Bonfiglioli
1981 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Trilha

Exposições Coletivas

1956 - Mostra do Retrato Moderno
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição
1958 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas - 2º prêmio em desenho
1959 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas - 2º prêmio em desenho
1960 - São Paulo SP - Coleção Leirner, na Galeria de Arte das Folhas
1960 - São Paulo SP - Nelson Leirner, Ismênia Coaracy, Yara Tupynambá, Fernando Odriozola, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - Curitiba PR - Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná
1962 - Santos SP - Salão de Santos - medalha de prata
1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio aquisição
1964 - São Paulo SP - Exposição Phases, no MAC/USP
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio melhor desenhista nacional
1966 - Tóquio (Japão) - 7ª Bienal de Tóquio
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - São Paulo SP - Grupo Austral do Movimento Phases, no MAC/USP
1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Curitiba PR - 29º Salão Paranaense, na Teatro Guaíra
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Penápolis SP - 1º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Comunicação Segundo os Artistas Plásticos
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1976 - Penápolis SP - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1976 - São Paulo SP - Exposição dos Imigrantes, no Masp
1977 - São Paulo SP - 14ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Aquisição Itamaraty
1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1978 - São Paulo SP - Construtivistas e Figurativos da Coleção Theon Spanudis, no Centro de Artes Porto Seguro
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - São Paulo SP - Coleção Theon Spanudis, no MAC/USP
1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1981 - São Paulo SP - Arte Transcendente, no MAM/SP
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1983 - Curitiba PR - Mostra do Desenho Brasileiro 5, no Teatro Guaíra
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

Exposições Póstumas

1986 - São Paulo SP - Retrospectiva, no CCSP
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1987 - São Paulo SP - Exposição na Galeria Ars Artis
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1989 - São Paulo SP - 7º Arte Litoral Norte, na Sadalla Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XX: obras do acervo do Banco Itaú, na Itaugaleria
1989 - São Paulo SP - Verdes Mares, na Sadalla Galeria de Arte
1989 - Ubatuba SP - 7º Arte Litoral Norte, na Fundação de Arte e Cultura
1990 - Chicago (Estados Unidos) - Brazil: crossroads of modern art, na Randolph Gallery
1990 - Chicago (Estados Unidos) - Expressões Singulares da Arte Brasileira, no Chicago Cultural Center
1991 - Belo Horizonte MG - Dois Retratos da Arte, no MAP
1991 - Brasília DF - Dois Retratos da Arte, no Museu Histórico e Diplomático. Palácio Itamaraty
1991 - Curitiba PR - Dois Retratos da Arte, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1991 - Porto Alegre RS - Dois Retratos da Arte, no Margs
1991 - Recife PE - Dois Retratos da Arte, no Museu do Estado de Pernambuco
1991 - Rio de Janeiro RJ - Dois Retratos da Arte, no MAM/RJ
1991 - Salvador BA - Dois Retratos da Arte, no Museu de Arte da Bahia
1991 - São Paulo SP - Dois Retratos da Arte, no MAC/USP
1993 - Niterói RJ - MAC e as Bienais: Uma Seleção de Gravuras e Desenhos
1993 - São Paulo SP - MAC e as Bienais: Uma Seleção de Gravuras e Desenhos, no MAC/USP
1993 - São Paulo SP - Obras Para Ilustração do Suplemento Literário: 1956-1967, no MAM/SP
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - São Paulo SP - Espanhóis no Acervo do MAC, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Phases: surrealismo e contemporaneidade - Grupo Austral e Cone Sul, no MAC/USP
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, na Fundação Bienal

Fonte: Itaú Cultural

Veja também