Alvaro Cotrim

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Biografia

Álvaro Cotrim (Rio de Janeiro RJ 1904 - idem 1985)

Caricaturista, jornalista, historiador da arte, escritor e professor.

Publica seu primeiro desenho no jornal A Bola, em 1923, porém seu trabalho ganha reconhecimento apenas dois anos depois, quando passa a ilustrar as páginas do jornal A Pátria. Ainda em 1925 publica desenhos nas revistas Shimmy, A Maçã e Vida Moderna. Em 1927 ilustra, com J. Carlos (1884 - 1950). , as páginas da revista Para Todos e, no ano seguinte, começa a trabalhar no jornal A Manhã, além de colaborar ilustrando o recém-inaugurado jornal A Crítica, ambos pertencentes a Mário Rodrigues. Em 1928, na empresa A Noite, ilustra as revistas Vamos Ler, Carioca e Noite Ilustrada, sendo esta última dirigida por ele. No ano de 1941 lança seu primeiro livro, Hoje Tem Espetáculo. Como correspondente da empresa A Noite, viaja a Paris para cobrir a Conferência de Paz, em 1946, e lá permanece por seis meses enviando desenhos e notícias. Em 1952 publica Alvarus e Seus Bonecos e, posteriormente, passa a se dedicar ao estudo da caricatura, lança o livro Daumier e Pedro I (1961) e escreve diversos artigos abordando essa temática, entre eles, Santos Dumont e a Caricatura, Caricatura também É História, Artur de Azevedo e a Caricatura e J. Carlos. Em 1973 ocupa o cargo de diretor executivo do Museu da Imagem e do Som - MIS do Rio de Janeiro. A partir de 1979 trabalha no jornal da Associação Brasileira de Imprensa - ABI, onde permanece até 1985. Como professor, ministra por muitos anos o curso de bibliografia da imprensa ilustrada na Escola de Biblioteconomia da Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado da Guanabara.

Comentário crítico

O caricaturista, historiador da arte e escritor Álvaro Cotrim, conhecido como Alvarus, é formado em ciências jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade do Brasil. No começo da década de 1920, desenha para a Revista de Petrópolis e diversas revistas estudantis. A partir de 1925, colabora no jornal A Pátria. Realiza também caricaturas políticas para a revista Granada.

Em 1927, passa a colaborar com a publicação Para Todos, sob a direção de Alvaro Moreyra (1888 - 1964) e J. Carlos (1884 - 1950). Para o estudioso Herman Lima, a partir dessa ocasião o artista alcança expressão pessoal na caricatura, e logo se distingue pela vigorosa apreensão do caráter do retratado, executada com traço ágil. Em sua produção enfoca principalmente as personalidades da época, como a dançarina Josephine Baker (1906 - 1975), o político Getúlio Vargas (1883 - 1954) ou os escritores Rachel de Queiroz (1910 - 2003), Cecília Meirelles (1901 - 1964) e Augusto Frederico Schmidt (1906 - 1965), entre outros. Inspirado especialmente no trabalhos dos caricaturistas Guevara (1904 - 1964) e Figuerôa (1900 - 1930), Alvarus gradualmente afirma seu estilo. Enfatiza o contorno e introduz mais volume na representação das figuras, que passa a tratar também em formas arredondadas. Acentua, por vezes até a deformação, certos traços, tiques ou idiossincrasias do retratado, mas sempre de maneira afetuosa.

Em 1929, ingressa na empresa jornalística A Noite, em que trabalha 28 anos, realizando charges para as revistas Carioca e Vamos Ler, e outras. Em entrevista ao repórter de Vamos Ler, em 1941, Alvarus afirma que "o caricaturista deve observar pacientemente, como traço fundamental, o caráter mental de seus caricaturados".1 Nesse mesmo ano, é publicado o álbum Hoje Tem Espetáculo, que reúne parte significativa de sua produção. Em 1954, o Ministério da Educação e Cultura publica o álbum (em grande formato) Alvarus e Seus Bonecos.

Alvarus realiza capas de livro para as editoras Pongetti, Calvino Filho e Freitas Bastos. Faz também cenários para teatro. O artista é um dos mais importantes estudiosos da história da caricatura, sobre a qual deixa vários escritos, com destaque para os livros Daumier e Pedro I, Pedro Américo e a Caricatura, e J. Carlos - Época, Vida, Obra.

Notas

1 Citado em LIMA, Herman. Alvarus e os seus bonecos. Rio de Janeiro: MEC, 1954. s.p.

Críticas 

"No particular, dentre a numerosa obra artística de Álvarus, espalhada na maioria dos jornais e revistas ilustradas do Rio, nestes últimos vinte anos, sobressai como das mais representativas, a longa série de perfis publicados na revista Vamos Ler! E de que o álbum Hoje Tem Espetáculo, reproduz meia centena de seleções. A vis interpretativa desse mestre do humorismo deformante da máscara humana vem, naturalmente, com o correr dos tempos, adquirindo um domínio cada vez mais vigoroso da síntese gráfica, uma ousadia sempre maior no traço, uma nova largueza de visão , de que dão mostra incisiva suas últimas criações no gênero, divulgadas no álbum Alvarus e seus Bonecos, editado em 1954 pelo Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura. Em todas essas composições , de admirável linha plástica e duma eloqüente simplicidade linear, o humorista do traço se reveste duma maturidade de interpretação, duma agudeza de visão psicológica, traduzidas à justa no instantâneo daquela supergeometria que sintetiza em poucas linhas, não já a face, mas a alma, a que se refere o grande ilustrador argentino Alejandro Sírio, a propósito da obra de J. Carlos. No particular, Alvarus segue rigorosamente a lição de Sem, por ele mesmo lembrada certa vez, quando acentuava que ?o caricaturista de observar pacientemente, como traço fundamental, o caráter mental de seus caricaturados.(...) O mestre de tantas dessas páginas realmente notáveis pelo sentido interpretativo, como pela impecável e rigorosa execução, não é porém, apenas um caricaturista de classe, pois a paixão pelo métier o levou a constituir-se verdadeira autoridade no assunto, conhecedor profundo, não só do que tudo o que diz respeito à caricatura nacional, como a do resto do mundo".
Herman Lima
LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil IV. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963, il. p&b. color.p. 1512-1513

Exposições Coletivas

1979 - São Paulo SP - A Caricatura no Brasil, no Museu Lasar Segall

Exposições Póstumas

1997 - São Paulo SP - O Humor Gráfico nos Anos 30, 40 e 50, no Itaú Cultural  
1997 - Belo Horizonte MG - O Humor Gráfico nos Anos 30, 40 e 50, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - O Humor Gráfico nos Anos 30, 40 e 50, na Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - O Humor Gráfico nos Anos 30, 40 e 50, na Galeria Itaú Cultural  
2001 - São Paulo SP - Caricaturistas Brasileiros, no Instituto Cine Cultural
2003 - São Paulo SP - Traço, Humor e Cia, no Museu de Arte Brasileira

Fonte: Itaú Cultural

Veja também